Esquizofrenia Política
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O texto publicado por Eugénio Rosa link merece uma longa permanência nos destaques do SaudeSA. Aqui podemos constatar com rigoroso detalhe aquilo que, muitos de nós, têm vindo a referir ao longo de múltiplos textos aqui publicados. Infelizmente restam hoje poucas dúvidas sobre a grande armadilha em que se deixou cair o SNS em geral e a rede pública hospitalar em particular.
A narrativa é muito simples tendo-se tornado muito evidente: utilizar o sector empresarial do Estado, na área da saúde, para almofadar o défice e disfarçar o desequilíbrio das contas públicas. A estratégia passou por desistir, rapidamente, das reformas optando por uma política baseada no “entretenimento”, submeter o sector hospitalar público a um despudorado estrangulamento financeiro, fazendo uso dos dóceis “dirigentes” nomeados e tutelo-dependentes que tudo aceitam, inclusivamente, ser recorrentemente acusados de irresponsáveis incompetentes.
Retardou-se, até ao limite, o processo de avaliação desses mesmos dirigentes para não forçar a exigência e os manter na tão útil dependência da ditadura das Finanças. A isto juntou-se uma tutela na saúde dócil, obediente e hábil no disfarce dos reais problemas. Chegou-se ao ponto de dizer que MS não era “paizinho” dos hospitais.
Na verdade o que o texto de Eugénio Rosa demonstra é a mais pura das evidências sobre o exercício da hipocrisia na política do tipo “olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço”. O mais grave é que nem o pobre do presidente da APAH consegue juntar as letras na evidência tão claramente demonstrada por Eugénio Rosa.
Muitos de nós que, genuinamente acreditam na utilidade social de um SNS público, universal, geral e tendencialmente gratuito têm fundadas razões para supor que estarão a ser instrumentalizados numa estratégia cínica de “épater le bourgeois” que durará até passar a borrasca para, logo que possível, voltarmos às PPP’s e à privatização silenciosa do sistema de saúde.
Se assim não fosse o MS teria de deixar de ser uma subsecretaria de Estado do Ministério das Finanças, o SNS passaria a ser uma prioridade política e a política de saúde deixaria de ter contornos de “casa de chá” e passaria a desenvolver no terreno um combate político sério e honesto.
São por demais as razões para desconfiar…
A narrativa é muito simples tendo-se tornado muito evidente: utilizar o sector empresarial do Estado, na área da saúde, para almofadar o défice e disfarçar o desequilíbrio das contas públicas. A estratégia passou por desistir, rapidamente, das reformas optando por uma política baseada no “entretenimento”, submeter o sector hospitalar público a um despudorado estrangulamento financeiro, fazendo uso dos dóceis “dirigentes” nomeados e tutelo-dependentes que tudo aceitam, inclusivamente, ser recorrentemente acusados de irresponsáveis incompetentes.
Retardou-se, até ao limite, o processo de avaliação desses mesmos dirigentes para não forçar a exigência e os manter na tão útil dependência da ditadura das Finanças. A isto juntou-se uma tutela na saúde dócil, obediente e hábil no disfarce dos reais problemas. Chegou-se ao ponto de dizer que MS não era “paizinho” dos hospitais.
Na verdade o que o texto de Eugénio Rosa demonstra é a mais pura das evidências sobre o exercício da hipocrisia na política do tipo “olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço”. O mais grave é que nem o pobre do presidente da APAH consegue juntar as letras na evidência tão claramente demonstrada por Eugénio Rosa.
Muitos de nós que, genuinamente acreditam na utilidade social de um SNS público, universal, geral e tendencialmente gratuito têm fundadas razões para supor que estarão a ser instrumentalizados numa estratégia cínica de “épater le bourgeois” que durará até passar a borrasca para, logo que possível, voltarmos às PPP’s e à privatização silenciosa do sistema de saúde.
Se assim não fosse o MS teria de deixar de ser uma subsecretaria de Estado do Ministério das Finanças, o SNS passaria a ser uma prioridade política e a política de saúde deixaria de ter contornos de “casa de chá” e passaria a desenvolver no terreno um combate político sério e honesto.
São por demais as razões para desconfiar…
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2 Comments:
A Mentira é a Base da Civilização Moderna
"... É na faculdade de mentir, que caracteriza a maior parte dos homens actuais, que se baseia a civilização moderna. Ela firma-se, como tão claramente demonstrou Nordau, na mentira religiosa, na mentira política, na mentira económica, na mentira matrimonial, etc...
A mentira formou este ser, único em todo o Universo: o homem antipático.
Actualmente, a mentira chama-se utilitarismo, ordem social, senso prático; disfarçou-se nestes nomes, julgando assim passar incógnita. A máscara deu-lhe prestígio, tornando-a misteriosa, e portanto, respeitada.
De forma que a mentira, como ordem social, pode praticar impunemente, todos os assassinatos; como utilitarismo, todos os roubos; como senso prático, todas as tolices e loucuras..."
Escritos dispersos e opúsculos [1910-1952] de Teixeira de Pascoaes, publicados in "A Saudade e o Saudosismo".
É exactamente isto. Não é possível - na política - combater o neoliberalismo com o utilitarismo.
"Social"
O PSD conseguiu arranjar uma expressão com o adjectivo "social" a que se agarrar, para mostrar que tambérm cuida do dito adjectivo e não é tão neoliberal como o pintam -- nada menos que a noção de "economia social".
Do que se trata, porém, é de aumentar os subsídios públicos às instituiçõs privadas de solidariedade social (IPSS), na área sa saúde, da educação e da protecção social, etc..
Só não se percebe como é que um partido que considera essencial a redução dos gastos públicos defende depois o aumento das transferências orçamentais para essas organizações. A resposta é clara: cortando nos orçamentos do SNS, do sistema nacional de ensino e dos serviços públicos de protecção social. "Rabo escondido com o gato de fora"...
vital moreira, causa nossa
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