Rigor, seriedade e coerência
No relatório sobre “Execução económico-financeira consolidada do SNS, relativa ao 1.º semestre de 2010”, link recém publicado, o MS decidiu utilizar uma técnica original de avaliação da evolução da despesa do SNS. Se no cálculo do défice a comparação foi efectuada entre períodos homólogos - 1º Semestre de 2010 / 1º Semestre de 2009 - como é prática corrente, no cálculo de despesa a comparação foi efectuada entre 1º Semestre de 2010 e 2º Semestre de 2009.
Desta forma conveniente, o MS tentou converter a taxa de crescimento da despesa do SNS, registada no 1.º semestre (7.9%), nuns aceitáveis 3 %, e banalizar o crescimento preocupante da despesa com medicamentos (11,9%), reduzido a uns magros 2,9%.
Desta forma conveniente, o MS tentou converter a taxa de crescimento da despesa do SNS, registada no 1.º semestre (7.9%), nuns aceitáveis 3 %, e banalizar o crescimento preocupante da despesa com medicamentos (11,9%), reduzido a uns magros 2,9%.
Sobre esta técnica de prestidigitação, Pedro Pita Barros entende o seguinte:
«A avaliação da evolução da despesa do SNS deve ser feita com base em períodos homólogos, só assim se controla o efeito de variações sazonais. O argumento usado pelo Ministério da Saúde de que não deve ser feita essa comparação, neste momento, está na existência de medidas que ditaram aumentos excepcionais de despesa num período. Mas este é um argumento de excepção, e apenas válido se as medidas tiverem provocado apenas um aumento pontual da despesa nesse período e não um aumento da taxa de crescimento da despesa. Ora, não é óbvio que as medidas invocadas não criem também variações permanentes na taxa de crescimento. Por outro lado, as medidas que geraram esse aumento de despesa foram de iniciativa governamental, e por isso contribuíram para o aumento da despesa, mesmo que a taxa de crescimento futura seja menos influenciada do que o valor actual sugere. » DE 03.09.10
Depois da estonteante conferência de imprensa de apresentação das contas do SNS (01.09.2010) link que mais surpresas nos reservará a senhora ministra ?
«A avaliação da evolução da despesa do SNS deve ser feita com base em períodos homólogos, só assim se controla o efeito de variações sazonais. O argumento usado pelo Ministério da Saúde de que não deve ser feita essa comparação, neste momento, está na existência de medidas que ditaram aumentos excepcionais de despesa num período. Mas este é um argumento de excepção, e apenas válido se as medidas tiverem provocado apenas um aumento pontual da despesa nesse período e não um aumento da taxa de crescimento da despesa. Ora, não é óbvio que as medidas invocadas não criem também variações permanentes na taxa de crescimento. Por outro lado, as medidas que geraram esse aumento de despesa foram de iniciativa governamental, e por isso contribuíram para o aumento da despesa, mesmo que a taxa de crescimento futura seja menos influenciada do que o valor actual sugere. » DE 03.09.10
Depois da estonteante conferência de imprensa de apresentação das contas do SNS (01.09.2010) link que mais surpresas nos reservará a senhora ministra ?
Nota final: Senhora ministra, se nos quiser surpreender de verdade, tendo em conta mais estes resultados agora apresentados, tenha um assomo de coragem e demita-se. O SNS ficar-lhe-á eternamente grato.
Clara
1 Comments:
Braga por um canudo...
Ana Jorge - ficamos a saber - anda às voltas com a gestão [pré-PPP] do Hospital de S. Marcos, em Braga. link link ...
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