sábado, dezembro 4

O risco maior está na submissão


Trabalhadores portugueses vão sofrer a maior quebra de poder de compra da Europa. link

A crise global combinada com a política de austeridade total prometida pelo Governo vai atirar Portugal para uma recessão em 2011 (uma queda de 1% do produto) e empurrar o desemprego para níveis históricos.
Os ordenados do privado vão estagnar, perdendo poder de compra, e o corte na massa salarial no sector público será superior a 11%, o mais violento de sempre e o maior dos 27 países da União Europeia (UE).
Estão reunidas as condições para que Portugal acumule, até 2012 inclusive, meia década perdida no crescimento, no emprego e no bem-estar da população.
Os portugueses vão empobrecer (cada português tornar-se-á no oitavo mais pobre dos 27 em 2012, já ajustado pelas paridades de poder de compra de cada país), enfrentarão quatro anos consecutivos de destruição de emprego e a subida da taxa de desemprego para 11,1% em 2011 e 11,2% em 2012.
A subida da carga fiscal afectará a esmagadora maioria dos portugueses, mas tende a pesar mais no bolso das pessoas mais pobres. O aperto ficará completo com a forte redução dos apoios sociais e o congelamento das pensões, por exemplo. Não se sabe ainda o que acontecerá com a actualização prevista do salário mínimo.
É nos salários que o impacto é maior, sobretudo ao nível da função pública: o ordenado médio real dos trabalhadores portugueses (já descontado da inflação) deverá cair 3,5% em 2011, o pior valor de toda a UE.

Apesar do empobrecimento em larga escala, Bruxelas alerta que Portugal falhará o ambicioso plano de redução do défice público prometido. Considera que o país precisa de mais medidas de austeridade para evitar a derrapagem: o Governo defende que o défice vai melhorar dos 7,3% do PIB este ano, para 4,6% no próximo e 3% em 2012; Bruxelas arrasa esta previsão, dizendo que a economia vai fraquejar e a factura com juros explodir. Para Bruxelas, o desequilíbrio das contas públicas vai, afinal, chegar a 4,9% e subir até 5,1% em 2012.
DN 01.12.10

Portugal, economist
Comentário:

Estamos efectivamente na cauda da Europa. Se não tivermos capacidade de reacção interna e tudo se passar como está previsto, no final deste pesadelo estaremos entre os países mais pobres da CEE alargada a 27. Sem desprimor, ao nível de uma Bulgária ou Roménia.

O País precisa de reagir, temos de procurar outras latitudes para além da Europa de Merkle & Sarkozi. Nunca a alegoria da jangada de pedra de Saramago esteve tão viva, os países ibéricos podem e devem ter outros horizontes e ambições. Temos de criar peso e especificidade para bater o pé aos ditames do eixo franco-alemão.

Tal não nos dispensa porém de arrumar a casa, a começar pelo saneamento das contas públicas e pela redefinição do sector público/privado, pondo fim a todo o tipo de promiscuidades (a saúde é um bom exemplo).

Se no final desta tormenta saírmos com o Pais mais arrumado, mais equitativo na distribuição da riqueza, menos corrupto e com horizontes comerciais mais alargado, até que poderia ter valido a pena ter baixado temporariamente o rendimento per capita.

O risco maior está na submissão. Aceitar, sem luta, a entrada do FMI; recuarmos nas conquistas sociais, entre as quais o despedimento sem justa causa; permitir que seja a Comissão Europeia a ditar, entre outras coisas, o nosso modelo de saúde; desistirmos de ser a Nação que somos para passarmos a ser o jardim (mal cuidado) das traseiras da Europa neoliberal.

O DOS CASTELOS

A Europa jaz, posta nos cotovelos:
De Oriente a Ocidente jaz, fitando,
E toldam-se romanticos cabelos
Olhos gregos, lembrando.

O cotovelo esquerdo é recuado;
O direito é em angulo disposto.
Aquele diz Italia onde é pousado;
Este diz Inglaterra onde, afastado,
A mão sustenta, em que se apoia o rosto.

Fita, com olhar sphyngico e fatal,
O Ocidente, futuro do passado.

