Pobre futuro ...
Hospital nurses remuneration, 2007
Quero começar por cumprimentar o Hórus (grande post) link assim como os consagrados Brites, Aidenós e Távisto (citação do TM). Depois deles pouco ficou por dizer tão certeira é a sua argumentação. Resta ligar as práticas dos últimos 20 anos ao descalabro financeiro actual e trazer alguns números esclarecedores da “justa” luta dos enfermeiros.
A) Ninguém é responsável, «é a vida…»
1- Ninguém é responsável pelo actual descalabro financeiro do país que fará com que o nível de vida da população desça ainda mais, os contribuintes vão pagar mais, a vida dos jovens fique comprometida e se criem poucos e mal pagos empregos. Que se passou nos últimos 20 anos no Estado?
2- Os nossos governantes (todos mesmo o actual PR), irresponsavelmente, foram dando tudo a todos, cada vez mais serviços em todo o lado, mais pessoas, mais regalias e direitos. Procuravam mais os votos que o serviço da população, e para isso é mais fácil e eficaz dar que gerir e racionalizar a rede (excepcione-se CC). Assim os défices foram surgindo e foram sendo transferidos para a dívida pública (alguém a vai pagar no futuro com menos empregos e menos nível de vida … «ora, isso agora não interessa nada»). Foi com os principais sectores -saúde, educação, justiça, …-, não com o ambiente ou a cultura, que se foi criando a gigantesca dívida.
3- Neste doce engano o que se passou com o pessoal? Bem, a avaliação continuou e continua a ser uma ficção - tipo 95% são «muito bons» os restantes são apenas «bons» –, mas as carreiras foram sendo actualizadas ou ajustadas – isto é cada vez mais dinheiro e mais direitos para todos, perdão apenas para os que tiverem pelo menos bom! Se isto não é brincar com os contribuintes e comprometer o futuro do país o que é? As promoções em vez de limitadas com o mérito ficam acessíveis a todos, nivelando-se por baixo e promovendo de facto por idade. Não resisto a contar um caso, verdadeiro, passado num grande hospital do Norte. Um Ortopedista estava proibido pelos colegas de ver e tratar doentes, tal era o perigo inerente, mas continuou a receber «tudo a que tinha direito» e ser pontualmente classificado de Bom. O problema foi quando o quiseram convencer a não se candidatar a chefe do serviço (com tantos bons ganhava), não foi fácil!
4- De facto os serviços públicos estavam capturados pelos profissionais e as pessoas sofriam de duas maneiras, como utentes e como contribuintes, porque a irresponsabilidade cai sempre naqueles que são os mais fracos, nunca nos “Sim, Senhores Ministros”. Por isso a empresarialização se impunha, para evitar o descalabro financeiro e eliminar a insensibilidade ou mesmo desprezo pelos doentes.
5- Só que em Portugal tudo descamba pela politiquice, chico espertismo e pela irresponsabilidade. Assim: i) Bons coladores de cartazes foram convertidos em gestores de hospitais, que obviamente havia que não avaliar; ii) Um ministro confundiu a saúde com fábricas de sapatos e deixou o mercado de trabalho completamente desregulamentado, entregue aos tais gestores e sem qualquer controlo – o resultado só podia ser inflação geral de salários, o salve-se quem puder das empresas de trabalho e outros esquemas de desenrasca; iii) A incapacidade e a difícil situação financeira «desaconselhavam» a opção por mercado regulado com incentivos em função dos resultados avaliados, assim optou-se por voltar a colocar no centro as carreiras e as «justas reivindicações» resolvidas em Lisboa. Como é que se gerem empresas públicas com funcionários públicos? «Ora, isso agora não interessa nada». A actual situação de desorientação e de actuação a reboque da agenda dos sindicatos permite afirmar que o SNS ficará a um passo do precipício, quem dará os «Passos» seguintes?
B) Enfermeiros ganham pouco?
1- Alguns enfermeiros ganham muito pouco dado o trabalho e resultados excepcionais que conseguem, mas muitos ganham demais para o que fazem entre os múltiplos empregos e os vários esquemas que adoptam para conciliar o inconciliável – se é carreira desgastante e muito exigente como tantos conseguem ter dois empregos a tempo completo simultaneamente?
2- Vejamos:
a) Quem duvida do valor da retribuição paga aos enfermeiros vá ver as pensões atribuídas no mesmo dia, um administrador hospitalar consagrado ficou com uma pensão inferior ao de uma qualquer enfermeira chefe. Que fará se ganhassem bem!
b) Como seria possível ter enfermeiros espanhóis radicados em Portugal, se aqui não se pagasse bem, sabendo que o nível de vida em Espanha é 50% superior ao nosso?
c) Como se compreende que no mercado privado aceitem 900 euros de entrada e no SNS não cheguem 1200 e se exige as promoções e os horários (vide INEM) que eles querem, enquanto no privado sujeitam-se ao que os patrões lhes impõem? Só pode ser por amor ao SNS…
d) Mas ainda haverá quem ache que ganham pouco. Olhemos então para o que nos diz a informação da OCDE link : i) Concluímos que o ordenado das enfermeiras era 1,7 vezes o salário médio da população Portuguesa (mais ou menos o que ganha em média o «rico contribuinte»), muito mais que nos restantes países europeus! ii) Depois em USD e PPP, em Portugal ganhavam mais que os enfermeiros do Japão e da Finlândia; iii) Finalmente de 1997 a 2005 tiveram um aumento de 2,4% ao ano, quando o «rico contribuinte» médio teve apenas 0,6% - isto é 4 vezes mais, valor relativo que não tem paralelo em nenhum outro país naquele período. É assim tão pouco?
Só espero que com tanto hesitantismo e tanta irresponsabilidade os nossos governantes não continuem a ceder alegremente («ora isso agora interessa MUITO»!) aos sindicatos da saúde, porque atrás dos enfermeiros e dos médicos virão os Técnicos, atrás desses virão os juízes, polícias, exército, etc.
Pobre país este, mas também pobres contribuintes, pobres doentes e pobre futuro que reservamos para os nossos filhos….
Simplesmente Constança
A) Ninguém é responsável, «é a vida…»
1- Ninguém é responsável pelo actual descalabro financeiro do país que fará com que o nível de vida da população desça ainda mais, os contribuintes vão pagar mais, a vida dos jovens fique comprometida e se criem poucos e mal pagos empregos. Que se passou nos últimos 20 anos no Estado?
2- Os nossos governantes (todos mesmo o actual PR), irresponsavelmente, foram dando tudo a todos, cada vez mais serviços em todo o lado, mais pessoas, mais regalias e direitos. Procuravam mais os votos que o serviço da população, e para isso é mais fácil e eficaz dar que gerir e racionalizar a rede (excepcione-se CC). Assim os défices foram surgindo e foram sendo transferidos para a dívida pública (alguém a vai pagar no futuro com menos empregos e menos nível de vida … «ora, isso agora não interessa nada»). Foi com os principais sectores -saúde, educação, justiça, …-, não com o ambiente ou a cultura, que se foi criando a gigantesca dívida.
3- Neste doce engano o que se passou com o pessoal? Bem, a avaliação continuou e continua a ser uma ficção - tipo 95% são «muito bons» os restantes são apenas «bons» –, mas as carreiras foram sendo actualizadas ou ajustadas – isto é cada vez mais dinheiro e mais direitos para todos, perdão apenas para os que tiverem pelo menos bom! Se isto não é brincar com os contribuintes e comprometer o futuro do país o que é? As promoções em vez de limitadas com o mérito ficam acessíveis a todos, nivelando-se por baixo e promovendo de facto por idade. Não resisto a contar um caso, verdadeiro, passado num grande hospital do Norte. Um Ortopedista estava proibido pelos colegas de ver e tratar doentes, tal era o perigo inerente, mas continuou a receber «tudo a que tinha direito» e ser pontualmente classificado de Bom. O problema foi quando o quiseram convencer a não se candidatar a chefe do serviço (com tantos bons ganhava), não foi fácil!
4- De facto os serviços públicos estavam capturados pelos profissionais e as pessoas sofriam de duas maneiras, como utentes e como contribuintes, porque a irresponsabilidade cai sempre naqueles que são os mais fracos, nunca nos “Sim, Senhores Ministros”. Por isso a empresarialização se impunha, para evitar o descalabro financeiro e eliminar a insensibilidade ou mesmo desprezo pelos doentes.
5- Só que em Portugal tudo descamba pela politiquice, chico espertismo e pela irresponsabilidade. Assim: i) Bons coladores de cartazes foram convertidos em gestores de hospitais, que obviamente havia que não avaliar; ii) Um ministro confundiu a saúde com fábricas de sapatos e deixou o mercado de trabalho completamente desregulamentado, entregue aos tais gestores e sem qualquer controlo – o resultado só podia ser inflação geral de salários, o salve-se quem puder das empresas de trabalho e outros esquemas de desenrasca; iii) A incapacidade e a difícil situação financeira «desaconselhavam» a opção por mercado regulado com incentivos em função dos resultados avaliados, assim optou-se por voltar a colocar no centro as carreiras e as «justas reivindicações» resolvidas em Lisboa. Como é que se gerem empresas públicas com funcionários públicos? «Ora, isso agora não interessa nada». A actual situação de desorientação e de actuação a reboque da agenda dos sindicatos permite afirmar que o SNS ficará a um passo do precipício, quem dará os «Passos» seguintes?
B) Enfermeiros ganham pouco?
1- Alguns enfermeiros ganham muito pouco dado o trabalho e resultados excepcionais que conseguem, mas muitos ganham demais para o que fazem entre os múltiplos empregos e os vários esquemas que adoptam para conciliar o inconciliável – se é carreira desgastante e muito exigente como tantos conseguem ter dois empregos a tempo completo simultaneamente?
2- Vejamos:
a) Quem duvida do valor da retribuição paga aos enfermeiros vá ver as pensões atribuídas no mesmo dia, um administrador hospitalar consagrado ficou com uma pensão inferior ao de uma qualquer enfermeira chefe. Que fará se ganhassem bem!
b) Como seria possível ter enfermeiros espanhóis radicados em Portugal, se aqui não se pagasse bem, sabendo que o nível de vida em Espanha é 50% superior ao nosso?
c) Como se compreende que no mercado privado aceitem 900 euros de entrada e no SNS não cheguem 1200 e se exige as promoções e os horários (vide INEM) que eles querem, enquanto no privado sujeitam-se ao que os patrões lhes impõem? Só pode ser por amor ao SNS…
d) Mas ainda haverá quem ache que ganham pouco. Olhemos então para o que nos diz a informação da OCDE link : i) Concluímos que o ordenado das enfermeiras era 1,7 vezes o salário médio da população Portuguesa (mais ou menos o que ganha em média o «rico contribuinte»), muito mais que nos restantes países europeus! ii) Depois em USD e PPP, em Portugal ganhavam mais que os enfermeiros do Japão e da Finlândia; iii) Finalmente de 1997 a 2005 tiveram um aumento de 2,4% ao ano, quando o «rico contribuinte» médio teve apenas 0,6% - isto é 4 vezes mais, valor relativo que não tem paralelo em nenhum outro país naquele período. É assim tão pouco?
