Investir em Saúde (2)
Que os níveis de riqueza e de saúde dos povos estão intimamente ligados penso que ninguém duvida, bastará olhar para o mundo das nações e, dentro de cada uma delas, para o que se passa ao nível dos diversos extractos sociais para o confirmar. Sabemos porém que as causas que contribuem para o bem-estar e saúde dos povos, estão muito para além das despesas atribuídas ao sistema de saúde em si mesmo. Outros factores, como sejam uma distribuição mais equitativa da riqueza, promoção da literacia, acesso a bens culturais e medidas ambientais, são tão ou mais importantes que o investimento em saúde, entendida em sentido estrito, para o aumento da qualidade e esperança de vida dos povos.
É hoje evidente a existência de vários lobbies, ligados às industrias médica e farmacêutica, que se movimentam junto dos círculos comunitários que, com o objectivo de aumentarem proventos, procuram estabelecer uma relação causa efeito entre investimento em equipamentos e farmácia e melhoria da saúde das populações. Há pois que relativizar esta relação entre economia e saúde, é que sendo verdade que uma população mais saudável gera mais riqueza nem sempre um maior investimento no sistema de saúde se traduz em melhor saúde pública.
No caso concreto do nosso País, em que a despesa em saúde já ultrapassou 10% do PIB, estando acima da média europeia, preconizar-se um aumento do investimento no sistema de saúde como forma de melhorar a saúde dos portugueses é defender uma má política. Como bem se sabe, o orçamento não é elástico e se puxarmos excessivamente a manta outras áreas determinantes na formação da nossa saúde ficarão a descoberto. Parece-me pois que o que é prioritário é aumentar a “accountability” o nível dos diferentes patamares de decisão de forma a combater os desperdícios do nosso sistema de saúde.
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É hoje evidente a existência de vários lobbies, ligados às industrias médica e farmacêutica, que se movimentam junto dos círculos comunitários que, com o objectivo de aumentarem proventos, procuram estabelecer uma relação causa efeito entre investimento em equipamentos e farmácia e melhoria da saúde das populações. Há pois que relativizar esta relação entre economia e saúde, é que sendo verdade que uma população mais saudável gera mais riqueza nem sempre um maior investimento no sistema de saúde se traduz em melhor saúde pública.
No caso concreto do nosso País, em que a despesa em saúde já ultrapassou 10% do PIB, estando acima da média europeia, preconizar-se um aumento do investimento no sistema de saúde como forma de melhorar a saúde dos portugueses é defender uma má política. Como bem se sabe, o orçamento não é elástico e se puxarmos excessivamente a manta outras áreas determinantes na formação da nossa saúde ficarão a descoberto. Parece-me pois que o que é prioritário é aumentar a “accountability” o nível dos diferentes patamares de decisão de forma a combater os desperdícios do nosso sistema de saúde.
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2 Comments:
Dificilmente concebo bons resultados, sem um investimento programado, avaliado e dirigido para áreas prioritárias e sustentáveis.
Estou farto da fastidiosa repetição rábula da cigarra e da formiga, aplicada à Saúde.
Adenda:
Já depois de ter feito o comentário anterior li na revista Visão, de hoje, um artigo de Boaventura Sousa Santos, sobre o
SNS.
Apesar de conter algumas imprecisões e ser a opinião de um sociólogo (... "maldito" em alguns círculos), julgo a sua leitura indispensável para entender a questão, uma vez que o investimento, não estando explicito, está implicito como solução necessária para a sobrevivência do SNS...
(PS - não sei fazer link)
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