O rosto com que fita é Portugal.
Fernando Pessoa, in Mensagem

Tavisto

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11 Comments:

Blogger DrFeelGood said...

Salsicharia europeia

Na semana passada, na rúbrica “Conselho Superior” da Antena Um, sublinhei que o Governo deveria usar os eurodeputados portugueses para concertar em Bruxelas uma estratégia europeia contra a crise.
No “Conselho Superior” de hoje lamentei que Portugal não tenha neste momento política externa e muito menos política europeia.
Devíamos meter ombros à prioridade de promover uma frente de países ditos periféricos, em situação de ataque e aperto semelhante à nossa, para fazer compreender à Sra. D. Merkel que esta Europa, assim, sem solidariedade e sem visão estratégica, entrincheirada na defesa do graal/Euro não vai a parte nenhuma – e, que com o Euro, vai acabar por enterrar também a UE. E, mais prosaicamente para alcance merkeliano, que, quando o fogo pegar em Espanha, os bancos alemães também vão começar a arder....
É desesperante que tenhamos a Europa entregue à gestão quadrada dos ministros das Finanças e do BCE - uma espécie de raposas velhas e relhas, a tentar tomar conta de uma capoeeira esburacada, que repetidamente deixaram assaltar...
É enfurecedor que tenhamos uma Comissão Europeia com a consistência barrosa da plasticina e um comissário da Economia e Finanças afoito apenas a calcar quem faz por se levantar do chão.
É trágico que não haja hoje na Europa um só Chefe de Estado ou de Governo com sentido estratégico, determinação europeista e capacidade de liderança para fazer a UE tirar finalmente as lições da crise e tomar as medidas que se impõem ( e várias o PE tem sugerido) para corrigir os desequilibrios estruturais, retomar o crescimento e a criação de emprego.
A demissão é colectiva - a quem restar honestidade, não sobra rasgo para ir além do rasteiro "sound-bite".
Precisavamos de mais Europa - a da convergência, da coesão, da solidariedade, pré-federal.
Sai-nos uma salsichada franco-alemã, mistela de sabor rançoso e digestão funesta.

Ana Gomes

7:19 da tarde  
Blogger DrFeelGood said...

Os novos engenheiros de almas

Vítor Sobral recuperou recentemente, numa crónica no "Negócios" sobre as contradições da direita portuguesa, uma citação reveladora de Margaret Thatcher: "a economia é o método; o objecto é a mudança da alma". Esta frase aplica-se na perfeição a mais uma iniciativa intelectual dos sectores neoliberais portugueses. O projecto Farol prova que o investimento em ideias prospera em épocas de crise.

Com o patrocínio da multinacional de consultoria Deloitte, alguns gestores juntaram-se a alguns economistas e advogados de negócios e produziram um manifesto e umas "conclusões preliminares" em powerpoint, como não podia deixar de ser. A comunicação social tratou de os difundir amplamente. Os lugares-comuns da novilíngua do "capitalismo empreendedor" disfarçam mal o projecto de submissão total da sociedade portuguesa a um mundo que é reduzido a uma "plataforma unificada de acção". O mundo, altamente hierarquizado e desigual, não é assim, claro.

O resto, que é o que interessa, vem por acréscimo. A "agenda do corte fiscal permanente" exprime o desejo de alinhar numa perversa concorrência fiscal, num país com uma carga fiscal abaixo da média da UE e onde os regressivos impostos indirectos, como o IVA, têm um peso excessivo. A lengalenga da flexibilidade, sobretudo no campo laboral, exprime o desejo de continuar a eliminar direitos e a transferir custos para a maioria dos trabalhadores assalariados na forma de vidas mais precárias e inseguras. Crucial é a redução do Estado a "um parceiro fiável do sector privado" e a correspondente apropriação de recursos públicos nas áreas onde está a fruta doce para os novos e garantidos negócios com muita consultoria à mistura: saúde, educação, segurança social ou infra-estruturas públicas.

