quarta-feira, julho 9

Wonderful drugs

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"Há hospitais que dificultam a cedência de medicamentos mais caros". Pedro Lopes, presidente da APAH. link

É o caso do Bevazicumab, ou Avastin que «em associação com quimioterapia contendo fluoropirimidinas, está indicado no tratamento de doentes com carcinoma metastizado do cólon ou do recto. Em associação com paclitaxel, está indicado no tratamento de primeira linha de doentes com cancro da mama metastático. Em associação com quimioterapia baseada em platinos, está indicado no tratamento de primeira linha de doentes com cancro do pulmão de células não pequenas, irressecável, avançado, metastático ou recidivante, excluindo histologia com predomínio de células escamosas. Em associação com interferão alfa-2a, está indicado no tratamento de primeira linha de doentes com cancro de células renais avançado e/ou metastizado.
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«Avastin is a wonder drug. Approved for patients with advanced lung, colon or breast cancer, it cuts off tumors’ blood supply, an idea that has tantalized science for decades. And despite its price, which can reach $100,000 a year, Avastin has become one of the most popular cancer drugs in the world, with sales last year of about $3.5 billion, $2.3 billion of that in the United States.
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But there is another side to Avastin. Studies show the drug prolongs life by only a few months, if that. And some newer studies suggest the drug might be less effective against cancer than the FDA had understood when the agency approved its uses.» NYTimes 07.07.08

O custo elevado destes medicamentos (wonderful drugs), traduzido na dificuldade crescente de acessibilidade dos doentes às novas substâncias, obriga a sustentar as decisões sobre esta matéria, por parte dos gestores da Saúde, em critérios rigorosos de molde a assegurar a sua utilização o mais equitativa possível.
Esta abordagem é geralmente mal aceite pelos médicos prescritores e pelos doentes geralmente mal informados quanto às propriedades milagrosas destes medicamentos anunciadas pela indústria.
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4 Comments:

Blogger tambemquero said...

É preciso avaliar os resultados dos fármacos

O tipo de doenças e o padrão dos gastos com medicamentos nos hospitais torna cada vez mais premente a necessidade de se fazer acompanhamento dos resultados da utilização dos fármacos. O presidente do conselho de administração do Hospital de Curry Cabral, Manuel Delgado, chamou a atenção, no Lunch & Learn organizado pelo Hospital do Futuro, realizado a 30 de Junho, no Hotel Villa Rica, em Lisboa, para a questão de «tudo o que é ambulatório» representar, «neste momento, cerca de 70% do que os hospitais gastam em medicamentos». Uma tendência que está muito relacionada com o facto de estes doentes, normalmente, serem portadores de patologias crónicas. Trata-se de uma realidade que, segundo o administrador, «muda completamente o paradigma» de gestão dos hospitais.
Para o responsável, o facto de o ambulatório incluir uma grande fatia de patologias crónicas «cria novos problemas de acompanhamento destes doentes», além de que a «supervisão terapêutica» dos mesmos «coloca novas questões quanto à utilização, periodicidade de entrega e acompanhamento médico laboratorial de vigilância».
Em relação ao mesmo assunto, o presidente da comissão de acompanhamento da execução do Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes, José Manuel Boavida, alertou que «não são avaliados os efeitos finais destes medicamentos». Conforme frisou no debate que se seguiu às apresentações de Manuel Delgado e Isaura Vieira, responsável pela Direcção de Economia do Medicamento e Produtos de Saúde do Infarmed, na tentativa de se «evitar o desperdício pela avaliação económica» acaba-se por «passar o desperdício para uma outra fase», a do acompanhamento dos efeitos do medicamento, que diz ser «muito mais difícil de avaliar».
Neste âmbito, e sublinhando que o acompanhamento «não pode ser feito através de ensaios clínicos, mas por estudos de vida real», José Manuel Boavida afirmou que «as bases de dados dos institutos portugueses de Oncologia, e da sida, têm de ser claramente avaliadas». Isto não só do ponto de vista do «acompanhamento concreto dos doentes», mas também dos «resultados e sucesso da terapêutica». Uma posição corroborada pelo responsável do Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência, António Vaz Carneiro, e não contestada pelos participantes no Lunch & Learn.
O que também não se faz, segundo Manuel Delgado, é o registo de efeitos adversos. A propósito das questões que se colocam hoje à inovação terapêutica, o administrador advertiu: «Diria que não há muitos hospitais em Portugal que tenham uma política de registo sistemático de efeitos adversos.» E isso é válido, nas suas palavras, para uma «simples queda de um doente da maca» até ao «efeito negativo de um medicamento».
Uma afirmação desde logo refutada pelo antigo bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Aranda da Silva, que lembrou que a «notificação de efeitos adversos é obrigatória». Apesar de reconhecer que «os efeitos adversos têm de ser registados», Manuel Delgado sublinhou que «o problema é que, muitas vezes, não o são». E isso, afirmou, é «preocupante», na medida em que as administrações hospitalares fazem um esforço muito grande para «optimizar um medicamento» e depois «perde-se-lhe completamente o rasto».

