Vales consultas
Hipótese de replicar modelo usado nas operações está a ser estudada no âmbito da reforma hospitalar
O Ministério da Saúde está a estudar a possibilidade de os doentes que não têm acesso a consultas hospitalares no SNS nos prazos previstos na lei – no máximo 150 dias – poderem vir a receber vales para recorrer a outras unidades como ocorre na área das cirurgias.
Em resposta a informação veiculada pelo i, de que neste momento há tempos médios de espera para consulta em algumas especialidades de um ano, dois e em casos excepcionais até de mil dias, a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) esclareceu que esta é uma medida que está a ser equacionada, considerando que será importante integrá-la na redefinição das redes de referenciação hospitalares, cuja conclusão está apontada para em 2015.
Além desta medida, a ACSS ressalva que têm vindo a ser implementadas várias iniciativas que contribuem para consultas mais atempadas e mais liberdade de escolha por parte dos doentes. A matéria mais avançada prende-se com os doentes, quando encaminhados pelo médico de família para consulta hospitalar, poderem optar por um leque de hospitais e não apenas pela unidade da sua zona.
Além desta medida, a ACSS considera que o aumento de consultas de telemedicina (à distância) para rastreio dermatológico e rastreios para retinopatia diabética, na área de oftalmologia, também vão melhorar a resposta. Na análise do i aos dados publicitados pelos hospitais, estas eram das especialidades com maiores tempos de espera.
Quanto ao facto de ainda serem uma minoria as unidades que publicitam tempos de espera e a informação ser heterogénea, a ACSS sublinha que tem trabalhado no reforço da informação ao público.
Marta Reis - Jornal I, 14.10.2014
É caso para dizer “Eppur si muove”. Afinal o problema existe mesmo estando a ser equacionadas soluções no âmbito da misteriosa reforma hospitalar.
Que soluções serão estas? Iremos ter processos de contratualização nos hospitais do SNS, permitindo aumentos de produção interna por acréscimo de tempos de trabalho através de um processo de discriminação positiva, ou será que se vai proceder a um reforço do financiamento dos privados acentuando a fuga de médicos do sector público?
Bem mais simples de solucionar parece ser o problema da ocultação de informação por parte dos hospitais. Por que não obrigar pura e simplesmente à publicitação da informação?
Tavisto
1 Comments:
Face ao excelente trabalho da jornalista do I lá vem o MS sacar da sua "sucata política" dizendo que tem artilhadas medidas prontinhas a implementar no âmbito da reforma dos hospitais.
Mas qual reforma!
A que o próximo ministro PS terá de fazer à pressão!
A do ministro Paulo Macedo não será certamente.
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