Só espero que com tanto hesitantismo e tanta irresponsabilidade os nossos governantes não continuem a ceder alegremente («ora isso agora interessa MUITO»!) aos sindicatos da saúde, porque atrás dos enfermeiros e dos médicos virão os Técnicos, atrás desses virão os juízes, polícias, exército, etc.
Pobre país este, mas também pobres contribuintes, pobres doentes e pobre futuro que reservamos para os nossos filhos….
Simplesmente Constança
Etiquetas: Crise e politica de saúde, s.n.s. 2
49 Comments:
Pobre país, pobres enfermeiros e probre de espírito esta tal de Constança, ou Simplória Constança.
Só uma mente simples ou simplória pode continuar a chamar uma classe Licenciada e cientificamente evoluída por «enfermeiras»... cara senhora estamos em 2010!!!
Depois importa explicar a esta senhora que os enfermeiros não querem ganhar mais que os outros licenciados da administração pública, apenas querem ganhar o mesmo (professores, psicólogos, nutricionistas...), já que consideramos (assim como a legislação em vigor) que a nossa licenciatura tem o mesmo grau de complexidade (grau 3).
Por outro lado o seu triste intelecto ainda não percebeu que a proposta do Ministério da Saúde é desonesto, na medida em que um enfermeiro para atingir o topo da carreira tem que trabalhar 70 anos, por outro lado não reconhece a especialização dos enfermeiros, propondo que apenas 10% destes ocupem vagas como expecialistas, também não reconhece, para efeitos de carreira, os mestrados.
É inaceitável que um enfermeiro licenciado, especialista e com um mestrado ou doutoramento continue a ganhar abaixo da função pública... provavelmente não saberá mas um enfermeiro destes tem no mínimo 8 anos de ensino superior, provavelmente mais do que a senhora algum dia terá capacidade para fazer.
A profissão de enfermagem é desgastante tanto a nível físico como emocional, já que lidamos com situações de grande fragilidade e muitas vezes num contexto violento, para não falar do risco inerente à prática da enfermagem.
Importa também dizer que os enfermeiros esperam à 10 anos para verem actualizados os seus salários, isto porque somos licenciados à 10 anos.
No meio disto tudo, devem haver por aí Senhoras Simplesmente Pobres que hajam justo um interno de medicina ir ganhar um bónus de 750E para trabalhar no interior do país, ou um médico ganhar um bónus de 500E para chegar a horas ao trabalho num hospital do norte.
Quanto aos Espanhóis fique também a saber (porque é muito burra) que actualmente são residuais os colegas que trabalham em Portugal e os que o fizeram foi numa latura em que não havia emprego em Espanha, e como em Espanha as pessoas desempregadas não devem receber dinheiro para ficar em casa, optaram por vir para Portugal.
Talibã das Beiras: Sempre ao mais alto nível.
“Importa também dizer que os enfermeiros esperam à 10 anos para verem actualizados os seus salários, isto porque somos licenciados à 10 anos.”
“No meio disto tudo, devem haver por aí Senhoras Simplesmente Pobres…”
À dez anos? Devem haver?
Oxalá este Talibã trate melhor os Doentes que a Língua Portuguesa.
Oh Viriato, na falta de haver quaisquer argumentos, decide esgrimir a reparação de erros no português.. Você não é político pois não?..
Cara Constança, peço-lhe que por favor se inteire da injustiça praticada à Enfermagem, que contrariamente ao que a ministra da Saúde faz veicular, os enfermeiros não exigem um aumento, mas sim uma readequação salarial.
Repare que qualquer Licenciado aufere um mnínimo de 1200 euros. Um Enfermeiro ganha 1020 euros.. Repare que estamos enquadrados numa carreira de regime especial, ou seja, temos o maior grau de complexidade(3), penosidade e responsabilidade profissionais, que nos dá direito, à semelhança de outras profissões (de médico, professor, ...) a 1510 euros de salário base.
Os Enfermeiros exigem que recebam o mesmo que os outros, não pedem mais que os outros.
Desonestidade intelectual, burrice, conversa encomendada ou défice cognitivo? Qual destas hipóteses caracteriza o/a autor/a deste post?
Vejamos os argumentos e contra-argumentação:
Argumentação: "Quem duvida do valor da retribuição paga aos enfermeiros vá ver as pensões atribuídas no mesmo dia, um administrador hospitalar consagrado ficou com uma pensão inferior ao de uma qualquer enfermeira chefe." Contra-argumentação: quantos anos é que cada um descontou? Com quantos anos se reformou o administrador e com quantos anos se reformou a enfermeira chefe? Qual o passado laboral de cada um para aferir dos vencimentos sobre os quais incidiram as pensões? Sem estes dados o argumento apresentado é poeira para os olhos. É favor não tentar fazer os outros de tolos... Ou se calhar nem conseguiu descortinar estes aspectos no raciocínio que fez.
Argumentação: "Como seria possível ter enfermeiros espanhóis radicados em Portugal, se aqui não se pagasse bem, sabendo que o nível de vida em Espanha é 50% superior ao nosso?" Contra-argumentação: É simples: desemprego total para os enfermeiros em Espanha. Ou vinham exercer Enfermagem para Portugal para manter as competências (sim, porque o exercício de Enfermagem implica prática constante e actualizações periódicas, no sentido de se garantir a qualidade e segurança dos cuidados) ou desempenhavam outras funções, em Espanha, diferentes das de enfermeiro. O nível de vida em Espanha não é 50% superior ao nosso, mas os Enfermeiros lá ganham mais 66% do que cá para igual trabalho. Afirma-o quem já trabalhou lá e contactou com muitos enfermeiros que vieram trabalhar para cá. Algo que se aconselha a quem escreveu o post (falar com enfermeiros espanhóis que cá trabalhem), de forma a não escrever as barbaridades e mentiras expostas no post.
Argumentação: "Como se compreende que no mercado privado aceitem 900 euros de entrada e no SNS não cheguem 1200 e se exige as promoções e os horários (vide INEM) que eles querem, enquanto no privado sujeitam-se ao que os patrões lhes impõem? Só pode ser por amor ao SNS…" Contra-argumentação: É bom que se tenha presente que o resultado para a carreira no privado deriva de péssimas negociações levadas a cabo por um Sindicato que rege a sua intervenção por um paradigma comunista, o que resulta num desprezo total pelo privado e, consequentemente, pelos enfermeiros que lá trabalham.
Argumentação: "Concluímos que o ordenado das enfermeiras era 1,7 vezes o salário médio da população Portuguesa (mais ou menos o que ganha em média o «rico contribuinte»), muito mais que nos restantes países europeus! ii) Depois em USD e PPP, em Portugal ganhavam mais que os enfermeiros do Japão e da Finlândia; iii) Finalmente de 1997 a 2005 tiveram um aumento de 2,4% ao ano, quando o «rico contribuinte» médio teve apenas 0,6% - isto é 4 vezes mais, valor relativo que não tem paralelo em nenhum outro país naquele período." Contra-argumentação: Como é calculado o salário médio neste estudo? Qual a constituição das amostras em termos de categorias profissionais consideradas? Sabia que a OCDE engloba na categoria de enfermeiro, noutros países, as nossas Assistentes Operacionais (antigas Auxiliares de Acção Médica)? É natural que surjam disparidades acentuadas nos ordenados comparados, não é? Se quer discutir de forma séria ao menos seja séria/o nos argumentos que utiliza e venha a jogo com os dados todos.
Conclusão: esperava-se mais qualidade na regulação dos posts neste blog, considerando o seu histórico, relevância e pertinência nas análises que publica.
Isto é pura e simplesmente brincar com os numeros...pura demagogia e desonestidade intelectual, senão vejamos...em 2005 o salario médio em portugal era de 650 euros...ora 650 x 1,7 = 1105...ena pá, tanto dinheiro...1105 pelo salário médio de um enfermeiro, para quem percebe um pouco disto é de referir que 50% deles ganham abaixo disto...depois vamos ao caso da finlandia, que em 2005 tinha um salário médio de finlandia era na altura de 2200 X 0.9 = 1980...ops!...éh pá, e os gajos em 2007 ainda tiveram a lata de fazer uma greve por tempo indeterminado,sem serv. minimos e em 3 dias obtiveram um acordo para aumentos de 25% imediatos...ou seja 1980 + 25% de aumento é igual a...adivinhem lá 2475...é pá, o Constança, que vergonha...e os palermas que te mudam a fraldinha te dão banhinho e te podem salvara vida a qualquer momento em Portugal só mereciam 1105 euritos...pá
Perante a perversidade das afirmações do INE quanto ao resultado médio de vencimentos em Portugal, verificando-se a cada dia que passa, menor capacidade de absorver mais emprego e criar mais riqueza para o país, note-se para o país, abaixo alguns esclarecimentos do nosso real estado. Este sim é oficial, sem conotações políticas ou mentiras partilhadas.
Salários actuais da UE; em 1º lugar indico o salário no limiar da pobreza que equivale a 60% do salário médio, em 2º lugar o salário médio real efectivo, ai vai.
1- Luxemburgo, 1 928,00 » 3 213,00.
2- Dinamarca, 1 828,00 » 3 043,00.
3- Reino Unido, 1 634,00 » 2 723,00.
4- Alemanha, 1 604,00 » 2 674,00
5 - Bélgica, 1 506,00 » 2 510,00.
6 - França, 1 276,00 » 2 127,00.
7- Suécia, 1 252,00 » 2 086,00
8- Finlândia, 1 204,00 » 2 006,00.
9- Áustria, 1 143,00 » 1 905,00.
10-Holanda, 1 031,00 » 1 1719,00.
11-Irlanda, 982,00 » 1 637,00
12-Espanha, 725,00 » 1 208,00.
13-Grécia, 700,00 » 1 167,00.
14-Portugal, 387,00 » 645,00.
E AGORA VEJAM ONDE ESTÁ O PROBLEMA'?! DE QUEM TRABALHA, PARA QUEM TRABALHAMOS E QUEM NOS GOVERNA??
EM 2007 ERA ASSIM CONSTANCINHA...E TU QUANTO GANHAS PARA DIZER BABOSEIRAS...ENTÃO UM ENFERMEIRO GANHA MAISS QUE UM ENF. FINLANDÊS OU UM JAPONÊS...QUE TAL UMA RETRATAÇÃO, SÓ NÃO MUDAM OS BURROS
Minha cara simplesmente Constança, pobre de si que consegue dizer tanto disparate no mesmo dia, quanta ignorância, informe-se!
Também com os Técnicos de Saúde está a acontecer um processo semelhante.
