Ministra da Saúde explica (parte II)
foto RR
Zé Esteves
derrapagem orçamental na próxima semana
Naturalmente que a grande maioria destas perguntas, a serem feitas, ficarão sem resposta. A título de contributo deixam-se aqui, as grandes linhas do que será o discurso dos responsáveis do MS:
- O défice ter-se-á agravado um pouco porque para atenuar a crise económica resolveram dar medicamentos gratuitos e à discrição.
- O valor da dívida a fornecedores não está completamente apurado mas não é nada do que a Apifarma diz nem muitas outros observadores que se limitam a ter uma visão catastrofista da realidade.
- O MS desconhece a existência de dívidas dos subsistemas, nomeadamente ADSE e da ACSS aos hospitais (pese embora o lapsos linguae do fiel presidente do Hospital de São João).
- Quanto ao “Fundo” sem fundo trata-se de matéria da competência do Ministério das Finanças tendo já o Sr Ministro Teixeira dos Santos se comprometido a analisar a situação.
- No que diz respeito ao regresso de médicos reformados ainda não existem dados concretos. No entanto um médico aposentado, conhecido da senhora Ministra, terá dito no bar da ARS que estava a equacionar a análise da situação.
- Quanto aos portugueses sem médico de família as USF’s permitiram um ganho de cobertura de cerca de 400.000 portugueses. Ainda não é conhecido o número dos que ficaram sem cobertura pela saída maciça de centenas de médicos para a reforma. A ARS do Norte ficou de criar um grupo de trabalho para analisar este impacto.
- Ainda não é conhecido o impacto nem a evolução dos encargos com empresas de prestação de serviços médicos nem de horas extraordinárias. No entanto é conhecida, há muito tempo, a posição da senhora Ministra sobre os médicos mercenários e o ultraje do acordo da ADSE com o hospital da Luz.
- O acordo com a Cruz Vermelha ainda está em aberto. O governo não comenta as críticas e reservas do Tribunal de Contas. Estando a legislatura a chegar ao fim este assunto passa de imediato a tabu.
- A ACSS ainda não teve tempo de disponibilizar informação objectiva sobre os resultados operacionais e líquidos dos hospitais do SNS porque se trata de matéria muito complexa.
- O balanço sobre os custos com a gripe A ainda não está fechado mas o mais importante foi ter evitado que algumas centenas de pessoas a mais se tivessem constipado.
- As negociações com os sindicatos ainda estão numa fase de diálogo em que a senhora Ministra se empenha a explicar como é que transforma aumentos salariais prometidos entre cinco e vinte por cento em cortes entre cinco e dez por cento. Iniciar-se-á no dia oito de Novembro uma nova ronda dominada por novos apelos.
- Quanto aos cortes para o ano tudo se resolverá porque a central de compras que desde 2006 nunca funcionou irá gerar poupanças de quinhentos milhões de euros enquanto que a frequência dos apelos da senhora Ministra à poupança passarão a ocorrer três vezes por semana.
Naturalmente que a grande maioria destas perguntas, a serem feitas, ficarão sem resposta. A título de contributo deixam-se aqui, as grandes linhas do que será o discurso dos responsáveis do MS:
- O défice ter-se-á agravado um pouco porque para atenuar a crise económica resolveram dar medicamentos gratuitos e à discrição.
- O valor da dívida a fornecedores não está completamente apurado mas não é nada do que a Apifarma diz nem muitas outros observadores que se limitam a ter uma visão catastrofista da realidade.
- O MS desconhece a existência de dívidas dos subsistemas, nomeadamente ADSE e da ACSS aos hospitais (pese embora o lapsos linguae do fiel presidente do Hospital de São João).
- Quanto ao “Fundo” sem fundo trata-se de matéria da competência do Ministério das Finanças tendo já o Sr Ministro Teixeira dos Santos se comprometido a analisar a situação.
