Bons Exemplos

GH – Dê-me um exemplo de um hospital bem gerido.

AJ – Olhe, por exemplo, o Hospital de S. João, no Porto. Lá trabalha-se como se costuma trabalhar nos Centros de Responsabilidade Integrada (CRI) e resulta. Neste local, como noutros, há uma gestão conjunta – com pessoas da área médica e pessoas da área da gestão – e faz-se um trabalho com o mesmo objectivo e para o mesmo fim, de equipa. Eu sinto que o papel dos administradores hospitalares poderia situar-se bem nesta área…
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Sem prejuízo de outras considerações de natureza político-partidária fica a ideia de que esta, como aliás tantas outras, não passa de mais uma apreciação “a olho”. Aliás a expressão “Lá trabalha-se como se costuma trabalhar nos Centros de Responsabilidade Integrada (CRI) e resulta” é bem elucidativa.

É assim, a malta junta-se, toma um cimbalino e trabalha assim a modos como nos CRI’s. Lá como a coisa funciona, de facto, no plano formal, lá como é avaliada isso já é muito complicado para a senhora ministra explicar. Faltou ainda, no elogio, a referência ao “Joãozinho”, ao merchandising dos porta-chaves e dos peluches, às galas para angariação de fundos e às idas aos programas do Goucha tudo isto, em nome da construção de mais um hospital pediátrico no Porto (à semelhança de Coimbra) enquanto se deixa encerrar, em Lisboa, o único hospital pediátrico da cidade.

É assim a política feita a “olho” sob o efeito regionalista e dos bons amigos. Os hospitais do centro e do sul apenas se têm de queixar por não terem na, João Crisóstomo, nenhum presidente de concelhia das respectivas zonas.

Será que ainda demora muito a passar este interlúdio absurdo de política trapaceira? É que começa a ser inquietante a frequência com que nos vêm à memória os escritos do grande Eça.

Joe Silva