Primeiro conseguiram uma licenciatura (mas mal sabem escrever) e equipararam todos os antigos sem habilitações; agora o MS prepara-se para os equiparar a Técnicos Superiores de Saúde (em Portugal deixará de haver Técnicos de Saúde!!!).
Depois, obviamente, como os Enfermeiros, quererão aumentos de vencimentos.
Nós todos pagamos!
Caros colegas,
Chamo-me Rui Cardeira, sou enfermeiro numa USF, leio assiduamente o Blog (os meus parabéns aos dinamizadores), mas não costumo participar, mas desta vez decidi abrir uma excepção.
Cara Contança só pode estar a brincar, digo eu.
Compreendo a situação do país no momento, mas não posso aceitar que durante os últimos anos, e sempre com o argumento de crise, os sucessivos governos não aceitassem negociar a carreira de enfermagem, e fossem negociando outras carreiras pelo meio.
Não posso aceitar, de igual forma, que haja uma Lei que impõe que todos os licenciados na função publica iniciem funções com um mínimo de €1200 (quando a lei saiu já o governo tinha conhecimento da licenciatura de enfermagem e logo da necessária actualização) e eu seja tratado como um licenciado de 2ª (todos iguais, mas há alguns mais iguais que outros).
Este argumento é discutível? É. Sem sombra de duvidas que é, mas é a lei e ela foi feita para ser igual para todos.
Respondendo ás suas questões:
1. Simples de resolver, iniciemos limpeza nas Câmaras Municipais e Institutos Públicos, eliminemos a sobrecarga de acessores que este país tem, pague-se de acordo com competência demonstrada e metas atingidas a altos dirigentes, canalize-se fundos para onde eles são deveras necessárias e não para obras de encher o olho e principalmente fiscalize-se a atribuição de subsídios sociais, de fundos atribuídos para estimulo da economia, etc. Um dos grandes problemas advém da falta continua de fiscalização.
2.Concordo, não se pode ter tudo e não se pagar mais por isso.
3. Uma vez mais de pleno acordo. Se há Avaliação de Desempenho ela tem que ser cumprida, doa a quem doer.
4. e 5. Nem mais.
B.
1 - Sou completamente favorável à exclusividade. Só trabalho num local, bem mais que as 35 horas do meu contrato e portanto considero que estou a ser mal pago.
2.
a)Os enfermeiros chefes, supervisores e directores contam-se pelos dedos das mãos, portanto é mau exemplo, principalmente porque o grosso dos enfermeiros está actualmente "preso" nas primeiras categorias da carreira. O meu vencimento liquido base é de aproximadamente €900.
b)Os enfermeiros espanhóis vieram para portugal devido ao desemprego em enfermagem que assolou Espanha no fim da década de 90 (se alguém quiser comprovar basta perguntar a um desses enfermeiros), entretanto estabeleceram vida em Portugal ou junto da fronteira.
c)Porque há uma lei na FP que impõe um mínimo. Concordo que em época de crise se tenha que cortar, mas neste caso o mais correcto será todos os licenciados passarem a ganhar €1020 e quando sairmos da crise negociamos carreiras.
d) Uma vez mais um mau exemplo, porque os rácios da OCDE incluem os valores pagos aos Auxiliares de enfermagem (profissão que não existe em Portugal) e logo dilui o valor final dos vencimentos.
Constança, se quer fazer comparações é simples, "pegue" num licenciado em enfermagem da carreira de ensino e compare os vencimentos e a responsabilidade nas suas funções com o colega da Saúde.
Simples e sem sair da profissão.
Solução para a crise:
- Não se aumenta os enfermeiros e reduz-se o vencimento de todos os licenciados da função pública em 15% durante 3 anos. Quase que posso apostar que a Constança não aceitaria, porque lhe iriam mexer no bolso, na mesma forma como estão a mexer no dos enfermeiros, mas pense pela positiva atingiríamos os 3% muito mais facilmente.
Rui Cardeira
Excelente post.
Os comentários anteriores despidos de argumentos limitam-se ao insulto.
Comentários deste nível não são usuais neste blog.
Subscrevendo o que a Clara disse, realmente comentários de nível insultuoso não são usuais neste blog. Recuso-me a acreditar que não os haja regularmente, mas simplesmente são filtrados pelos administradores do blog. Contudo, perante este post em particular, parece que o crivo se abriu e deixou passar o que habitualmente é filtrado. Como não acredito em coincidências, pergunto-me se haverá alguma intenção neste blog de conotar uma classe com formação superior a meia dúzia de comentários sem nível ? Agradeço resposta e publicação deste post caro Xavier.
É que caso tal não aconteça ficarei com séria relutância de continuar a considerar o SaudeSa como referência na Blogosfera.
Um gestor, ex-enfermeiro preocupado com a qualidade do blog (ou sua diminuição intencional e pontual...)
Princípios acima de personalidades.
E números acima dos ataques pessoais.
Portugal gasta proporcionalmente mais (do PIB) em saúde do que a Grécia.
Podemos lamentar, mas temos que reconhecer que mais dinheiro não é solução, pois não há orçamento que aguente erros de gestão e contratação.
Fica o desafio aos profissinais, de fazerem mais e melhor, com menos.
Cara Constança,
Aconselho-a a ler os comentários atentamente, pois vai concerteza aprender que mais vale estar calada do que dizer asneiras...
Francamente!
Mário Correia
À amiga Clara que escreveu:
"Excelente post.
Os comentários anteriores despidos de argumentos limitam-se ao insulto.
Comentários deste nível não são usuais neste blog."
A Clara sabe o que é um insulto? Sabe o que é insultar?
Pelo que escreveu depreende-se que não. Solução: Dicionário de Língua Portuguesa.
Se o nível deste post é bom, imagino como é que serão os que considera maus...
Mário Correia
Caro Ronyjux
Não, não sou político. Nem filiado em qualquer partido, não obstante o respeito que tenho pela democracia representativa.
E o meu comentário também não pretendeu ser uma manobra de diversão. Foi mesmo uma reacção espontânea a erros ortográficos básicos, num post que tanta ênfase colocou nas habilitações académicas.
Dizia Pessoa que a sua pátria era a língua portuguesa e eu habituei-me a respeitar o português.
Porventura estou antiquado. Sou do tempo em que seria impossível um licenciado não saber conjugar o verbo haver. Pela simples razão de que não conseguiria aprovação no exame de admissão ao liceu. Quiçá obter o diploma da 4ª classe.
Valha-nos que ainda há muita gente a cuidar da língua portuguesa. Como é o caso de Julio Daio Borges, um brasileiro que não conheço e, de quem, um dia, recolhi este saboroso naco de prosa:
“Vale a pena lembrar que conhecer melhor o português não faz mal a ninguém. Não dói, não causa alergia e não tem contra-indicação. Só custa um pouquinho. (Afinal, nada é de graça neste mundo, não é mesmo?) O interessado vai ter de pensar um pouco mais antes de falar ou escrever. Vai ter de se policiar, digamos assim. Quem sabe até consultar dicionários... O que não é nada complicado. Hoje, com o Houaiss e o Aurélio em CD-ROM, em um minutinho a pessoa tira suas dúvidas. Na internet, também. Com a gramática, a coisa é um pouco mais complicada, claro. (Mas não é muito, viu?) Bastam algumas regrinhas e a pessoa já está tropeçando bem menos nas pedras do caminho. Óbvio que para se aperfeiçoar de verdade custa um pouco. “
O post é excelente. E certeiro.
A justificar esta invasão de talibãs no saudesa.
Tenho invadido este blog nos últimos tempos e de facto, desta vez, justificou-se a minha invasão (sempre ao mais alto nível) até porque parece que veio dar uma pedrada no charco... até já há quem recorra a dicionários!!!
Lendo os comentários, sou tentado a concluir que só falta mesmo uma coisa... um valente pedido de desculpas aos enfermeiros por parte de pessoas claramente simples de argumentação.
Já agora, «Talibã» escreve-se assim, ou «Taliban»??????
Talibã das Beiras: Sempre ao mais alto nível.
@Viriato: =)
Cara Constança, espero que após as reacções que obteve ao seu post, umas mais inflamadas que outras, já tenha dispendido algum tempo a observar com maior detalhe, a situação dos Enfermeiros portugueses.
Não acredito que ficará com a mesma opinião, redutora que é, do papel social dos enfermeiros, do seu trabalho, e enfim, da tremenda injustiça, discriminação e até ilegalidade de que são alvos.
A ministra ao afirmar que os enfermeiros não se dão por contentes com um "aumento" de 17%, mente com todos os dentes e ar de sonsa que tem.
Os enfermeiros estão licenciados desde 1999. Há mais de 10 anos à espera de terem a sua progressão na carreira descongelada, e que lhes seja feita a tal readequação salarial, que merece face Às circunstâncias.
Obrigado e um abraço
Boa noite em nome do blog Cogitare em Saúde gostaria de esclarecer as mentes pouco esclarecidas.
Os dados que aqui apresentam referem-se a estatística e não a valores reais, isso sim daria a real diferença monetária entre o exterior e Portugal .
O Governo, a Ministra e Sócrates sabem que os enfermeiros são profissionais qualificados que devem receber justamente pelo serviço que prestam - mas também sabem que a maioria das pessoas ignora esta realidade e aproveitam-se deste desconhecimento para cometer "uma canalhice" e castigar os enfermeiros.
Em Portugal, nos hospitais, continuamos com falta de médicos e enfermeiros - apesar de já existirem muitos licenciados em enfermagem, as administrações hospitalares mantêm uma política de não-contratação, muitas vezes à custa de redução de efectivos nos serviços.
Os profissionais de saúde são, por isso e em regra, gente que estudou, se diferenciou e especializou numa área do saber que é vital para o funcionamento de qualquer tecido social e são também gente muitas vezes cansada, exausta, desanimada. Pagar menos a esta gente é no fundo não ter qualquer sensibilidade para o SNS e para o papel fundamental que os profissionais têm nele.
As noticias e o ambiente onde elas se inserem deve ser contabilizado. Se assim não for também acho desapropriado que No Banco de Portugal se ganhe mais que o Banco Federal dos EUA . Acrescento a minha linha de pensamento no Brasil por exemplo houve recentemente o ganho de uma luta pela jornada continua de 30 horas apenas (Enfermagem e Medicina).
Ora em Portugal passa-se o oposto estes profissionais são obrigados a um horário de 40 horas semanais os Enfermeiros , por exemplo e aos médicos pedem-lhes 24 horas que todos sabem que não cumprem .
Gastar e saber gastar em Saúde é importante e as recentes noticias dos excessivos gastos na Saúde e na contratação de Médicos revela isso mesmo.
