Despacho nº 16933-A/2013
Anulação do concurso do Hospital de Todos os Santos / Zona Oriental de Lisboa link
Como prevíramos o concurso para construção em PPP do hospital de Todos-os-Santos foi anulado para abrir caminho a uma PPP com construção e gestão privadas, à semelhança das que vão tomando conta do sector hospitalar do SNS. Neste processo liquidatário do Hospital Público, têm papel determinante o colaborador do ministro para a área hospitalar - Luís Filipe Pereira e, ao que tudo indica, o seu ex-colaborador e actual Presidente da ARSLVT, Luís Cunha Ribeiro.
O aparecimento da empresa POP Saúde, criada pelo ex-presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) Miguel Soares Oliveira e a esposa Rita Abreu de Lima (ex colaboradores de Cunha Ribeiro enquanto presidente do INEM) para acompanhar reforma da urgência metropolitana e da rede hospitalar, devem ser vistos à luz deste objectivo de substituição da gestão pública pela privada, tendo nos grandes grupos económicos o seu suporte.
Para já verificar-se-á na grande Lisboa que fica cintada, com a construção desta nova unidade, por hospitais PPP (Cascais, Loures, VFXira e agora todos-os-santos), ao mesmo tempo que os hospitais com gestão pública do centro da cidade vão desaparecendo.
A tão badalada saída de Rita Abreu de chefe de gabinete de Miguel Macedo, interpretada pela comunicação social como de oportunismo e traição ao ministro da administração interna, deve pois ser vista à luz desta nova realidade. Rita Abreu sai a bem e com missão a cumprir encomendada pelo Governo/Paulo Macedo, colaborar na destruição do que resta da rede hospitalar pública da ARSLVT.
A reforma hospitalar não está pois em fase de maturação e a aguardar melhores tempos. Ela está em marcha e visa ir substituindo, dentro do possível e economicamente rentável, o Hospital Público por PPP com gestão privada e pela entrega às Misericórdias das unidades com menor investimento tecnológico. É dentro desta lógica de alienação da propriedade pública que devem ser entendidas as palavras de LFP ao Expresso: O Estado tem de pagar pela qualidade e não precisa de ser prestador.
Tavisto
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