domingo, setembro 4

Política de Destruição

No limite…
21/07/2011
A ADSE, o subsistema de saúde dos funcionários públicos, está a dever 350 milhões de euros aos hospitais, ou seja, um quinto da dívida (21,5%) que estes acumularam até ao final de 2010: 1625 milhões de euros, avança o Diário de Notícias.
Esta dívida é apenas uma pequena parte das verbas que o Estado está a dever às unidades hospitalares. Os administradores hospitalares dizem que verbas em dívida dos ministérios da Saúde e das Finanças chegariam para pagar o que os hospitais devem aos seus fornecedores. Pedro Lopes, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, disse ao DN acreditar que, se o Estado pagasse, "os hospitais provavelmente saldavam a totalidade das dívidas".

Alguém, no seu perfeito juízo, acreditará que é possível prestar os mesmos cuidados em quantidade e qualidade com menos 810 milhões de euros? link

Alguém, no seu perfeito juízo, acreditará que os responsáveis políticos e dirigentes, dos últimos vinte anos, (muitos deles reciclados da velha para a nova maioria) que delapidaram, durante décadas, milhares de milhões de euros ao erário público se constituíram, de repente, num bando de bons rapazes ?

Alguém, no seu perfeito juízo, acreditará que as teses propaladas (embora sem nenhum tipo de comprovação científica) dos 20, 30 ou 40 % de desperdício são credíveis?

Alguém, no seu perfeito juízo, acreditará que Portugal conseguirá manter um serviço nacional de saúde de qualidade se persistirem medidas (disparatadas) como as que reduziram o incentivo aos transplantes? despacho n.º 10485/2011 link

Alguém, no seu perfeito juízo, acreditará que os indicadores de saúde não se degradarão brutalmente com esta política de mercearia?

Alguém, no seu perfeito juízo, acreditará que o acesso e a universalidade se manterão com “contratos-programa” incumpríveis impostos pelos “diligentes” dirigentes das ARS aos hospitais com o fito único do “fazer de conta orçamental”?

Alguém, no seu perfeito juízo, acreditará que os portugueses continuarão a ter acesso à inovação terapêutica?

Alguém, no seu perfeito juízo, acreditará que a persistência da desorçamentação, do sub-financiamento e da rábula orçamental salvará o SNS?

Afinal qual o padrão de comparação para esta política? O Burkina Faso?

Todos compreendem a necessidade de racionalizar e de ganhar eficiência. Mas por favor não insultem a nossa inteligência. Não nos venham contar histórias da carochinha que não sobrevivem à mais elementar evidência.

Do que se trata é de escolhas políticas. Se o que pretendem é corrigir o desvario do apaniguado (e alucinado) Alberto João Jardim com a destruição do serviço nacional de saúde assumam com coragem essa opção.

Já não toleramos mais discursos “propofólicos” do senhor ministro Gaspar que no seu estilo apático e ao retardador nos vai querendo convencer que não há alternativa para branquear o incómodo BPN e os desvarios madeirenses que não seja destruir os pilares do Estado social e, em particular, o serviço nacional de saúde.
link

Os lados da barricada estão hoje muito claros.

Sasseti

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9 Comments:

Blogger Olinda said...

A miséria da política pelos políticos miseráveis…

”O PSD acha que o aumento de impostos que já está previsto por este Governo (demissionário e liderado pelo socialista José Sócrates) e no documento que assinámos com a ‘troika’ da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional já é mais do que suficiente. Não é preciso fazer mais aumento de impostos”, disse Pedro Passos Coelho» – Passos Coelho rejeita aumento de impostos, JN 11/Maio/2011

01 Setembro 2011
Passos no poder: já lá vão 4 aumentos de impostos
No final de Junho, na apresentação do programa de Governo, Passos anunciava aos portugueses que em Dezembro terão de pagar um imposto extraordinário equivalente a metade do subsídio de Natal.
Dois meses depois novo anúncio de aumento de impostos. No próximo ano, os mais ricos não vão escapar ao pagamento de mais 2,5% de IRS e as empresas com lucros acima de 1,5 milhões de euros mais 3%.
Se a isto somarmos as mexidas nas taxas do IVA que deverão entrar em vigor no próximo ano, e a subida deste imposto no gás e na electricidade que entra em vigor já em Outubro, em menos de um ano, os portugueses são confrontados com quatro aumentos de impostos.

30 Abril 2011
Passos Coelho: Quem quiser "TGV…", vote em Sócrates - por Lusa

03 Setembro 2011
TGV low-cost em estudo - Por Sol
As pressões intensas do Governo de Espanha para a construção da linha de alta velocidade Lisboa-Madrid levaram o Executivo de Passos Coelho a estudar a hipótese de construir um TGV menos dispendioso do que os 1,7 mil milhões previstos para aquela linha. Nesse sentido, o secretário de Estado das Obras Públicas, Sérgio Monteiro, já iniciou contactos informais com a empresa Soares da Costa, que lidera o consórcio a quem foi adjudicada a construção da linha, para renegociar o contrato.