Falando em números dou-lhe os números de Espanha de do Ordenado dos Enfermeiros :
Salário-base (calcula-se incluindo o convénio): 1993 euros
Salário ilíquido: 2713 euros
Salário líquido: 2030 euros
Caso queira confirmar deixo o link : http://cogitare.forumenfermagem.org/2010/03/27/em-espanha-um-enfermeiro-inicia-a-carreira-assim/
Em Portugal o inicio de carreira é 1020 Euros , percebe a razão do descontentamento de do desagrado dos Enfermeiros.
Temos sido prejudicados por acção politica , agora chegou a este impasse que espero que não termine mal !
Cara Constânça, sou enfermeira e fiquei muito triste com o que escreve. Parece que os enfermeiros são martires e teem que pagar com as más politicas ao longos dos sucessivos governos. Para se dar opinião tem que se estar informado e não me parece que conheça a realidade desta luta.
Espero que não seja uma jornalista que não tem mais nada que escrever! e não generalize em relação aos enfermeiros como do ortopedista que exemplificou há também enfermeiros que por optarem por um emprego (se o teem)são mal pagos dão o seu melhor e hipotecam a sua vida com anos a passar recibos verdes (que de esperança nada! )e o governo hipócrita rebola-se no parlamento e assiste de camarote.
A Constança simplesmente desconhece
o quanto se padece por se ser enfermeiro com mentalidades empobrecidas e destorcidas que por este Portugal dos pequeninos abundam.
O paradigma da enfermagem já mudou, já não estamos no tempo das freiras aquelas que certamente trataram de si (algo me faz pensar que frequentou esses ambientes.
Cumprimentos da Rosa no deserto do seu descontentamento
Cara Constança, para interpretar dados, ainda por cima relativos, é preciso puxar um bocadinho pela cabeça. Já agora, poderia ter lido todo o documento onde recolheu essa informação teria percebido que se refere aos países da OCDE e que existem nele dados e informações que a ajudariam a perceber o enviesamento e/ou dos dados estatísticosque referiu, ou fê-lo propositadamente? É que dados relativos são isso mesmo, RELATIVOS, não sendo possivel sem cruzamento com outras informações tirar conclusões absolutas. Se não veja, vou tentar não ser maçador. Portugal, no gráfico apresentado no blog SaudeSA é comparado com países como Noruega, Bélgica, Dinamarca,Alemanha, Dinamarca, Estados Unidos, Luxemburgo, Nova Zelandia, apenas para referir alguns. O único país que aparece acima de Portugal é o México. Agora chega a parte de puxar um bocadinho pela cabeça e tentar cruzar outros dados, sim, porque quando tratamos dados relativos temos sempre de os cruzar com outros dados para obter explicações fidedignas. Primeiro podemos verificar que Portugal tem o 14º salário médio efectivo na UE. Depois, podemos comparar os niveis de qualificação dos trabalhadores portugueses e os niveis de qualificação dos trabalhadores dos países com quem nos estamos a comparar. Depois podemos também verificar que em termos absolutos, os enfermeiros portugueses surgem no quartil inferior da tabela de remunerações anuais, quando comparados com os restantes países. E ainda...para quem se der ao trabalho de ler o estudo da OCDE que publica estes resultados verifica que são referidos vários factores que poderiam criar desvios nos resultados, entre eles o facto de em diversos dos países analisados a designação Enfermeiros incluir também e de grosso modo os "auxiliares de enfermagem" o que poderia fazer baixar os valores das remunerações. Conhecendo estes dados, o que é que se nos oferece????
Continua....
...Continuação
- 1º ponto, os enfermeiros são, quer se queira, quer não, um grupo profissonal altamente qualificado e técnicamente preparado (até vou dar de borla o facto de serem licenciados porque acredito que este não deve ser o factor principal para a definição de remunerações) e auferem 1,7 vezes o salário médio de uma força de trabalho que, como estamos em Portugal, sabemos pouco qualificada e preparada. Ou seja, a autora do post e compara profisionais todos eles qualificados, com elevados niveis de especialização e habilitações académicas com a média dos trabalhadores portugueses que são, infelizmente para a nossa economia, pouco qualificados e possuem fracos niveis de especialização e escolaridade e GENIALMENTE conclui que 1,7 vezes para diferenciar estes niveis é muito.
- 2º ponto, este ponto está relacionado com o anterior. Os países com quem Portugal é comparado são obviamente países em que o nivel de habilitação médio dos trabalhadores é muito superior e também por isso mais igualitário, daí não ser expectavel que os enfermeiros se fossem destacar dos restantes grupos profissionais. Estes paíes caracterizam-se também, sociologicamente, na sua organização societária por relações hierárquicas pouco distantes, ao contrário de países como Portugal. Países com essa característica em termos de organização social tendem a ter diferenças remuneratórias mais atenuadas(isto explicado de uma forma muito simplista).
-3º ponto, os enfermeiros ganham 1,7 vezes o salário médio português 645,00 euros o que é igual a 1096 euro(blasfémia, uma fortuna). Parece-me que aqui o grande problema não é o (pouco) que os enfermeiros ganham, mas o muito pouco que ganha a população portuguesa. Obviamente isso leva-nos a questões como pouca competitividade, pouca produtividade, baixas qualificações, anos sucessivos de políticas de baixos salários, etc, enfim o costume. A questão que se põe é a seguinte, devem os enfermeiros (ou outro grupo profissional) ser mal remunerado porque em Portugal se ganha em média, muito mal?
Eu acho que não, devemos é todos trabalhar e lutar para sermos mais produtivos, mais competitivos, cada vez mais capazes de fazer "arrancar" uma economia presa a ideias feitas e mitos derrotistas e errados.
Cara Constança, para interpretar dados, ainda por cima relativos, é preciso puxar um bocadinho pela cabeça. Já agora, poderia ter lido todo o documento onde recolheu essa informação teria percebido que se refere aos países da OCDE e que existem nele dados e informações que a ajudariam a perceber o enviesamento e/ou dos dados estatísticosque referiu, ou fê-lo propositadamente? É que dados relativos são isso mesmo, RELATIVOS, não sendo possivel sem cruzamento com outras informações tirar conclusões absolutas. Se não veja, vou tentar não ser maçador. Portugal, no gráfico apresentado no blog SaudeSA é comparado com países como Noruega, Bélgica, Dinamarca,Alemanha, Dinamarca, Estados Unidos, Luxemburgo, Nova Zelandia, apenas para referir alguns. O único país que aparece acima de Portugal é o México. Agora chega a parte de puxar um bocadinho pela cabeça e tentar cruzar outros dados, sim, porque quando tratamos dados relativos temos sempre de os cruzar com outros dados para obter explicações fidedignas. Primeiro podemos verificar que Portugal tem o 14º salário médio efectivo na UE. Depois, podemos comparar os niveis de qualificação dos trabalhadores portugueses e os niveis de qualificação dos trabalhadores dos países com quem nos estamos a comparar. Depois podemos também verificar que em termos absolutos, os enfermeiros portugueses surgem no quartil inferior da tabela de remunerações anuais, quando comparados com os restantes países. E ainda...para quem se der ao trabalho de ler o estudo da OCDE que publica estes resultados verifica que são referidos vários factores que poderiam criar desvios nos resultados, entre eles o facto de em diversos dos países analisados a designação Enfermeiros incluir também e de grosso modo os "auxiliares de enfermagem" o que poderia fazer baixar os valores das remunerações. Conhecendo estes dados, o que é que se nos oferece????
Os enfermeiros merecem todo o meu respeito enquanto profissionais e enquanto "cuidadores" do doente.
São, no entanto, em muitos aspectos, vitimas da má gestão (politica) dos recursos da Saúde e da sua própria ambição.
Durante os (muitos) anos em que eram poucos para as necessidades, foi-lhes concedida uma carreira com vários benefícios comparativamente ao regime geral, reconhecendo a especificidade da sua carreira, a sua importância no SNS e a escassez de enfermeiros (até 2006, ano que passou a haver excedentes).
Foi necessário CC "obrigar" os hospitais a terminar com o regime de horário acrescido, que de excepcional para fazer face à escassez de enfermeiros prestadores de cuidados, se tinha transformado em complemento remuneratório garantido para enf. chefes. Beneficiaram do poder de eleger um representante nos conselhos de administração dos HH (até CC, sempre ele, acabar com esse anacronismo), valendo-se do seu número e importância (os TDT nunca o conseguiram, apesar da carreira prever o Técnico Director).
A avaliação de desempenho era e é, algo de inconsequente - avaliação do triénio apenas com notação apenas de Insuficiente e Suficiente.
Conquistaram uma Ordem Profissional, longamente ambicionada.
Conseguiram a licenciatura, deixando de ser uma carreira com formação técnica para passar a uma formação superior (ao contrário de outros países bem mais ricos).
É legitimo que queiram auferir da remuneração da carreira técnica superior, visto serem licenciados. Esta situação era previsível, mas foi ignorada pelos políticos que, para calar os enfermeiros à dez anos atrás, lhes reconheceram o direito à licenciatura sem medirem as consequências futuras.
O problema é que, por um lado, os enfermeiros não querem a total equiparação aos técnicos superiores do regime geral. Querem continuar como corpo especial, o que se compreende.
O problema é o país está sem dinheiro para pagar mais. Não discuto se a sua luta é justa. Para um enfermeiro, técnico habilitado, que presta cuidados de saúde e é responsável pela vida dos doentes que trata, certamente que é justa.
Mas como pagar mais aos enfermeiros sem que com isso também tenham que pagar mais aos TDT? Afinal também já são licenciados.
Será que a população percebe esta luta, quando se encontra tolhida pelo desemprego, PEC, Face Oculta, Freeport e coisas do género?
O seu número continua a dar aos enfermeiros uma grande força, mas perderam capacidade de mobilização e de impacto e será muito difícil explicarem aos portugueses a justeza das suas reivindicações. O MS aproveita esse facto para continuar negar as pretensões dos enfermeiros, algo que me parece se irá manter por muito tempo.
Os enfermeiros merecem todo o meu respeito enquanto profissionais e enquanto "cuidadores" do doente.
São, no entanto, em muitos aspectos, vitimas da má gestão (politica) dos recursos da Saúde e da sua própria ambição.
Durante os (muitos) anos em que eram poucos para as necessidades, foi-lhes concedida uma carreira com vários benefícios comparativamente ao regime geral, reconhecendo a especificidade da sua carreira, a sua importância no SNS e a escassez de enfermeiros (até 2006, ano que passou a haver excedentes).
Foi necessário CC "obrigar" os hospitais a terminar com o regime de horário acrescido, que de excepcional para fazer face à escassez de enfermeiros prestadores de cuidados, se tinha transformado em complemento remuneratório garantido para enf. chefes. Beneficiaram do poder de eleger um representante nos conselhos de administração dos HH (até CC, sempre ele, acabar com esse anacronismo), valendo-se do seu número e importância (os TDT nunca o conseguiram, apesar da carreira prever o Técnico Director).
