quinta-feira, novembro 4

Mete dó!

«Nos últimos anos a prestação de cuidados de saúde aumentou 30%, quando a despesa correspondente aumentou apenas 8%. link
E estes dados traduzem a realidade. Uma realidade em que temos de dar resposta a crescentes necessidades dos cidadãos.
Mas uma realidade capaz de introduzir mecanismos de inovação e reorganização.
Por isso o Governo aqui está, com esta proposta de Orçamento de Estado e com a confiança e a determinação de continuar o seu trabalho para garantir que a saúde é um valor para todos.)
Intervenção da Ministra da Saúde na Assembleia da República, 4 de Novembro de 2010

O que acham deste naco de prosa com que a senhora ministra terminou hoje a sua intervenção na AR?!....

Mas o melhor estava para vir:

«O secretário de Estado da Saúde, Óscar Gaspar, confirmou hoje que o buraco nas contas de 2010 do Serviço Nacional de Saúde (SNS) ultrapassa os 500 milhões de euros – um número que tinha sido avançado pelo ministro das Finanças, Teixeira dos Santos. Contudo, o Ministério da Saúde estima que, em 2011, o SNS termine as suas contas com um lucro de 31,9 milhões.
link

Contudo, nos mapas distribuídos, o valor do défice é de 199,4 milhões – uma diferença que não foi explicada.
JP 04.11.10

Mamparra

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2 Comments:

Blogger O Reformista said...

OE2011/Saúde: Ministério chega a acordo com as Finanças para pagamento das dívidas da ADSE às farmácias
04 de Novembro de 2010, 21:16
Lisboa, 04 nov (Lusa) - A ministra da Saúde, Ana Jorge, anunciou hoje que chegou a acordo com o Ministério das Finanças para o pagamento das dívidas da ADSE às farmácias.

"Hoje acabámos de fazer um acordo com o Ministério das Finanças, nomeadamente as questões do pagamento às farmácias das dívidas das ADSE", disse Ana Jorge à margem da audição nas Comissões Parlamentares de Orçamento e Finanças e da Saúde, para debate na especialidade do Orçamento do Estado para 2011, que durou quase cinco horas.

11:56 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Ontem, ouvimos e, hoje, pensamos que…

Se tudo continuar como está [ou como tem estado] no controlo orçamental, se as medidas de contenção da despesa prosseguirem no modelo de poupança doméstica prescrito para 2010, se não houver vontade [força] política para reestruturar e organizar instituições e serviços, se não existir uma política de recursos humanos incentivadora, se não houver investimento na inovação tecnológica, se não existirem estímulos à formação, etc., a despudorada afirmação de que perante o corte orçamental de 12,7%, permite garantir a qualidade das prestações do SNS, i.e., sonhar que o desempenho global continuará bom [ou no actual nível], ou é um manifesto sintoma de alheamento da realidade, ou pior, uma aleivosia ao Estado Social.

Na verdade, o problema fulcral para assegurar no presente e no futuro a qualidade do desempenho do SNS [ou o seu paradigma] continua [desde há anos] a ser a ausência de uma séria discussão sobre a sua sustentabilidade [não só no âmbito financeiro].
A discussão e as consequentes decisões sobre a sustentabilidade do SNS, passaram a ser um assunto tabu, desde Correia de Campos, não por culpa do próprio, mas porque José Sócrates por inditosas razões políticas [convém relembrar] meteu o problema na gaveta.

Quando se adiam a resolução dos problemas fundamentais e se dá continuidade à política dos faits divers [ontem na discussão do OE/2011 assistimos a isso], mau grado as sonantes profissões de fé no Estado Social, a deterioração da qualidade do desempenho surgirá inevitavelmente, seguida da sua retracção e perversão.
Este o cul-de-sac onde nos encontramos...

9:28 da manhã  

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