8:06 da tarde  
Blogger Tavisto said...

O calote da ADSE ao SNS talvez explique a razão pela qual entre 2008 e 2010 a despesa por beneficiário do subsistema baixou d 743,5 para 419,4 Є, segundo dados disponíveis na PORDATA.
Aqui chegados, convém referir que Mendes Ribeiro é membro do Conselho Científico da Fundação de Francisco Manuel dos Santos e, certamente, o principal responsável pela informação sobre Saúde vertida no portal. Convém também lembrar que um argumenta de peso esgrimido ciclicamente pelo novel coordenador do grupo técnico para a reforma hospitalar em favor do “modelo ADSE” relativamente ao SNS assenta precisamente no menor custo por utilizador do subsistema.
Assim sendo, face aos factos que se conhecem relativamente ao incumprimento financeiro (leia-se calote) do Ministério das Finanças, sugiro ao Dr. Mendes Ribeiro que numa próxima edição do livro "Saúde, a liberdade de escolher", altere o titulo do mesmo para "Saúde, a liberdade de escolher a quem e quando pagar".

8:32 da tarde  
Blogger e-pá! said...

“Estes”…

“Estes” (que estão no seu perfeito juízo!) são aqueles contra quem os Utópicos (no séc. XIX) nos avisaram…

São os que entendem a justiça social como uma construção moral, metafórica e religiosa, porque anseiam concretizar negócios à custa das desigualdades e obter piedosas benfeitorias por práticas caritativas;

São os que rejeitam o bem-estar colectivo porque estão comprometidos com privilégios de grupo, de casta;

São os que propagandeiam a retórica da equidade mas reservam para um grupo as (boas) oportunidades;

São os que perante a perda da dignidade e da capacidade de sustento de muitos passam a dispor (entre poucos) de bens maiores;

São os que reduzem o Mundo a números, taxas e projecções ignorando o sofrimento das pessoas;

São os que querem cumprir metas ou ultrapassar objectivos caminhando sobre os escolhos da servidão, da miséria e da fome;

São os que ao ouvirem gritar por Liberdade, começam a verberar a libertinagem… porque vivem das prepotências (liberais, supõe-se);

São os que defendem que a cultura é supérflua exactamente porque pretendem tirar proventos da ignorância.

10:39 da tarde  
Blogger Saturnino said...

A imprevisibilidade dos independentes...

Aperta-se o cerco ao ministro Vítor Gaspar
por DN.ptHoje

Ferreira Leite arrasa a política fiscal. Marques Mendes questiona os insuportáveis sacrifícios. Pacheco Pereira critica a política do martelo. Soares avisa que Portugal está no limite. Barreto admite convulsão social. João Duque fala em pouca inteligência. O incómodo alastra no PSD e no CDS.
Quando ontem pela manhã chegou à Universidade de Verão do PSD, o ministro das Finanças trazia com ele um rasto de críticas ao novo aumento de impostos.

Ficamos a aguardar a entrada em cena do fantástico Álvaro...

2:00 da tarde  
Blogger DrFeelGood said...

Pensar que um professor lunático poderia ser um razoável ministro das finanças de um Governo àrrasca, foi a aposta de PPC após sucessivas recusas doutros candidatos mais avisados.
O resultado está à vista.
Este ministro não governa, esmaga. Atira em todas as direcções numa tentativa pouco inteligente de apresentar resultados rápidos.
E até PPC parece recear o prejuído de imagem, escapando-se sorrateiramente das sessões públicas promovidas pelo senhor ministro das finanças para anunciar mais aumentos de impostos.
Um triste e lamentável espectáculo deste incompetente e inenarrável grupelho de liberais de pacotilha.

4:05 da tarde  
Blogger DrFeelGood said...

Nunca pensei recorrer às análises publicadas na nossa imprensa da senhora Manuela Ferreira Leite.
Diz o povo sábio que há sempre uma primeiroa vez.
Ora aí vai...