A avaliação de desempenho era e é, algo de inconsequente - avaliação do triénio apenas com notação apenas de Insuficiente e Suficiente.
Conquistaram uma Ordem Profissional, longamente ambicionada.
Conseguiram a licenciatura, deixando de ser uma carreira com formação técnica para passar a uma formação superior (ao contrário de outros países bem mais ricos).
É legitimo que queiram auferir da remuneração da carreira técnica superior, visto serem licenciados. Esta situação era previsível, mas foi ignorada pelos políticos que, para calar os enfermeiros à dez anos atrás, lhes reconheceram o direito à licenciatura sem medirem as consequências futuras.
O problema é que, por um lado, os enfermeiros não querem a total equiparação aos técnicos superiores do regime geral. Querem continuar como corpo especial, o que se compreende.
O problema é o país está sem dinheiro para pagar mais. Não discuto se a sua luta é justa. Para um enfermeiro, técnico habilitado, que presta cuidados de saúde e é responsável pela vida dos doentes que trata, certamente que é justa.
Mas como pagar mais aos enfermeiros sem que com isso também tenham que pagar mais aos TDT? Afinal também já são licenciados.
Será que a população percebe esta luta, quando se encontra tolhida pelo desemprego, PEC, Face Oculta, Freeport e coisas do género?
O seu número continua a dar aos enfermeiros uma grande força, mas perderam capacidade de mobilização e de impacto e será muito difícil explicarem aos portugueses a justeza das suas reivindicações. O MS aproveita esse facto para continuar negar as pretensões dos enfermeiros, algo que me parece se irá manter por muito tempo.
Caro Navarra,
O seu comentário é susceptível de várias respostas. Escolhi responder-lhe desta forma.
1. - Sobre este tema foi publiado anteriormente um excelente post link que mereceu apenas quatro comentários;
2.- O post da Simplesmente Constança terá gerado a indignação da classe. Compreende-se, assim, o atabalhoamento de alguns comentários. Que não deixam, por isso, de merecer publicação.Mesmo quando roçam a deselegância.
3.- Na qualidade de cidadão contribuinte parece-me que a "justa" luta dos enfermeiros não merece, nesta altura do campeonato, em que são exigidos, uma vez mais, enormes sacrifícios aos contribuintes e funcionários públicos em especial, o apreço da grande maioria dos portugueses.
O que nada tem a ver com o crescente reconhecimento da grande qualidade profissional da classe de enfermagem.
Dispenso-me de comentar o nível de quem surgiu no blogue apenas com ataques pessoais, vitimização e muito ressabiamento relativamente aos médicos. Quem não tem argumentos ou ideias válidas dá o que tem...
Os argumentos apresentados foram apenas 5 (há mais): valor da pensão, enfermeiros que vieram de Espanha, salário em PPP, salário no privado, valor reivindicado face ao salário médio. Vejamos.
A argumentação de que o enfermeiro-chefe tinha mais anos de serviço não colhe. A verdade é que se deveu ao generoso salário final do enfermeiro-chefe que englobava o valor pelo tempo acrescido. Só que o AH em causa é reconhecido por ser um exemplar servidor público, que sempre praticou jornadas (normais) muito superior às implícitas naquele regime. Note-se também que a maioria dos funcionários também nunca beneficiaram de carreiras que previam subidas automáticas independentemente de concurso ou vieram exigir mais cargos de chefia e a possibilidade de subir na carreira a determinada velocidade...
A argumentação dos enfermeiros espanhóis foi apenas confirmada, ainda que se aventassem possíveis explicações uma das quais que se deveu a desemprego em Espanha. Ora não é a essa a situação actual em Portugal? E então estão a pedir o que estão??
Relativamente aos comentários sobre o salário médio. Trata-se de uma média, abrangendo as diferentes situações e por isso inclui também os valores do sector privado. Os comentários sobre o INE são esclarecedores...
Na comparação com os salários na Finlândia e Japão alguém se esqueceu que são em PPP (paridades de poder de compra) que é o relevante, não em valores nominais.
A argumentação quanto ao salário recebido no secrtor privado é esclarecedora do nível do emitente, diz de que se deve "a sindicato que rege a sua intervenção pelo paradigma comunista".
Ninguém justificou a "justiça" de dar muito mais a quem tem tido aumentos médios anuais quatro vezes superiores ao contribuinte médio e agora acha pouco um amento de 20% - quando os restantes funcionários públicos são forçados a ter zero. Note-se ainda que há muitos funcionários (auxiliares, funcionários administrativos, maqueiros - ou, noutra área, taxistas) que também, tiraram uma licenciatura e não vieram exigir ganhar mais. As carreiras prevêem condições de acesso, de trabalho, de promoção e remuneração diferentes e todos sabemos como é mistificador agarrar-se ao salários base de outras carreiras com condições diferentes.
Assim concluo que se mantém a validade dos argumentos apresentados.
Post excelente. Do melhor que aqui se tem produzido. Uma análise cuidada com argumentos de peso.
Certeiro e difícil de rebater. Por quem anda à caça da goela ensanguentada deste Governo.
Fico na dúvida se esta malta merecerá o apuro desta senhora Constança de seu nome.
Factos:
A lei 12 A/2008
“define e regula os regimes de vinculação, de carreiras e de remunerações dos trabalhadores que exercem funções públicas.
2 - Complementarmente, a presente lei define o regime jurídico-funcional aplicável a cada modalidade de constituição da relação jurídica de emprego público. “
(…)
“2 - São especiais as carreiras cujos conteúdos funcionais caracterizam postos de
trabalho de que apenas um ou alguns órgãos ou serviços carecem para o
desenvolvimento das respectivas actividades.
3 - Apenas podem ser criadas carreiras especiais quando, cumulativamente:
a) Os respectivos conteúdos funcionais não possam ser absorvidos pelos conteúdos funcionais das carreiras gerais;
b) Os respectivos trabalhadores se devam encontrar sujeitos a deveres funcionais
mais exigentes que os previstos para os das carreiras gerais;
c) Para integração em tais carreiras, e em qualquer das categorias em que se
desdobrem, seja exigida, em regra, a aprovação em curso de formação específico de duração não inferior a seis meses ou a aquisição de certo grau académico ou de certo título profissional.”
In: http://www.dgaep.gov.pt/upload/Legis/2008_l_12_a_27_02.pdf
Ora vejamos: a carreira de enfermagem está definida como especial e a ser enquadrada seria na carreira técnica superior, cujas tabelas remuneratórias podem ser consultadas na Portaria n.º 1553-C/2008 de 31.12.2008
Sendo a remuneração mínima para um licenciado na Administração pública (carreira geral) de de 1201,48 (valores de 2009) algo estipulado pelo próprio Estado (confundir com Governo?) como explicar que nem por este valor seja considerada justa a reivindicação dos enfermeiros?
Como explicar que sendo enfermagem um “corpo especial” e existindo outros profissionais (farmacêuticos, psicólogos, assistentes sociais, etc) estes sejam remunerados por um valor ainda superior sem que nada o justifique?
Mas o que é que as estatísticas escondem?
Neste caso, tal como o (.) escreveu e bem, o estudo da OCDE omite uma questão muito importante e que porventura deu origem à “honra” de publicação em “1ª página” por parte de Xavier, a comparação da remuneração dos enfermeiros relativamente ao salário médio está enviesada:
Basta referir que apenas 11,3% dos Portugueses têm formação superior, algo só comparado com o México de entre todos os países aí relatados. Seria relevante comparar a remuneração de enfermeiros com outros profissionais de idêntica formação, talvez aí pudesse dar alguma razão a quem nos acusa de gananciosos. Considerei esta comparação e seu realce uma provocação encapotada mas isso deve ser desconfiança minha talvez…
Se compararmos as disparidades salariais nesses países ainda chegaremos à conclusão que são infinitamente menores que as portuguesas, fruto de uma elevada qualificação dos restantes (os não enfermeiros para que não existam dúvidas) face a Portugal, assim tal como o (.) referiu (poderia ter arranjado um pseudónimo de mais fácil citação) é normal que o salário do enfermeiro não seja tão díspar do salário médio.
Por último (porque isto não é uma aula de estatística apesar das limitações de interpretação de quem citou o estudo) e, tal como já referido anteriormente, nalguns desses países existem vários níveis profissionais de enfermagem, algo que não sucede em Portugal e assumindo que o enfermeiro português corresponde ao mais alto nível de enfermagem em qualquer um desses países é perfeitamente racional a presunção de que o nosso salário está “inflacionado” ou o deles “negligenciado” por assim dizer.
Portanto é de alguma desonestidade presumir que os enfermeiros portugueses são até demasiado bem pagos assumindo esses dados da OCDE como a Verdade.
Partindo deste pressuposto não é legítimo mas até é compreensível a revolta de alguns enfermeiros que aqui expressaram a sua opinião. Não concordando com a forma como o fizeram não posso deixar de entendê-los.
Vejamos:
Somos os profissionais mais assíduos e pontuais do SNS (mesmo trabalhando em vários sítios conseguimos mesmo assim ser os mais cumpridores…) e no entanto parece necessário ser incumpridor para que reconheçam estes valores (vide incentivos vários à assiduidade e pontualidade)discriminação positiva que não temos…
Passámos a ter uma licenciatura e tivemos a paciência de esperar por um prazo (2005) para que os nossos vencimentos fossem actualizados tal como o foram outras classes profissionais aquando da passagem de bacharelato a licenciatura e… estamos em 2010 ainda a discutir o mesmo problema.
Ter uma especialidade (que é paga do próprio bolso com estágios acrescido do facto de que este é feito fora do horário normal de trabalho) , uma pós-graduação, um mestrado ou um doutoramento em nada acresce ao reposicionamento na carreira ou no salário (proposta do MS). De relembrar que tal formação pós graduada é feita nas mesmas instituições de ensino que toda a restante população portuguesa que o queira. Alguns dos AH com certeza terão colegas enfermeiros na ENSP…
De acordo com os dados do próprio MS os enfermeiros produzem mais do que seria suposto face ao seu número deficitário nas instituições ( ver número de enfermeiros a trabalhar versus horas de cuidados previstas e efectivamente prestadas). Quem se pode orgulhar do mesmo?
Enfermagem é uma profissão extenuante e perigosa: aqui a estatísticas verdadeiramente escondem a realidade face à negligência na denúncia de actos de violência contra profissionais de saúde, assim como no registo de acidentes/incapacidade devido ao exercício profissional. No entanto, se puderem ou quiserem, consultem a esperança média de vida dos enfermeiro face aos restantes portugueses “médios”.
Por último, porque não tenho o propósito de explicar-vos o que é a profissão de enfermagem, temos contra nós a falta de registos clínicos, assim como a sua necessária avaliação e adequado sistema de informação, para que pudessem ser devidamente avaliados os prognósticos relativos às nossas intervenções/cuidados. Com certeza aperceber-se-iam da complexidade e importância da nossa actuação.
