segunda-feira, novembro 1

Ministra da Saúde explica (parte II)

foto RR
derrapagem orçamental na próxima semana

Naturalmente que a grande maioria destas perguntas, a serem feitas, ficarão sem resposta. A título de contributo deixam-se aqui, as grandes linhas do que será o discurso dos responsáveis do MS:

- O défice ter-se-á agravado um pouco porque para atenuar a crise económica resolveram dar medicamentos gratuitos e à discrição.

- O valor da dívida a fornecedores não está completamente apurado mas não é nada do que a Apifarma diz nem muitas outros observadores que se limitam a ter uma visão catastrofista da realidade.

- O MS desconhece a existência de dívidas dos subsistemas, nomeadamente ADSE e da ACSS aos hospitais (pese embora o lapsos linguae do fiel presidente do Hospital de São João).

- Quanto ao “Fundo” sem fundo trata-se de matéria da competência do Ministério das Finanças tendo já o Sr Ministro Teixeira dos Santos se comprometido a analisar a situação.

- No que diz respeito ao regresso de médicos reformados ainda não existem dados concretos. No entanto um médico aposentado, conhecido da senhora Ministra, terá dito no bar da ARS que estava a equacionar a análise da situação.

- Quanto aos portugueses sem médico de família as USF’s permitiram um ganho de cobertura de cerca de 400.000 portugueses. Ainda não é conhecido o número dos que ficaram sem cobertura pela saída maciça de centenas de médicos para a reforma. A ARS do Norte ficou de criar um grupo de trabalho para analisar este impacto.

- Ainda não é conhecido o impacto nem a evolução dos encargos com empresas de prestação de serviços médicos nem de horas extraordinárias. No entanto é conhecida, há muito tempo, a posição da senhora Ministra sobre os médicos mercenários e o ultraje do acordo da ADSE com o hospital da Luz.

- O acordo com a Cruz Vermelha ainda está em aberto. O governo não comenta as críticas e reservas do Tribunal de Contas. Estando a legislatura a chegar ao fim este assunto passa de imediato a tabu.

- A ACSS ainda não teve tempo de disponibilizar informação objectiva sobre os resultados operacionais e líquidos dos hospitais do SNS porque se trata de matéria muito complexa.

- O balanço sobre os custos com a gripe A ainda não está fechado mas o mais importante foi ter evitado que algumas centenas de pessoas a mais se tivessem constipado.

- As negociações com os sindicatos ainda estão numa fase de diálogo em que a senhora Ministra se empenha a explicar como é que transforma aumentos salariais prometidos entre cinco e vinte por cento em cortes entre cinco e dez por cento. Iniciar-se-á no dia oito de Novembro uma nova ronda dominada por novos apelos.

- Quanto aos cortes para o ano tudo se resolverá porque a central de compras que desde 2006 nunca funcionou irá gerar poupanças de quinhentos milhões de euros enquanto que a frequência dos apelos da senhora Ministra à poupança passarão a ocorrer três vezes por semana.

Zé Esteves

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5 Comments:

Blogger Tavisto said...

Perante as respostas de “Ze Esteves” Ana Jorge acaba de telefonar ao presidente da comissão parlamentar de saúde pedindo dispensa de ir ao Parlamento. Couto dos Santos insiste, porém, que a ministra se desloque pois há mais uma pergunta a formular: Quanto custaram ao País os programas de recuperação de listas de espera cirúrgicas, Oftalmologia incluída?

1:20 da tarde  
Blogger Clara said...

A Ministra da Saúde, às questões dos deputados, irá, certamente, responder: Bem. eu é mais bolos!...
Para logo acrescentar: Bem, contas é com o pequeno Gaspar.

Eu acho é que esta equipa do MS já não sabe a quantas anda.

7:22 da tarde  
Blogger Joaopedro said...

Caro Zé, isto é muita areia para a camioneta da ministra.
Como as assessorias foram também cortadas não estou a ver como Ana Jorge se irá safar.

7:26 da tarde  
Blogger saudepe said...

Politica faz que faz e Novos Apelos

«As negociações com os sindicatos ainda estão numa fase de diálogo em que a senhora Ministra se empenha a explicar como é que transforma aumentos salariais prometidos entre cinco e vinte por cento em cortes entre cinco e dez por cento. Iniciar-se-á no dia oito de Novembro uma nova ronda dominada por novos apelos.»

Este pequeno texto do Zé Esteves cheio de humor é certeiro em relação à incapacidade política demonstrada pela senhora ministra para gerir os diversos dossiers da saúde.

7:39 da tarde  
Blogger Joaopedro said...

Arauto da desgraça

O Pedro Pacotilha Coelho escreveu no facebook: “valeu a pena esperar pela sua apreciação” e tentar a alteração do OE e afirma que em termos económicos “o pior ainda está para vir”. link
E parece ter acertado porque logo a seguir::Os indicadores de risco de Portugal voltam a agravar-se, depois das quedas ao início do dia. Os juros das OT a 10 anos voltam aos 6,08%. link

É caso para dizer: com um candidato destes a primeiro ministro ...

Venha o FMI.

7:55 da tarde  

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