«As reações à conferência de imprensa desta semana do ministro das Finanças foram dominadas pela surpresa que ela constituiu. Na verdade, a expectativa que a rodeou, quanto à anunciada redução da despesa pública, foi substituída pela revelação da necessidade de um novo aumento de impostos.
A sua exposição foi apoiada numa extensa análise macroeconómica que perspetiva a evolução nos anos futuros da nossa situação económica.
Não duvido da competência técnica subjacente ao cenário apresentado, nem da boa intenção das medidas propostas.
As minhas dúvidas relacionam-se com um diferente grau de otimismo, elemento sempre presente em qualquer previsão.
Assim, a evolução das variáveis macroeconómicas serão certamente as que o ministro apresentou, desde que a evolução, especialmente de Espanha e da Alemanha, seja a que está considerada na projeção efetuada.
Não estou segura quanto a essa evolução e, nessa medida, não fico tranquila quanto à evolução esperada do PIB e, consequentemente, da percentagem de défice público, sem medidas adicionais.
Além disso, o crescimento da receita fiscal já não é proporcional ao aumento das taxas, o que significa que já se ultrapassou o limite do possível.
É, de resto, neste ponto que o meu otimismo se esfuma perante o do ministro.
A tributação em IRS dos ricos é politicamente muito atrativa e simultaneamente muito perigosa.
O conceito de rico em Portugal é sinónimo de “ganhar bem”, ou seja, abrange grande parte da classe média, o que é confirmado pelos valores dos limites dos escalões mais elevados.
E é porque se atinge esta classe que a receita tem significado.
É verdade que abrange pessoas cujo rendimento disponível é superior às suas necessidades básicas e que, por serem os principais consumidores de certos bens e serviços essenciais à atividade económica, influenciam-na fortemente.
São também estas que contribuem decisivamente para a poupança do país.
Neste sentido, tributar cada vez mais esta classe de rendimento é optar por aplicar a sua poupança na manutenção do nível da despesa pública, em vez de deixar que esta se encaminhe para financiar investimento necessário ao crescimento do país.
Não duvido para onde o meu estado de espírito me empurra.
Finalmente, é evidente que o fim da dedução de certas despesas, para efeitos de IRS, especialmente em saúde, vai redundar em perda de receita fiscal.
Este tipo de dedução foi a grande arma, e muito eficaz, de combate à evasão fiscal das profissões liberais.
Como não existe um fiscal atrás de cada contribuinte, a diminuição da necessidade dos utentes em dispor de um comprovativo de despesa vai fazer recuar aos anos dos preços “com recibo” ou “sem recibo”. O que se ganha com a diminuição das deduções, não compensa o que se perde em tributação de rendimentos, isto é, penaliza-se quem paga e beneficia-se quem recebe.
De justiça tem pouco e de eficácia nada.
Espero estar a ser pessimista»

Expresso, pontos de vista, Manuela Ferreira Leite, 03.09.11


Espero que esta crónica, cheia de ironia "benenosa", não seja resultado de encomenda do amigo Aníbal.

4:15 da tarde  
Blogger Saturnino said...

Sugestão Patriótica

Sugere-se, a todos os portugueses, que incluam em post scriptum das suas assinaturas de correio electrónico a seguinte mensagem:

..."“Há limites para os sacrifícios que se podem exigir ao comum dos cidadãos.” - Cavaco Silva, em 9 de Março de 2011"...

4:32 da tarde  
Blogger tambemquero said...

O documento de Estrategia Orçamental 2012-2015 contém alguns elementos altamente preocupantes.
Um dos mais relevantes, e que até agora parece escapar aos sempre atentos meios de comunicação e respectivos opinadores de serviço, encontra-se nas previsões para 2015.
De facto, depois de um esforço extraordinário de todos os Portugueses, depois de quatro anos a implementar as famosas reformas estruturais, tão queridas da Troika, o Ministério das Finanças conclui duas coisas:

1) Em 2015, o PIB Português encontra-se ao nível do nosso “PIB Potencial” (i.e. na capacidade produtiva máxima da economia sem pressões inflacionistas e com nivel de “pleno emprego”);

2) Em 2015 a taxa de desemprego será de … 12,3%.
Ou a equipa das Finanças não acredita naquilo que está a fazer (e então seria bom que o dissesse), ou então não se compreende.

Ninguém toma medidas de re-estruturação tão profundas, nomeadamente nas leis laborais, e acaba com uma “taxa natural” de desemprego de 12,3%.
Ou então, alguém se enganou e seria melhor reverem a matemática da coisa.
È que assim, em vez do “PIB Potencial”, parece mais que vamos acabar com um “PIB … Impotente”.

Antunes, Blog Sedes 04.09.11

PMP (comentário):
Este governo parece ignorante e incompetente quer ao nível fiscal quer ao nivel do desenvolvimento económico.

O Ministro das Finanças parece acreditar nas lengalengas monetaristas que levaram à criação deste Euro estúpido.
E até agora zero de propostas para o desenvolvimento económico.

Enfim, PSD e PS a mesma luta.

1:28 da manhã  
Blogger tambemquero said...

Acusação Infundada

Há pouco tempo o Ministro Miguel Relvas fez exibir na Assemlbeia da República, com grande estardalhaço, caixotes de centenas de alegadas facturas por pagar de um organismo público, obviamente para dar um exemplo do suposto "colossal desvio" nas contas públicas herdado do anterior Governo. Como se pretendia, o "show off" teve grande impacto mediático, tendo sido manchete em vários jornais.
Sucede que jornal I informa hoje que afinal não havia nenhum fundamento para a acusação, e que quase todas as ditas facturas estavam pagas e que as demais estavam a aguardar pagamento, não havendo falta de fundos para o efeito.
Esta precipitação irresponsável do governante suscita duas perguntas:
- Vai o ministro pedir desculpa aos responsáveis do organismo em causa e à AR pela infundada acusação?
- Vão os órgãos de comunicação dar ao desmentido o mesmo relevo que deram à falsa denúncia,ou vão ignorá-lo como é usual?

vital moreira, causa nossa

1:30 da manhã  

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