Tudo isto é conhecido. Tudo isto é regressão social com consequências económicas negativas. A economia, uma certa economia em crise, é o método. No entanto, o objecto é mesmo a mudança da "alma". Inadvertidamente, o projecto Farol confirma as teses de Michel Foucault, expostas, em 1979, em "O Nascimento da Biopolítica" (livro recentemente editado entre nós pelas Edições 70). A "governamentalidade neoliberal" pretende criar os dispositivos, as condições, para transformar os indivíduos em novos homo economicus, em sujeitos empresariais desenraizados, adaptados e conformados a um mundo reduzido a fluxos económicos, com mobilidade e concorrência incessantes.

A "educação para a globalização" do Farol sintetiza a engenharia das almas que seria necessária para a utopia do capitalismo global. Estas consultorias políticas não acabam bem para a maioria. Devemos, por isso, guardar distância destes "faróis", se não queremos afundar em definitivo...

joao rodrigues, I, 07.06.10

7:27 da tarde  
Blogger tambemquero said...

BCE, FMI e Comissão Europeia com a mesma cassete neoliberal link : “reformar o mercado de trabalho”. O que é isto? Luta de classes à escala europeia; desculpem, mas não tenho melhor expressão: reduzir os custos do despedimento, fragilizar ainda mais a contratação colectiva e afunilar o subsídio de desemprego para que a economia do medo alastre, para que a insegurança laboral se intensifique. O objectivo principal é tornar estrutural a lógica conjuntural das políticas orçamentais de austeridade, ou seja, reduzir permanentemente os salários directos e indirectos, no público e no privado, que isto está tudo ligado. O aumento das desigualdades é outro dos efeitos/objectivos. Segue-se o apelo ao incumprimento do acordo sobre o salário mínimo? A crise e o desemprego continuam sem solução, claro. Isso pressupunha mudar a configuração institucional europeia para termos políticas de investimento, de estimulo económico. O aumento generalizado do desemprego é o resultado da crise do capitalismo financerizado e as economias que aguentaram melhor o embate, em termos de emprego, parecem ser precisamente as que têm regras laborais que distribuem os direitos e as obrigações de forma mais favorável a quem trabalha. Na realidade, a crise é usada como pretexto para todas as regressões, para a consolidação de todas as utopias liberais. Questão de poder. Esta gente só descansa quando tivermos todos regressado a 1906, a um anúncio que estava afixado numa fábrica da Renault: “Os operários podem despedir-se avisando o encarregado com uma hora de antecedência. A Casa, por sua vez, pode despedir os operários sem indemnização, avisando-os o encarregado com uma hora de antecedência.”

João Rodrigues

7:33 da tarde  
Blogger e-pá! said...

FERIADO - DIÁLOGO DE CAFÉ NA PROVINCIA

- A Srª. Merkel está de olho fisgado em Portugal…

- Não! A bófia é que anda atrás dela…

- A senhora acusa-nos de traficar números e de encobrir défices.

- Como? Nós?
Essa gaja, aposto, vive no “Complexo do Alemão”…
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10:47 da tarde  
Blogger Clara said...

Excelente.
Entregaram-nos aos bichos.
Depois de tanta incompetência a começar em Aníbal Cavaco Silva, o pai do monstro, o zé povinho trabalhador é que vai pagar a crise.
O povo português em sinal de protesto devia começar por boicotar as próximas eleições presidenciais (voto branco) no lugar de andar a fazer greves pró boneco.

8:33 da tarde  
Blogger saudepe said...

Diz que somos independentes

Ontem foi um dia importante. Aquele em que celebrámos os 370 anos da restauração da nossa independência. Celebrámos o facto de podermos decidir o nosso futuro. De podermos determinar o que é melhor para nós.

Não fosse aquele dia e provavelmente não teríamos mais do que um governo provincial. Que se limitaria a aplicar políticas que não só não seriam decididas aqui como, provavelmente, não poderíamos influenciar. Não fosse aquele dia e, perante a crise que agora vivemos, apenas poderíamos esperar que outros nos dessem a receita de como sair (ou não sair) dela. Não fosse aquele dia e um qualquer candidato a governar este País teria de se mostrar disponível para receber ordens com uma instituição estrangeira que não elegemos. Não fosse aquele dia e a nossa palavra de nada valeria na determinação da nossa política económica e monetária.

