CTH, anos de espera

Há hospitais do Serviço Nacional de Saúde que registam anos de espera para primeiras consultas em algumas especialidades. 

Esta é a realidade dos dados de 2015 do programa Consulta a tempo e horas (CTH), divulgados no Portal do SNS. Porém, vários hospitais confrontados pelo JN rejeitaram os números publicados, apontando inúmeras fragilidades a um dos sistemas que, a partir de maio, vai servir para os clínicos e utentes escolherem o hospital que dá melhor resposta. 

Apesar das incorreções, há casos em que os tempos de espera para consulta e cirurgias são "graves", como admitiu anteontem o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, numa visita ao Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro em que anunciou que a solução poderá passar por protocolos com hospitais do Porto para deslocalizar equipas médicas ou os doentes. 

JN 03/04/2016 link 

Esta é uma realidade antiga, agravada ao longo dos anos pelo subfinanciamento crónico do SNS e pelo adiamento da reforma hospitalar. Incómoda para quem governa, conveniente para quem vive à custa das ineficiências do SNS, os factos corajosamente expostos no Portal da Saúde foram ocultados da esfera pública. link 

Os que mais lhe sentem as consequências, a grande maioria dos Portugueses que não usufruem de seguros de saúde públicos ou privados ou de rendimentos que lhes permitam aceder de forma direta à medicina privada, têm-se resignado aceitando as gritantes desigualdades geradas pela ineficiência do sistema. 

Esperemos que as soluções internas anunciadas por Manuel Delgado sejam céleres pois, também em Trás-os-Montes e Alto Douro, os privados já meteram mãos à obra estando em construção duas unidades hospitalares na cidade de Vila Real. 

 Tavisto