Médicos favoráveis aos estudos, mas pouco utilizadores

A grande maioria dos médicos é favorável a que estudos de avaliação de medicamentos que contenham uma análise económica contribuam para a sua prática clínica. Segundo o estudo Euromet, realizado entre 1997 e 1999, citado por Manuel Delgado, «75% dos prestadores [em Portugal] reconhecem que os estudos de avaliação económica das tecnologias devem ter alguma influência na prática clínica».
Apesar disso, «Menos de um quarto dos inquiridos disse ter alguma vez utilizado estudos de avaliação para tomar decisões», referiu ainda o administrador do Hospital de Curry Cabral, além de que somente «16% dos médicos inquiridos disseram ter tido contacto com matérias de Economia da Saúde».

As propostas instáveis da Indústria

Manuel Delgado acusou a Indústria Farmacêutica de ter uma competitividade «frenética» que acaba por prejudicar as administrações hospitalares. Isto porque, por vezes, existem «lutas de preços para produtos com o mesmo fim terapêutico, em que no mesmo dia há em cima da mesa informações de baixa de preços». Na sua opinião, isso é «preocupante» para quem tem de decidir, porque não consegue saber até que ponto a sua decisão se estabelece «com base em propostas robustas, estáveis e definitivas».
Por seu lado, João Barroca, administrador da Bayer, questionou se «algumas administrações hospitalares» não contribuirão «de forma importante» para que isso aconteça. E acrescentou que muitas vezes «a empresa é chamada hoje para se pronunciar para ter uma resposta amanhã, e depois é chamada daí a 15 dias para se pronunciar de novo».

TEMPO MEDICINA ONLINE de 2008.07.08

11:12 da manhã  
Blogger e-pá! said...

Health and business...

O medicamento em causa Bevacizumab (Avastin®) é um produto da moderna biotecnologia, isto é, um Ac monoclonal que inibe o factor de crescimento (Fc) - Vascular endothelial growth factor (VEGF), controlando a angiogénese tumoral, ptovocando a "morte" de células omcogénicas por déficit de nutrição (irrigação local).
Sendo um Ac monoclonal, espanta a sua indicação para tão largo espectro de utilização... mas a Ciência tem insondáveis mistérios.

Em 2004, foi aprovado, pela FDA, para carcinomas metastáticos do cólon e carcinoma do pulmão (non-small cells). Essa aprovação era condicionada à sua associação com quimioterapia (standart). Ficávamos assim sem saber onde residia a eficácia (de qualquer maneira reduzida).

Este ano (2008), foi aprovado para o uso do cancro pulmonar (a parentemente sem limitações do tipo celular envolvido), e sem demonstrações científicas de evidência, quanto a um eventual aumento do tempo de sobrevida.

A atitude da FDA é certamente condicionada pela presença de 2 grandes grupos da industria farmacêutica sediados nos EUA: Genenthecn (Genetic Engineering Technology, Inc.) e a Hoffmann-La Roche Inc. (Roche), based in Nutley, N.J.
Interessante, para os curiosos é a divisa da Genenthecn: “in business for life”.

Dá a sensação que a evidência está a ser maltratada pela FDA.
O business é mandatório.
Nos EUA os novos produtos terapêuticos e de biotecnologia (onde são lideres) sujeitos a rigidas verificações de evidencia (que os americanos sabem usar) são as inovações investigadas e produzidas no estrangeiro.

American way of life!

12:14 da tarde  
Blogger helena said...

O ambulatório refere-se à utilização dos medicamentos imunomodeladores (oncologia) e antiretrovirais (HIV).

Um aspecto importante a considerar, além dos referidos acima, é o grau de adesão dos doentes às terapêuticas, traduzida no incumprimento dos planos terapêuticos com quebra de eficácia dos tratamentos.
O acompanhamento destes doentes nem sempre é o melhor.
Tudo somado salda-se numa perda significativa do potencial terapêutico que custou largos milhões ao Estado.

10:27 da tarde  
Blogger Joaopedro said...

«Há hospitais que dificultam a cedência de medicamentos mais caros»

A declaração do dr. Pedro Lopes carece de justificação.
A utilização de critérios de utilização por parte dos hospitais do SNS, estará também incluída no que considera "dificultar a cedência" ?

10:38 da tarde  

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