SNS, destruição do acesso
1.º A partir de 01.01.12 este governo aumentou as taxas moderadoras dos Centros de Saúde e Serviço de Urgência para
mais do dobro link
- As taxas das consultas dos centros de saúde, aumentaram de
2,25€ para 5,0 €. Ou seja, passaram a custar aos utentes dos CSP mais 2,75€.
- A “moderação” do atendimento do Serviço de Urgência
Polivalente passou a custar 20€; Serviço
de Urgência Médico-Cirúrgica 17,5€; , Serviço
de Urgência Básica 15€; Serviço de Atendimento Permanente ou Prolongado 10€ (aumentos
de 10,4€, 8,9€, 6,4€ e 6,2€, respetivamente).
- As taxas das consultas de especialidade (CSP e HH), passaram
a custar 7,5 €. E das consultas ao
domicílio 10€ (anterior:4,80€).
- Menos 1.316.351 (-6,9%) de consultas médicas presenciais de Janeiro a Outubro 2012, relativamente ao
período homólogo do ano anterior. Menos 911.368 do total de consultas médicas realizado
neste período (presenciais, não presenciais e domiciliárias
- Menos 493.370 atendimentos nos
Serviços de Urgência do SNS registados no mesmo período.
- Isto enquanto se verifica a redução do número de doentes saídos
(-1,0%) e empastelamento da demora média (7,74 para 7,92 dias) do internamento hospitalar,
Estes indicadores expressam de forma eloquente a dificuldade
crescente dos portugueses no acesso aos cuidados de saúde (tendencialmente gratuitos) por não poderem suportar os custos elevados das taxas
moderadoras (verdadeiros co-pagamentos) e dos transportes.
3.º Este quadro de acção de destruição progressiva do acesso dos
cidadãos portugueses aos cuidados de saúde é reforçado através da informação
disponível do SIGIC: link
- Aumento no 1.º semestre de 2012 da Mediana TE da LIC de
3,13 (2011) para 3,30 meses (5,4%);
- A % de inscritos que no mesmo período ultrapassaram o TMRG,
aumentou de 13,9% (2011) para 14,8%
(2012).
4.º O aumento automático das taxas moderadoras em 2013 de acordo com a inflação (com excepção dos CSP), aquém da troika, segundo a propaganda oficial do MS; os cortes de financiamento (OE/2013), mais os cortes a eito do plano de redução das despesas sociais (quatro mil milhões de euros), mais os cortes a eito, ao sabor do improviso deste governo, fazem prever o pior para 3013, ao contrário do que vem prometendo o sr ministro, segundo o qual, a Saúde é uma área protegida para todo o sempre. Amén.
Clara Gomes
Etiquetas: Um país em sofrimento, XIX gov
1 Comments:
Parabéns à Clara Gomes e à Olinda pelos excelentes posts com que nos brindaram.
O ano de 2013 promete no saudesa.
Este ministério mostrou a sua obsessão em agradar ao Gaspar e cortar despesas, independentemente dos efeitos nos doentes e na saúde. Na verdade muita da redução de despesa veio de cortes na actividade dos serviços.
Cortou nos salários dos médicos, desmotivando-os para maior produção com mais qualidade.
Induziu menor actividade nos hospitais através do financiamento, das taxas e do controlo administrativo. O que reduziu os transplantes e a cirurgia, entre outras.
Pela inactividade impediu o desenvolvimento dos CSP e dos CCI. Com isso bloqueou camas hospitalares e impediu a substituição de atendimentos nos hospitais e nas urgências.
Com menos recursos nos CSP, já que há agora menos médicos, os doentes foram tratados mais tarde ou não o foram de todo. Por isso houve menos consultas mas também, menos educação e prevenção da doença.
Finalmente nada fez quanto aos subsistemas públicos. Assim tudo o que dificultou no SNS foi promovido na ADSE, o que aumentou a duplicação de actos e reduziu a equidade de acesso.
Ao médico SEAS cabe-lhe enaltecer a prevenção para evitar a doença, o sofrimento e para o doente ter mais saúde, depois de a ter promovido o que não aconteceu. Veio lembrar aos doentes a obrigação de prevenir e não recorrer aos serviços de saúde para aumentar a sustentabilidade do SNS??
Só falta vir agora o SES das contas vir dizer aos doentes para não aviarem metade dos medicamentos que nós prescrevemos para terem mais saúde!
Que vida Margarida (via mail)
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