Restrições orçamentais
Qualidade das repostas e indicadores
de saúde
A paranóica obsessão de ser um 'bom aluno', a qualquer
preço, tem - ao contrário que a equipa de Paulo Macedo faz questão de
sistematicamente anunciar - elevados custos. Nos resultados.
Ao tentar interpretá-los falta frequentemente o
distanciamento necessário para avaliar com precisão as alterações qualitativas
das respostas do SNS. As recentes alterações da taxa de mortalidade infantil (a
sua ‘significativa’ subida no período meonatal) link,
link
constituem o primeiro sinal de alarme,
já que se trata de um indicador ‘major’ da saúde.
O relatório elaborado por um grupo de especialistas, por
encomenda da DGS, link
acabou por gerar as seguintes recomendações:
“1. Deve ser promovida uma auscultação e debate com
especialistas para interpretação dos resultados e definição de estratégias para
melhoria contínua da taxa de mortalidade infantil, concretamente da taxa de
mortalidade neonatal, tendo em atenção as questões da prematuridade, do baixo
peso e da gemelaridade;
2. Deve ser organizada a vigilância permanente com base no
Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO) que permita recolher
elementos em tempo real para melhoria da identificação das causas de
mortalidade infantil;
3. Deve ser obrigatória a recolha atempada de informação
adicional para cada óbito infantil ou fetal, constante do inquérito anonimizado
disponível no sítio eletrónico da DGS, para produção de estudo epidemiológico
no período perinatal alargado (mortalidade fetal e mortalidade neonatal);
4. Devem ser desenvolvidos mecanismos locais, envolvendo os
ACES e os Hospitais, para monitorização e implementação das medidas corretivas
necessárias, já em 2013.” In ‘Estudo comparativo do número de óbitos e causas
de morte da mortalidade infantil e suas componentes (2009-2011)’, de 18 de
Janeiro de 2013, pág. 96. link.
Ficamos, portanto, pela auscultação de especialistas,
debate, vigilância, acuidade da recolha de dados, informação, monitorização,
etc.
Para a DGS e para os autores do Estudo restrições
orçamentais relativas ao sector materno-infantil que, eventualmente, poderão
ter influenciado a qualidade das respostas e, ainda, as questões de
acessibilidade directamente correlacionáveis com o empobrecimento das famílias,
foram – ao que se supõe – consideradas despiciendas.
A pergunta é: havendo uma relativa opacidade sobre as causas
técnicas não seria expectável que surgissem recomendações sobre ‘causas
orçamentais e sociais’?
Começa a ser fastidioso este tipo de trabalhos que o MS em
situações de melindre tem por hábito encomendar e que em vez de esclarecer
lançam novas e preocupantes dúvidas. Foi assim no parecer do CNECV e reaparece
neste Estudo.
Em jeito de remate: Muito embora os problemas relativos à
mortalidade neonatal possam ser considerados – para já – como pontuais e
‘provisórios’, esperemos que não surjam, no futuro (próximo), questões
relativas à mortalidade fetal e perinatal.
Aí não haverá relatório que consiga encobrir o peso que -
nessas circunstâncias- terá o permaturo do fecho da Maternidade Alfredo da
Costa link
.
Um alerta que aqui antecipamos, para memória futura.
E-pá!
Etiquetas: Paulo Macedo, Um país em sofrimento
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