Para quem duvida do que acabei de dizer que proponha a anulação da impreteribilidade de cuidados mínimos quando em Greve (os argumentos acerca da moralidade da greve nos trabalhadores da área da Saúde já foram bem expressos por AM em: http://saudesa.blogspot.com/2010/03/causas-conheco-as-justas-e-nao.html
A mensagem que passamos ao país nesta altura parece não ser a indicada, mas alguma vez o será?
Somos dos poucos que cumprimos os nossos deveres, aliás até nos excedemos nesse mesmo dever e qual a recompensa que temos?
Moral da História: Só mama quem chora, quem não chora passa fome…
II Parte
A ditadura das estatísticas: o que não se pode medir não existe…
Diariamente constato uma enorme dificuldade em transformar em informação passível de análise, quer económica quer técnica, aquilo o que faço. Não pensem que tal se deve primariamente a problemas de linguagem mas sim de tempo e arquitectura dos sistemas de informação disponíveis.
Dou como exemplo o sistema “Alert ER” que não permite aproveitar os registos clínicos de enfermagem em informação passível de codificação, não posso por exemplo codificar um simples procedimento de aspiração de secreções ou posicionamento em decúbito dorsal (um leigo não entenderá a pertinência disto mas adiante explicarei) o que limita à posteriori análise de x procedimento e influência no prognóstico da pessoa ( doente é um termo redutor e não aplicável a pessoas saudáveis, por exemplo em contexto de prevenção primária, cliente implicaria ser um consumidor informado de serviços que manifestamente não o é, pessoa é um termo mais em conta com a abordagem humanista ou holística que queremos imprimir à nossa prática profissional, não só os enfermeiros mas todos os demais).
E o que tem isto a ver com a nossa luta? Nada e tudo.
Nada porque aparentemente só nos estamos a preocupar com justiça financeira que penso que face aos argumentos já esgrimidos, nem que seja pela ilegalidade de estarmos a ser discriminados face a outros licenciados (admiro-me até como tal pode ser possível face à justiça da EU ser tão pouco permissiva com estas questões não ter existido ainda uma chamada de atenção para este problema).
Tudo porque a nossa luta não se resume à justiça na remuneração.
Nós, mais do que ninguém, defendemos a transparência, exigimos um sistema de avaliação baseado na produtividade, na competência porque não temos medo dos resultados. Assim o queiram, como é óbvio, mas penso que tal não deve interessar-vos pois assim não poderiam negá-lo.
Podemos focar este temática em qualquer área da prestação de cuidados de saúde mas esta tem primordial importância nos CSP. Como explicar que desde a Declaração de Alma-Ata (1978) passando pela Declaração de Munique (2000) até aos dias de hoje, se continue a negligenciar o papel dos enfermeiros, para mal dos próprios mas acima de tudo para a população? Bastara uma simples análise de custo/efectividade do não realce do papel dos enfermeiros nesta área para saber como pode ser danosa a actual reforma em curso sem o envolvimento prioritário dos enfermeiros na mudança. Mais uma vez os enfermeiros reivindicam algo que o futuro infelizmente nos dará razão mas provavelmente tarde de mais…
Não dispersando… De facto a impossibilidade de aferir com rigor o que os enfermeiros “fazem” leva a que opiniões aqui expressas, que mais não são do que o constatar que falhámos ao transmitir a razão da nossa “causa”, fruto da nossa humildade em assumir a nossa quota-parte nos sucessos que, apesar de tudo o SNS vai tendo, e da nossas inexperiência/vergonha ao cumprir o que nos é exigido sem exigir mais em troca, algo que considero contranatura face à nossa nacionalidade, ironicamente falando.
Só agora, após escrever a minha resposta (tão vasta que espero que o Blogger não a "desformate" (um neologismo?) reparei que Simplesmente Constança e Joao Pedro já responderam por isso:
Adenda: De facto Simplesmente Constança tem de se retratar ou admitir que não está preparada para discutir estatíticas uma vez que convenhamos, estas suas novas explicações só reforçam a sua impreparação para analisar convenientemente os dados, assim em vulgo português, estamos a bater no ceguinho.
Argumentar com taxistas administrativos, auxiliares e os demais que têm licenciaturas mas não recebem como tal é do mais pobre que já vi. Experimente se há uns anos uma Ucraniana que eventualmente estivesse lá em sua casa e que por acaso até era professora exigia que lhe pagasse como professora apesar de desempenhar as tarefas de empregada doméstica(penso que perceberam a analogia).
Os espanhóis... enfim... se não percebeu ainda o porquê de eles terem vindo e já se terem ido (o número dos que ficaram é residual e por motivos bem óbvios já referidos)
Quanto ao AH e a enfermeira chefe... o oposto também deve acontecer e se calhar com frequência bem mais alta... Avaliem os AH também... Ah mas esses só querem avaliar, serem avaliados é que não...
Se nos limparmos de todo o preconceito contra os enfermeiros (Joaopedro) veremos que eles até vão dizendo umas coisas acertadas.
Não somos o parente pobre da Saúde... apenas o esquecido...
Constança, continua com argumentos falaciosos. 20 %, não de aumento mas de reenquadramento remuneratório atinge unicamente cerca de 1000 enfermeiros dos cerca de 36000 que trabalham no SNS e que têm um salário base de 1020 euros. Depois existem cerca de 5000 profissionais que têm um vencimento base de 1145 euros e para estes a revisão da carreira não lhes concede um reenquadramento remuneratõrio de 20%. Os restantes 31000 profissionais não terão nenhuma revisão salarial, segundo a proposta de revisão de carreira do governo. Por isso considero no mínimo abusivo que mencione 20% para os enfermeiros, porque de facto é totalmente FALSO. São 20% para 1000 enfermeiros de um universo de 36000. Não sabia, ou dá jeito ser pouco preciso?
Esta proposta tem também a "virtude" de colocar no mesmo índice remuneratório (o primeiro), os enfermeiros que iniciam carreira e os enfermeiros que já têm 12/13 anos de profissão. Faz sentido?
Cara Constança, um bocadinho de História. Pelos vistos não saberá, mas os enfermeiros finlandeses passaram por um processo muito semelhante ao dos enfermeiros portugueses, tendo culminado em 2007 com uma grande greve e ameaça concreta de despedimento colectivo. Foram durante largos anos muito mal pagos, foram durante largos anos reivindicando melhores condições. Os dados relativos à evolução salarial na Finlândia terminam em 2007 e o quadro que apresenta no seu post também termina em 2007.
Sabendo o que aconteceu e que os enfermeiros Finlandeses viram as suas reivindicações atendidas, é certo que actualmente os dados apresentados estão desactualizados, auferindo os enfermeiros finlandeses em termos absolutos e relativos mais que os enfermeiros portugueses. Mais uma vez, não tinha conhecimento deste facto, ou foi conveniente não ter?
E depois ainda escreve um comentário a dizer que os argumentos continuam válidos?? Santa Paciência....
Na minha terra costuma-se dizer que o verdadeiro jumento é aquele que nem depois de ensinado continua a cometer persistentemente o mesmo erro, e de facto há pessoas que simplesmente são jumentas, tal é a persistencia com que cometem os mesmos erros e se agarram a demagogias sem validade ou razão de ser, apenas com o intuito da má fé e da tentativa manipuladora de criar uma realidade ficcionada pelas suas mentes desprovidas de razão.
Fico triste por perceber que vão acontecendo, nos bastidores, estes tipos de manobras que visão branquear as justas reivindicações dos enfermeiros, utilizando argumentos tão desconexos que nos levam ao desespero, vejamos: Como é possível alguém afirmar que os enfermeiros recusaram um aumento de 20%? Isto é mentira, e quem escreve isto devia ser chamado à responsabilidade pois está a escrever asneiras atrás de asneiras. Se isso fosse verdade asseguro-lhe, os enfermeiros aceitariam a proposta, no entanto, o que se passou foi que para os colegas que já têm 10, 15, 20, 25, 30... anos de serviço o aumento salarial seria de 0%, percebeu ZERO %.
Aqui estamos a incorrer numa grande injustiça, pois o ministério da saúde não admite transições de colegas para a nova carreira, ou seja, só quem vá entrando na carreira é que vai progredindo a partir do 1 escalão.
É triste ver a falta de isenção, de moral e de verdade por parte de algumas mentes simplesmente ignorantes.
Talibã das Beiras: Sempre ao mais alto nível.
PS: prometo não dar mais para este peditório, é que já tenho simplesmente pena!
Tambem vou deixar de dar mais para este peditório...mas...constança...fique lá com esta, tambem do russell, e reflita
"De todas as características que são vulgares na natureza humana a inveja é a mais desgraçada; o invejoso não só deseja provocar o infortúnio e o provoca sempre que o pode fazer impunemente, como também se torna infeliz por causa da sua inveja. Em vez de sentir prazer com o que possui, sofre com o que os outros têm. Se puder, priva os outros das suas vantagens, o que para ele é tão desejável como assegurar as mesmas vantagens para si próprio. Se uma tal paixão toma proporções desmedidas, torna-se fatal a todo o mérito e mesmo ao exercício do talento mais excepcional.
Por que é que o médico deve ir ver os seus doentes de automóvel quando o operário vai para o seu trabalho a pé? Por que é que o investigador científico pode passar os dias num quarto aquecido, quando os outros têm de expor-se à inclemência dos elementos? Por que é que um homem que possui algum talento raro de grande importância para o mundo deve ser dispensado do penoso trabalho doméstico? Para tais perguntas a inveja não encontra resposta. Afortunadamente, porém, há na natureza humana um sentimento compensador, chamado admiração. Todos os que desejm aumentar a felicidade humana devem procurar aumentar a admiração e diminuir a inveja."
Cara Constança, reitero o que disse:
OS ENFERMEIROS NÃO PEDEM UM AUMENTO, MAS SIM A READEQUAÇÃO SALARIAL, PARA O SEU ESTATUTO DE LICENCIADO, E DE ESTAR INCORPORADO NUMA CARREIRA ESPECIAL.
Se ainda assim não quer anuir às evidentes injustiças praticadas, não sei que lhe diga..
Caro Magistral Estratega peço desculpa e ao mesmo tempo agradeço pois não tinha ainda reparado que no meu nome/pseudónimo aparecia apenas um ponto. Estive a mexer no meu perfil e deve ter sido um lapso.
Antes de mais, deixe-me dar-lhe os parabéns pela análise séria e coerente que fez, é esse nível que faz falta nestes fóruns e blogues(por oposição a frases feitas e demagogia).
Gostaria apenas de acrescentar um ponto, havia muitos outros, mas como a amiga Constança e companhia gostam tanto de números e estatísticas, que mais uma vez afirmo não deverem ser utilizados sem ter conhecimentos mais profundos acerca de assuntos tais como História, evolução dos modelos de sociedade, evolução dos modelos de administração pública, sociologia, evolução e História do desenvolvimento sócio-profissional dos grupos a que queremos referir-nos, etc(mas isso talvez já seja pedir demais).