Não, não julguem que a ironia é sinal de um ataque tardio de nacionalismo. Mas, apesar de tudo, gostava de ter celebrado, ontem, o facto de sermos donos do nosso destino. De ser um parlamento que elegemos - português, europeu, espanhol ou qualquer outro - e um governo que escolhemos a decidir das nossas vidas. Se foi para sermos governados pelos mercados e pela chanceler Merkel que os quarenta conjurados se juntaram não me parece que tenham feito grande serviço. Ao menos os espanhóis estavam aqui mais à mão.

Daniel Oliveira

8:49 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Portugal em segundo lugar no top das desigualdades na União Europeia

Portugal apresenta o segundo valor mais alto no índice de desigualdade social da União Europeia, indica o livro "Desigualdades Sociais 2010 - Estudos e Indicadores", lançado hoje, quinta-feira, pelo Observatório das Desigualdades. link

O livro indica que a Letónia é o país com mais desigualdade na distribuição de rendimentos, mas logo a seguir vêm, ex-aequo, Portugal, Bulgária e Roménia, refere o estudo apresentado no Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa, em Lisboa.

No que toca às diferenças de rendimento total entre os mais ricos e os mais pobres Portugal está no quarto lugar da lista dos países mais desiguais.

O rendimento dos 20 por cento da população mais ricos é 6,1 vezes superior ao dos 20 por cento mais pobres, concluiu a equipa coordenada pelo investigador Renato Miguel do Carmo.

Usando dados de 2007, os responsáveis pela investigação concluíram também que 18 por cento da população estava em risco de pobreza em 2007, com especial incidência para os jovens até aos 17 anos (23 por cento em risco) e para os idosos com mais de 65 anos (22 por cento).

"A baixa escolaridade, o desemprego, a monoparentalidade, o número elevado de filhos e viver só são fatores que contribuem para elevar a taxa de risco de pobreza", indica-se no livro.

Um dos factores que mais contribui para aumentar este risco de pobreza é o desemprego, que no último trimestre de 2009 afectava mais 504 mil portugueses, contando com os inscritos no Instituto de Emprego e Formação Profissional.

Três quartos deste meio milhão de pessoas só tinham estudado até ao 9º ano de escolaridade.

A maior parte destes desempregados tinha entre 35 e 54 anos. Nesta faixa etária, o desemprego em Dezembro de 2009 aumentou 30,1 por cento face ao que se verificava em Dezembro de 2008.

Os investigadores registaram que o maior aumento de desemprego de 2008 para 2009 se registou entre pessoas que tinham concluído no máximo o ensino secundário, com uma taxa de 34 por cento.

Nas conclusões, a equipa do Observatório das Desigualdades estabelece que "a economia portuguesa depara-se não só com o problema das baixas qualificações da população trabalhadora, mas também com a questão da baixa oferta de emprego de qualificação intermédia".

O Observatório das Desigualdades funciona no âmbito do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), contando com apoio governamental.

9:28 da tarde  
Blogger e-pá! said...

A actual crise encarregar-se-à de reverter o 1º. de Dezembro de 1640.
Cada vez mais prolifera a sensação de que, nos dias que correm e com esta UE, Portugal e Espanha trilham um destino comum...

9:28 da tarde  
Blogger ochoa said...

O Ministério da Saúde vai averiguar os motivos por que há grandes diferenças nos gastos dos hospitais com os doentes com sida, anunciou hoje a ministra da Saúde. link

JP 03.12.10

MS vai averiguar, MS vai apelar. Mas quando é que o MS sabe e faz alguma coisa de jeito.

11:31 da tarde  
Blogger DrFeelGood said...

Na sua coluna de opinião no jornal britânico The Telegraph, link Abrose Evans-Pritchard deu a conhecer o "sentimento" de um operador do mercado financeiro:

"Angela Merkel não vai assinar por baixo enquanto não tiver corrido muito sangue no mercado das obrigações, e é vista [pelos especuladores] como não dispondo de qualquer saída. O mercado continuará a vender até que as ‘yields’ [taxas de juro implícitas nas transacções do mercado secundário] das obrigações de Espanha e Itália (e talvez também da Bélgica e França) atinjam níveis ‘suficientemente horrorosos’."

