quarta-feira, novembro 3

Responsabilidade “quo vadis”?

foto semanário expresso
Ana Jorge revoga 43 promoções

A Administração Central dos Sistemas de Saúde tinha promovido dezenas de funcionários, mas a ministra da Saúde mandou anular. Depois da frota automóvel da EPAL, agora é a Administração Central dos Sistemas de Saúde (ACSS) a revogar gastos excepcionais.

Este organismo decidiu promover 43 funcionários com efeitos retroactivos a 2009. A notícia foi divulgada pelo jornal “Correio da Manhã” e levou a ministra da Saúde a dar ordem para anular.

“É um problema da ACSS que tem autonomia administrativa e gestionária, mas reconsiderou e será revogado”, disse Ana Jorge. Em comunicado, a ACSS nunca reconhece que as promoções seriam ilegais mas aceita as orientações da tutela.

Num primeiro impulso o “lavar de mãos”. O problema é (sempre) dos dirigentes cuja relação com a tutela só é assumida nas boas notícias. De resto “cruzes canhoto” e ainda por cima “têm autonomia administrativa e gestionária” (fica-se sem saber conferida ou consignada por quem?!).

Depois, face à pressão mediática anuncia-se a revogação da medida que teria passado “de mansinho” não fora o dislate mediático. Demagogicamente, ensaia-se o exercício público (para variar) de desautorização dos dirigentes, nomeados pela tutela, que os ignora e proscreve.

Finalmente, quanto a consequências “comme d’habitude” nada. É assim no reino fantástico do “tudo jóia” em que vai vivendo o MS.

Olinda

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7 Comments:

Blogger e-pá! said...

"Elas não matam mas ’amolentam’ "...

Depois de mais este deslize - e no momento em que o fez - torna-se evidente que a ACSS-IP é uma estrutura que, em termos de sobrevivência, colocou-se numa situação de [alto] risco.

Aliás, nesta hora de reestruturações, fusões e balanços de todo o aparelho de Estado é pertinente perguntar o que fez a ACSS [no que diz respeito a um dos seus principais objectivos]: "Acompanhar, avaliar e controlar o desempenho económico-financeiro dos serviços e estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde" ...

Sem encontrar resposta convincente ou satisfatória, não fico admirado, portanto, que publicamente Marques Mendes tenha defendido que este IP deveria ser extinto e as suas funções transitarem para a Direcção-Geral de Saúde que, por sua vez, necessita de ser remodelada…, e assim sucessivamente, até chegarmos ao topo.

Este País está cheio de situações que aparentam ser minudências - umas atrás das outras – desde a frota automóvel da EPAL às festas de aniversário da ANACOM, tudo sustentado por justificações espúrias e que, cumulativamente, começam a encher o saco ao contribuinte...

10:25 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Eleições nos Estados Unidos

Tendo há dois anos beneficiado da crise para ganharem o Congresso e fazerem eleger Obama, os Democratas foram agora vítimas das sequelas da mesma crise (desemprego, défice etc.), perdendo para os Republicanos a maioria na Câmara dos Representantes. Em período de crise, quem "paga as favas" é quem governa, mesmo que faça tudo bem para a enfrentar. E os que geraram a crise há três anos votam agora triunfantes cavalgando as dificuldades que ela deixou!
Obama terá agora muitas dificuldades para fazer passar o seu programa de reformas ou até para preservar as que conseguiu na primeira parte do seu mandato (sistema de saúde, regulação financeira, etc.), tanto mais que os Republicanos estão agora claramente radicalizados à direita, sob pressão do Tea Party. Porém, essa mesma radicalização Republicana pode ser um poderoso argumento para Obama reconquistar o centro político e fazer-se reeleger dentro de dois anos.

vital moreira, causa nossa

11:01 da tarde  
Blogger tambemquero said...

No Le Monde diplomatique deste mês defendo que tentar desenhar políticas a pensar nos voláteis e especulativos “mercados” é um exercício votado ao fracasso. Os cortes comprimem o mercado interno, o que gera recessão e aumenta o desemprego. Ao prever um crescimento de 0,2%, assente exclusivamente nas exportações, o governo mostra a mesma miopia face ao desastre de que foram vítimas outros governos: por exemplo, na precoce Irlanda previa-se um crescimento de 1% para 2009, no seguimento da austeridade, e acabou-se com uma quebra de 10%.