Então vamos lá, Constança e Companhia, devem ter conhecimento da base de dados portuguesa de seu nome PorData (www.pordata.pt). Nessa base de dados, quem estiver interessado pode verificar e comparar a "Remuneração base média mensal dos trabalhadores por conta de outrem: total e por nível de qualificação", verificamos pois e tendo em conta as categoria com qualificações, que a mais baixa aufere em média 1.165,2 euros e a que teoricamente terá mais altas qualificações aufere em média 2.120,2 euros. Ou seja, comparamos apenas o que é comparável (trabalhadores qualificados em Portugal).
Agora, uma vez que não sabemos qual a origem dos dados do documento da OCDE, vamos usar apenas dados do site PorData. Em 2008 a remuneração média mensal em Portugal eram 843,2 euros. Se os enfermeiros ganham 1,7 x 843, 2 = 1433,44. Os enfermeiros auferem em média 1433,44 euros, cruzando os dados da OCDE com os do PorData.
Conclusão: os enfermeiros ganham em média mais 268,24 euros, 23,02 %, que os trabalhadores menos qualificados entre os qualificados (teoricamente menos qualificados que os enfermeiros).
. os enfermeiros ganham em média menos 686,76 euros, 47,9 %, que os trabalhadores mais qualificados entre os qualificados (teoricamente com qualificações mais próximas dos enfermeiros).
.se fizermos o mesmo exercício apenas para valores da administração pública as diferenças são de mais 49,14 euros, 10,35 % , que os trabalhadores menos qualificados entre os qualificados (teoricamente menos qualificados que os enfermeiros).
. e menos 770,76 euros, 53,77%, que os trabalhadores mais qualificados entre os qualificados da administração pública (teoricamente com qualificações mais próximas dos enfermeiros).
Comentário: tendo em conta o que o Magistral Estratega já explicou em relação ao grau de complexidade da profissão de Enfermagem (que não é algo abstracto, é algo concreto e definido por lei), não me parece nada lógico que os enfermeiros apareçam no quartil inferior da tabela quando comparados com os outros profissionais e que essa diferença se agrave ainda mais quando comparamos os valores na Administração Pública, em que os enfermeiros aparecem no fundo da tabela. Atenção Constança e Companhia, isto quando comparamos o que é comparável, sem manipulações e com as cartas todas na mesa.
E Esta, Hein???
Festival pimba
Ena pá, o que práqui vai!
Parecem bandos de talibans à solta...
Perspicaz um dos intervenientes perguntou-se «se não haveria alguma intenção neste blog de conotar uma classe com formação superior a meia dúzia de comentários sem nível ...»
Quem não se renderia a este desfile de genuínos talentos à solta. Cada um mais autenticamente pimba que outro.
E fazem análises e esgrimem dados e tudo. À sacholada. Como num festival country da aldeia de João Pires.
O lado trágico de mais esta "justa" luta das corporações é o seu inevitável contributo para o afundanço do SNS .
Temos aqui um post bem fundamentado e corajoso, o que não é frequente.
Percebe-se a dificuldade de contrariar a argumentação quantificada da Constança mas não havia necessidade de mostrar tanta iliteracia, em Português e não só. Dói ver tanto fundamentalismo irresponsável (Talibans) associado a tanta leveza e pretensiosismo, os nomes escolhidos são elucidativos (Magistral estratega?).
O que espanta é que por vezes mostram lucidez: «não somos o parente pobre do SNS». Concorda-se.
Na verdade é inquestionável que os enfermeiros em média ganham mais 70% que a média dos assalariados em Portugal, quando nos países europeus esse rácio é muito menor, e apenas mais 10% no reino unido. Aquele valor é anormal, ganharem 1,7 vezes mais que a média, o que se poderá explicar pelo muito poder da corporação ou pela fraqueza dos políticos – «reis fracos fazem fraca a forte gente». Como no sector privado o salário é menor a última hipótese ganha consistência. É o que o post postula na minha interpretação.
Interessante também é analisar o contexto e a dimensão da reivindicação.
Veja-se que há desemprego, o qual se agravará com salários mais elevados, e só desaparecia com procura muito maior (pouco provável), com oferta menor de enfermeiros que se consegue se houver exportação para outros países já que as escolas têm imensos para sair, ou com salários menores, provavelmente abaixo do acordado com o sector privado. As explicações para este tipo de reivindicações são: aproveitar a fraqueza temporária dos «adversários» na negociação; mostrar força em «braço de ferro» entre sindicatos lutando por maior quota de associados; negociação «à feira do relógio». Pode também ser a conjugação destas hipóteses.
O valor reivindicado é absolutamente irrealista num momento em que as finanças do país estão quase na falência, se advinham soluções «à grega», e os restantes funcionários verão os salários congelados por vários anos, não apenas dois, aguardando-se uma redução mais forte que os previstos «dois por um».
A dimensão da reivindicação assusta pelo duplo efeito de cascata.
Os enfermeiros são muitos na saúde e o seu número subiu de forma extraordinária nos últimos dez anos. Ao aumento para os que entram segue-se a exigência de reclassificação dos que já estão, não apenas o alargamento progressivo com a subida na carreira daqueles, e aqui em Portugal é a irracionalidade total. Por outro lado, como diz a Constança, se o governo ceder seguir-se-ão os vários grupos poderosos.
Outro aspecto interessante é o efeito para o SNS. Como os salários seriam muito superiores em todo o SNS o sector privado alargava a vantagem que já tem por pagar menos aos enfermeiros, isto é, fica ainda mais eficiente que o sector público, pois há menos enfermeiros por doente que no SNS e paga menos a cada um. Trata-se de um bom convite para privatizar a saúde contratando com os privados ou dando serviços públicos à exploração. Seguramente haverá quem neste momento esfregue as mãos de contentamento.
Mas não há solução? Desde que haja consciência desta irracionalidade e acordo entre os visados, contribuintes por um lado e representantes políticos por outro, pode-se seguir o que a economia recomenda e os restantes países ocidentais há muito utilizam - não me perguntem porque os sucessivos governantes não as seguiram.
1º Reduzir o número dos enfermeiros, subcontratando trabalho, ou empresas, para determinadas tarefas;
2º Substituir enfermeiros em determinados trabalhos por pessoal menos qualificado, mas adequado ao trabalho a desenvolver, seja lavar os doentes no internamento ou chamar doentes na consulta;
3º Substituir enfermeiros em tarefas em que bastam técnicos menos qualificados: instrumentistas, técnicos de emergência, perfusionistas, etc.
4º Criar a especialidade de enfermeiro auxiliar, como nos restantes países, e reservar para eles a maioria das tarefas que não exijam enfermeiros licenciados. Pode-se inclusivamente contratar alguns no exterior, como se fez para os médicos.
E mais não digo.
Eu disse que não dava mais para este peditório mas isto assim é impossível…é que esta gente acha que um enfermeiro ganhar qualquer coisa como 1200 euros, antes de impostos, é despudorado e um afundanço para o SNS…e alguns até dão umas dicas, para se resolverem os problemas do moribundo SNS, que tanto apregoam…por exemplo contratando-se” instrumentistas” e “perfusionistas”…estes devem ser primos dos “projeccionistas” do cinema…é gente que do dito SNS, nada percebe, jamais em tempo algum esteve deitado na cama de um hospital em estado consideravelmente preocupante, porque não acredito que depois disso escrevessem o que aqui escrevem, aspirando a serem uma elite verborreica de bem pensar e melhor escrever, que de repente se viu invadida por uma escumalha mal cheirosa, pimba e que esgrime ideias à sacholada…um dos paradoxos dolorosos do nosso tempo, reside no facto de serem os estúpidos os que têm a certeza, mais, o facto de uma opinião ser amplamente partilhada, não é nenhuma evidência de que não seja completamente absurda…ou seja mesmo quando todos os especialistas estão de acordo, podem muito bem estar enganados!
Uma certeza tenho, que embora possa ser estúpida é a minha, é que no tal dia em que me encontrar deitado na cama de um hospital, não vou querer agarrar a mão de um “perfusionista”, ou de um qualquer técnico de emergência.
Esta fina flor da massa cinzenta do país é que devia estar à frente dos hospitais…oferecendo um serviço de saúde de altíssima qualidade a preços baixíssimos…queres um enfermeiro…não pega lá um “perfusionista”…queres um médico…não tens aqui um “suturador”…queres um fisioterapeuta…não tens aqui um a “menina das massagens”…queres um técnico de ressonância…não…pega lá um “fotografo de interiores”…se morreres, paciência, pagas quando puderes que isto também é barato.
Mais a mais eu gostava era de saber, como é que esta elite vive, o que ganha, e se contribuem assim tanto para a sociedade, que se arroguem, a vir para aqui falar de desemprego, falências e tecnocracias…
Mas a verdadeira solução é mesmo essa, temos que convencer as pessoas que dar banho a um recém operado, ou a um tetraplégico, ou a um acamado, é o mesmo que dar banho ao Bobby lá de casa e que prestar cuidados de enfermagem, com toda a sua especificidade e complexidade funcional, é a mesma coisa que colar cartazes ou distribuir jornais gratuitos, por isso 500 euros chegam perfeitamente…aliás eu ainda a semana passada ajudei a minha chinchila a dar à luz e não achei nada de especial.
Por vezes, vemos e lemos que o bombeiro tal na localidade xis, ajudou a fazer um parto, ora como são voluntários, não ganham sequer salário, poderíamos rechear as nossas maternidades de bombeiros parteiros e por aí fora.
Pode-se inclusivamente contratar alguns no exterior como se faz com os médicos.
E mais não digo
As ideias que defende para a "Solução" são comparáveis às do mais indefectível neoliberal:
Contratar tarefeiros: É ver o caso dos médicos e logo me diz o que fica mais barato.
O trabalho de Enfermagem não se compadece com o trabalho à Tarefa. Qualidade seria coisa que não existiria mas até me soa a estranho face ao que já comentou aqui no saudesa ( http://saudesa.blogspot.com/2009/07/qualidade-em-saude-2.html ). É que para auditar a qualidade é preciso conhecer os processos que acarretam maior e menor qualidade. Pressuponho que os desconheça...
- Os enfermeiros não chamam doentes para a consulta. Felizmente uma grande maioria dos hospitais e outras instituições de saúde já utilizam microfones e sistemas de som menos rudimentares.
Lavar um doente é um tarefa de complexidade variável e algo que não lhe posso explicar num mero post mas com certeza perceberá que nalguns casos é preciso deter um conhecimento bem mais diferenciado do que imagina... Não discutirei este tipo de assuntos técnicos uma vez que manifestou não o entender.