E o artigo de Evans-Pritchard conclui:

"Uma União Orçamental – com obrigações-euro, um Tesouro da UE na prática, e dívida pública da União – representa um enorme avanço político. Na Alemanha não há apoio popular para o que acabaria por ser o fim do estado-nação, e a senhora Merkel ainda não mexeu uma palha para preparar o terreno. Esse salto exigiria um novo Tratado da UE aprovado por todos os membros. É bem provável que a Alemanha possa chegar à conclusão que, tendo integrado os seus irmãos de Leste com um custo exorbitante, agora não consegue assumir o mesmo encargo para uma área seis vezes maior."

De facto, parece pouco provável que a senhora Merkel desrespeite frontalmente as regras do Tratado para salvar este euro. E qualquer solução inter-governamental através de uma continuada "interpretação flexível" de alguns artigos do Tratado apenas adiará o problema por mais algumas semanas. Em linha com o que aqui escrevi em 2009 (ver I, II), já estivemos mais longe do fim da moeda única.

Jorge Bateira

11:39 da tarde  
Blogger Tavisto said...

Estudo diz que sistema de saúde está em degradação e é insustentável

O actual sistema de saúde está em degradação e é insustentável, conclui um estudo do Instituto Superior de Economia e Gestão, que recomenda um novo modelo de financiamento que incida nos resultados.
"Propomos uma mudança de paradigma: pensar em financiar os cuidados de saúde e não as condições que permitam vir a possibilitar esses cuidados", defendeu o economista Augusto Mateus, coordenador do estudo.
Assim, o financiamento do sistema deveria ser feito através da satisfação das necessidades da população e não através das infraestruturas.
"O Estado deve querer é que os portugueses tenham acesso a cuidados de saúde e não ter três hospitais separados por 30 quilómetros de distância", exemplificou Augusto Mateus.
"Financiando as condições chegámos à insustentabilidade financeira do sistema. Então, talvez valha a pena dar uma oportunidade a financiar os resultados", acrescentou.
Para os autores do estudo, ficou demonstrado "que não é possível continuar a assistir à degradação" da sustentabilidade do sistema de saúde.
Para inverter esta realidade dizem que é também necessário uma verdadeira articulação entre o público, o privado e o social.
"O Estado tem um enorme papel de regulação. Deve ser prestador de cuidados apenas naquilo em que é insubstituível. Se usasse as Misericórdias e os novos investimentos privados em articulação com o sistema público teria muito mais capacidade de sucesso", explicou Augusto Mateus.
O economista sugere ainda que é necessário passar a ter orçamentos plurianuais na área da saúde, substituindo as contas anuais.
Augusto Mateus lembra contudo que os "erros acumulados ao fim de 20 anos" não se corrigem rapidamente, avisando que é necessária uma perspectiva de médio prazo.
Caso o paradigma não seja alterado, os autores do estudo acreditam que a população terá de passar a pagar mais para conseguir continuar a ter acesso aos cuidados de saúde de que hoje dispõe.
As propostas do estudo do ISEG não tiveram em conta um sistema de saúde gratuito, reconhece Augusto Mateus, lembrando que actualmente não há gratuitidade no sistema.
"Parte-se do princípio de que a saúde é um dos principais compromissos do Estado. Mas obviamente [a saúde] hoje não é gratuita. O que é preciso é que ninguém fique de fora do acesso aos cuidados por não ter recursos financeiros", sustentou.
JN 03/12/2010
……………..


Um pequeno à parte, esta de ter hospitais separados por escassos 30 KM deve ser uma graçola para os grupos BES e HPP que construíram hospitais nas imediações do Santa Maria ou do grupo Melo que construiu um no Porto em frente ao de Matosinhos.

Em boa verdade vale tudo para denegrir o SNS e, o que se lamenta, é que não haja ninguém no Governo com voz forte que ponha estes senhores no devido lugar.

Como dizia há tempos com piada um economista, do ISEG só nos saem duques.

12:05 da manhã  

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