- No que diz respeito ao regresso de médicos reformados ainda não existem dados concretos. No entanto um médico aposentado, conhecido da senhora Ministra, terá dito no bar da ARS que estava a equacionar a análise da situação.
- Quanto aos portugueses sem médico de família as USF’s permitiram um ganho de cobertura de cerca de 400.000 portugueses. Ainda não é conhecido o número dos que ficaram sem cobertura pela saída maciça de centenas de médicos para a reforma. A ARS do Norte ficou de criar um grupo de trabalho para analisar este impacto.
- Ainda não é conhecido o impacto nem a evolução dos encargos com empresas de prestação de serviços médicos nem de horas extraordinárias. No entanto é conhecida, há muito tempo, a posição da senhora Ministra sobre os médicos mercenários e o ultraje do acordo da ADSE com o hospital da Luz.
- O acordo com a Cruz Vermelha ainda está em aberto. O governo não comenta as críticas e reservas do Tribunal de Contas. Estando a legislatura a chegar ao fim este assunto passa de imediato a tabu.
- A ACSS ainda não teve tempo de disponibilizar informação objectiva sobre os resultados operacionais e líquidos dos hospitais do SNS porque se trata de matéria muito complexa.
- O balanço sobre os custos com a gripe A ainda não está fechado mas o mais importante foi ter evitado que algumas centenas de pessoas a mais se tivessem constipado.
- As negociações com os sindicatos ainda estão numa fase de diálogo em que a senhora Ministra se empenha a explicar como é que transforma aumentos salariais prometidos entre cinco e vinte por cento em cortes entre cinco e dez por cento. Iniciar-se-á no dia oito de Novembro uma nova ronda dominada por novos apelos.
- Quanto aos cortes para o ano tudo se resolverá porque a central de compras que desde 2006 nunca funcionou irá gerar poupanças de quinhentos milhões de euros enquanto que a frequência dos apelos da senhora Ministra à poupança passarão a ocorrer três vezes por semana.
Zé Esteves
Etiquetas: Ana Jorge, bater no fundo, s.n.s
5 Comments:
Perante as respostas de “Ze Esteves” Ana Jorge acaba de telefonar ao presidente da comissão parlamentar de saúde pedindo dispensa de ir ao Parlamento. Couto dos Santos insiste, porém, que a ministra se desloque pois há mais uma pergunta a formular: Quanto custaram ao País os programas de recuperação de listas de espera cirúrgicas, Oftalmologia incluída?
A Ministra da Saúde, às questões dos deputados, irá, certamente, responder: Bem. eu é mais bolos!...
Para logo acrescentar: Bem, contas é com o pequeno Gaspar.
Eu acho é que esta equipa do MS já não sabe a quantas anda.
Caro Zé, isto é muita areia para a camioneta da ministra.
Como as assessorias foram também cortadas não estou a ver como Ana Jorge se irá safar.
Politica faz que faz e Novos Apelos
«As negociações com os sindicatos ainda estão numa fase de diálogo em que a senhora Ministra se empenha a explicar como é que transforma aumentos salariais prometidos entre cinco e vinte por cento em cortes entre cinco e dez por cento. Iniciar-se-á no dia oito de Novembro uma nova ronda dominada por novos apelos.»
Este pequeno texto do Zé Esteves cheio de humor é certeiro em relação à incapacidade política demonstrada pela senhora ministra para gerir os diversos dossiers da saúde.
Arauto da desgraça
O Pedro Pacotilha Coelho escreveu no facebook: “valeu a pena esperar pela sua apreciação” e tentar a alteração do OE e afirma que em termos económicos “o pior ainda está para vir”. link
E parece ter acertado porque logo a seguir::Os indicadores de risco de Portugal voltam a agravar-se, depois das quedas ao início do dia. Os juros das OT a 10 anos voltam aos 6,08%. link
É caso para dizer: com um candidato destes a primeiro ministro ...
Venha o FMI.
Enviar um comentário
<< Home