Talvez criar um blogue tipo enfermeiroexplccaenfermagemaintelectuais possa ajudar…
Quanto à questão dos enfermeiros auxiliares. Já os tivemos. Não resultou. A História tem tendência a ser cíclica, por vezes os ciclos forçam-nos cometer os mesmos erros. Evitemos este pelo menos.
Defender um retrocesso na qualidade dos cuidados faz-me pensar que quem quer destruir o SNS afinal é…
Se os enfermeiros aceitam valores baixos no “Privado” é fruta da desregulação completa do Ensino Superior e um incentivo à não formação graduada. Se reparar tal não se passa apenas na Enfermagem mas praticamente em todos os cursos à excepção da Medicina (que lá chegará) . Não sei de que serve empregar professores e construir universidades para formar desempregados que se esquecerão da sua “arte e ciência” na hora de serem chamados a laborar. É que áreas como a da Saúde não se compadecem com erros uma vez que os efeitos são imediatos pelo que temo pela segurança das Pessoas, utentes, doentes ou como lhes quisermos chamar.
Por este princípio o melhor será mesmo desregular completamente e aumentarmos o número de desempregados… não sei o que será melhor pagar subsídios de desemprego e nada produzir ou pagar um bocadinho melhor e ter produção de qualidade. Mas eu não sou economista como é óbvio… A lei da oferta e da procura não é consensual nem existe na sua forma mais pura… pelo menos numa civilização com valores humanistas. Mas é isso que defende. Façamos pelo menos do Estado um exemplo a seguir.
Acham assim tão injusto que pretendamos uma remuneração idêntica à de outros grupos profissionais de pelo menos equiparada qualificação (psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, etc) à nossa?
Acham assim tão injusto que estejamos à espera há 10 anos por equiparação salarial à nossa qualificação académica? Se não acha justa este forma de equiparação convido-o a apresentar um sistema de avaliação de desempenho e de produtividade (não fomos nós que fizemos as regras mas também não podemos ser nós os únicos a quem não é feita justiça).
Chega de demagogia por favor. Se não concordam ao menos tenham o respeito de o explicar e usem dados que possamos analisar fria e justamente…
Assusta-me pensar que são oradores como este "Rogai por nós",Constanças e afins que fazem a fina flor do debate sobre políticas da saúde... E se há coisa que este post revelou é o profundo desprezo que manifestam com a minha classe mas adiante...
Manifesto a minha total ignorância em conseguir explicar que não é apenas necessário citar um estudo mas compreender as limitações deste (no caso o da OCDE)e acima de tudo saber avaliar os resultados.
Pela última vez... os enfermeiros ganham 1,7 vezes o salário médio português porque os restantes (os que ganham menos) são pouco qualificados o que é facilmente inteligível se percebermos que os enfermeiros pertencem aos 11.3% pelo menos licenciados e os restantes 88,3% com escolaridade inferior... O que manifestamente está longeda realidade de qualquer um dos países citados à excepção do México. Se isto não é elementar estarei a perder o meu tempo. Vá estudar Estatística Caramba!
Depois vêm lições de Economia de Pacote: Reduzir os salários como forma de combater o desemprego. E recompensar a produtividade?
E garantir a motivação?
E manter a capacidade de formação contínua dos profissionais?
Faz-me lembrar aquele empresário que achava que o salário mínimo era demasiado alto e que isso afectava sobremaneira a competitividade das empresas... Assim bem precisamos que rezem por nós porque o mundo está perdido!
Sabe o seu último argumento foi mesmo a assumpção da sua impreparação para discutir temas desta natureza: Não se pode meter em guerras sem saber disparar uma arma...
Um perfusionista é um profissional com o ensino superior (técnico de Cardiopneumologia) que faz uma espécie de formação pós graduada nessa área.
Um instrumentista é um enfermeiro licenciado que se especializou na área de cuidados peri-operatórios e desempenha um função altamente especializada, desconhecer isto é lamentável.
Um Técnico de Emergência Médica é algo que não existe em Portugal mas se deseja que exista pergunte-se quanto aufere um Enfermeiro a exercer no Pré-hospitalar e quanto pretenderia um Técnico com menos formação: surpreender-se-ia se este pretendesse auferir mais do o enfermeiro cuja formação é maior e melhor?
Orapronobis, gostaria antes de mais de saber se por acaso leu de facto e com atenção o que escreveu o Magistral Estratega, o próprio Talibã das Beiras e mesmo eu. Mas leu de facto, concentrando-se no conteúdo e não no nome que apresentam? É que se leu e mesmo assim escreve e faz as sugestões que faz, das duas uma, ou não tem capacidade para mais e não há nada a fazer e não posso criticá-lo ou, o que me parece mais provável, simplesmente não quis saber. Provavelmente é mais um daqueles que acredita que isto se discute com "eu acho que", "a minha opinião é", mas está enganado, com opiniões,crenças e fézadas discute-se a bola ao fim-de-semana. Assuntos como este, meu caro, discutem-se com conhecimento, de causa e científico, se possivel (porque ele está disponível, é só pesquisar).
Tanto o Magistral como o Talibã (entre outros), cada um no seu estilo, escreveram aqui FACTOS e partilharam conhecimentos de forma clara, cordial, correcta e, acima de tudo, COERENTE. Houve outros que também o fizeram, mas como escolheu estes dois como alvos, só os referi a eles.
Mas Orapronobis, vou pegar apenas em um dos pontos que referiu para demonstrar-lhe como está desfasado da realidade da enfermagem portuguesa: "Veja-se que há desemprego, o qual se agravará com salários mais elevados, e só desaparecia com procura muito maior (pouco provável)", "Os enfermeiros são muitos na saúde e o seu número subiu de forma extraordinária nos últimos dez anos.".
Estas são apenas duas das pérolas com que nos brindou. Escolhi estas, porque referem-se ao "elevado" número de enfermeiros que o especialista Orapronobis "acha" que existem na saúde. Quanto a questões técnicas o Magistral Estratega já deu uma explicação óptima, por isso vou concentrar-me nos números.
Diz então o nosso especialista que existem enfermeiros em excesso. Deixe-me que lhe diga que talvez venhamos a caminhar nesse sentido, mas neste momento ainda é possível corrigir.
No momento, onde os enfermeiros estão de facto em excesso, é no desemprego. Podemos agora perguntar, porque é que estão no desemprego?? Muito claramente porque as admissões nos servições nos últimos anos não têm correspondido minimamente às reais necessidades existentes. Só esta questão resolveria largamente o problema do desemprego(que é recente neste grupo profissional). Portanto, o "excesso" de enfermeiros não é o factor que explique nem que contribua mais significativamente para o seu desemprego.
Talvez não saiba, ou esqueceu-se, mas há cerca de 4 semanas Portugal foi visitado pela OMS. Aquando desta visita foi tornado público por este organismo internacional (não por mim, nem pelo Talibã, nem pelo Magistral) que os Enfermeiros Portugueses estavam sujeitos a elevados ritmos de trabalho, sendo que cada um deles, em média, exerce a sua actividade entre 150% e 200%. Ou seja, cada enfermeiro faz o trabalho de entre 1,5 e 2 enfermeiros (não, não é em acumulação, apenas em um serviço).
Tendo em conta este dado, que estranhamente Constança, Orapronobis e companhia nunca referiram, se os enfermeiros fossem uns tipos muito implicativos, agora além da revalorização em função do desenvolvimento académico, de competências e profissional, teriam também de exigir ser remunerados em função da produtividade, o que significaria entre mais 50% e 100% (isto há coisas que mais valia não virem a público).
Foi com tristeza que assistimos, nestes últimos dias, a um dos piores momentos do SaúdeSA. Habituámo-nos a reconhecer, neste espaço, uma atmosfera de debate livre, suportado em contributos de grande interesse em que a vivacidade convivia com a profundidade. O SaúdeSA tem sido local recomendado e recomendável que muito tem contribuído para a produção de (bom) pensamento em saúde. Não raras vezes a polémica serviu de alimento ao dirimir das ideias. Ora o que pudemos testemunhar neste arrazoado de longos e fastidiosos posts foi, na sua maioria, a um desfile de despropositadas prédicas de carácter populista e quixotesco. O tom trauliteiro que por eles perpassa não dignifica o debate nem sequer serve os interesses dos profissionais de enfermagem. A argumentação fundada na crispação primária, de carácter corporativo, afunila o interesse do debate. Oxalá o SaúdeSA recupere rapidamente o seu ADN…
Realmente tenho de concordar que a estratégia do "dar a corda e deixar enforcar" resultou em pleno. Acho que nunca tinha existido no historial do saudesa um post com 44 comentários. Cada um pior que outro (salvo raras e honrosas excepções) a começar pelo post da Constança com uma fundamentação frágil mas provocadora. Agora admirável é o facto de habituais e doutos comentadores virem abordar questões "pimba", "sacholadas" e "festivais Country". Só demonstram quão facilmente se estala o verniz.
Numa palavra caro Xavier: LAMENTÁVEL... mas objectivo plenamente alcançado.
Só cá faltava o SNS, a cereja no topo do bolo, então como afinal a manipulação que a autora do post tentou fazer veio a verificar-se descabida e desprovida de fundamento (leia com mais atenção as respostas credídeis e fundamentas em DADOS e FACTOS que foram aqui dadas), agora as respostas são, e passo a citar:
- "neste arrazoado de longos e fastidiosos posts foi, na sua maioria, a um desfile de despropositadas prédicas de carácter populista e quixotesco."
- "O tom trauliteiro que por eles perpassa não dignifica o debate nem sequer serve os interesses dos profissionais de enfermagem. A argumentação fundada na crispação primária, de carácter corporativo, afunila o interesse do debate."
Mas porquê? Porque as opiniões não são do seu agrado, porque os FACTOS contradizem o que a autora do post tentou insinuar? Obviamente não concordo com respostas incorrectas ou mal-educadas, mas nessas não me revejo nem por elas respondo. Por isso mesmo esqueço-as e procuro o que de positivo têm as boas fundamentações. E neste caso concreto temos algumas(mesmo que demasiado longas para a sua capacidade de leitura), que contradizem irremediavelmente o que a autora do post quis transmitir, goste-se ou não.
Não valeria a pena reagir mas não resisto a notar a diferença entre a crítica (legítima) às ideias e à forma da sua expressão versus a grosseria do ataque pessoal ..."(mesmo que demasiado longas para a sua capacidade de leitura)...Infelizmente os graus académicos não suprimem muitos outros tipos de carências...
Claro, SNS e fundamentação ou contra-argumentação mais uma vez zero. Irritamo-nos com pouco, somos sensíveis. Já agora como tem conhecimento do meu grau académico(ou se tenho sequer algum), também nunca em algum momento disse ser enfermeiro. Escrevi sob o nome (.) e (AJSO), se ler com atenção e sem preconceitos pode ser que venha a perceber que o seu erro (e de autores de posts como este) é precisamente tirarem conclusões sem terem informações ou conhecimentos para o fazerem.
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