Enfim, em Portugal pergunta-se de forma cada vez mais obsessiva e subserviente: o que é que os “mercados” querem? Através de Paul Krugman, descobri uma resposta original e arrojada e provavelmente mais próxima da verdade do que as neoliberalices dos Cantigas Esteves desta vida, os que monopolizam a opinião nessa coisa que dá pelo nome de serviço público de televisão: “os mercados querem dinheiro para droga e prostitutas...” A explicação está aqui
...

João Rodrigues

11:07 da tarde  
Blogger tambemquero said...

A Antropologia económica de PPC

... é assombrada por uma figura antropomórfica chamada "Estado”.

“O Estado” só come e dorme. Não produz: nem educação, nem saúde, nem segurança, nem obras públicas... Nada. Em consequência, diz ele, se fizermos “O Estado” passar mal, deixamos de ter de fazer sacrifícios. Nacionalizamos os sacrifícios: transferimos "parte do sacrifício que era pedido às famílias para o próprio Estado". Elementar caro Watson.

Às vezes parece-me que muitas pessoas acreditam mesmo que o Estado é só despesa estúpida e pouco séria (que também existe). Que a educação, a saúde, o apoio aos desempregados, a segurança, as obras públicas, caem do céu.

Não são "os economistas" que gostam de lembrar que os recursos são escassos e que não há almoços grátis? Pois é. No final também somos nós quem vai pagar a dieta do monstro sob a forma de educação e saúde paga e de má qualidade, de desprotecção em caso de desemprego, de infra-estruturas degradadas, de insegurança.

Também me parece que é preciso fazer escolhas: ou serviços públicos custeados com base no princípio a “cada um segundo a sua riqueza e rendimento” , ou serviços privados acessíveis a quem dispõe de dinheiro suficiente.

José Castro Caldas

Tenho cada vez menos paciência para estes liberais de pacotilha chefiados por essa réplica laranja do sócrates. Que têm em comum a licenciatura tardia, por correspondência, na mesma universidade (Lusíadas).

11:24 da tarde  
Blogger Tavisto said...

As “dezenas de funcionários promovidos” parece que se resume a apenas quatro dezenas, um número ridículo. No entanto, mal a notícia saltou, de imediato o MS tratou de meter na linha quem, talvez cumprindo a lei, tomou a irresponsável decisão de aumentar 43 funcionários públicos.
Seguramente que esta notícia foi hoje muito mais comentada e motivo de indignação pelo cidadão comum, que o ter-se sabido que o presidente da Mota Engil foi constituído arguido no processo Operação Furacão. Cambalacho entre bancários e industriais, que terão desviado ao fisco um valor correspondente ao orçamento para a defesa nacional. Certo, certo, é que este pequeno número de funcionários vai ver (justamente?) os seus salários marcar passo por mais uns anos, ao passo que o senhor António Mota não irá, por certo, ver a sua fortuna beliscada, muito menos passar pelo vexame de ser condenado.

11:57 da tarde  
Blogger Unknown said...

E já alguém parou para pensar no que vai acontecer ao dinheiro já orçamentado para estes aumentos referentes a retroactivos de 2009?

Pois... já cabimentado há-de ir parar ao bolso de alguém que não dos pobres 43 funcionários que se esmeraram para obter boas classificações e ter as suas promoções relativas a 2008.

Se é agora que não se pode aumentar, porque não podem estas pessoas terem direito aos mesmos aumentos que todos os outros tiveram, mas que por um atraso no processo, chegaram tarde?

É o que se diz estar no local errado (Portugal/ACSS) e ser aumentado com retroactivos na hora errada.

2:05 da tarde  
Blogger Unknown said...

...e já agora poderiam acabar com a acumulação de ordenados com pensões. Devem ser mais de 43 indivíduos e valores muitos mais elevados!

2:21 da tarde  

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