Saúde, custo ou investimento?
Estudo População Portuguesa Impactos não económicos do investimento em Saúde. Índice de Saúde sustentável. link
Estudo realizado por investigadores da Universidade Nova. de Lisboa, com uma amostra de 554 indivíduos maiores de 18 anos, conclui que, em 2015, se não existissem taxas moderadoras, teria havido mais de 2,8 milhões de consultas com médico de família, mais 1,2 milhões de consultas externas, mais um milhão de exames de diagnóstico e mais de 1,1 milhões de episódios de urgência. Por outro lado, demonstra que o SNS contribuiu para diminuir em mais de dois dias o número de faltas ao trabalho, o que representa uma poupança de 744 milhões de euros em salários. Para Pedro Simões Coelho, director da Nova IMS e coordenador do estudo, o mais importante a destacar é que «pela primeira vez, conseguimos alcançar a criação de um indicador de sustentabilidade do SNS, onde convergem os vectores da qualidade, preço e actividade». Este indicador é uma ferramenta que permite a análise aprofundada dos diferentes tipos de investimento em saúde, identificando as áreas onde ele é prioritário.
Para Isabel Vaz, Portugal tem vindo a garantir a sustentabilidade do sistema, por um lado tentando melhorar a eficácia da forma como tratamos e, por outro, a eficiência, reduzindo desperdício e não só custos, e a qualidade. Todos devemos trabalhar para a sustentabilidade de um bem que tem múltiplos impactes na sociedade e cuja importância é consensual.
Além de não haver troca de informação entre os hospitais do sector público, também não há entre estes e os do sector privado.
«O problema da dupla cobertura (os cidadãos pagam o SNS através dos seus impostos e alguns deles pagam do seu bolso sistemas privados de saúde) tem de ser enfrentado, porque gera desperdício».
Será preciso aumentar muito a despesa para termos os resultados que pretendemos?
A esta pergunta do moderador, Isabel Vaz respondeu que «o SNS é dos melhores serviços públicos que temos em Portugal, as pessoas queixam-se de barriga cheia. Temos bons indicadores de saúde, mas temos muitos desafios pela frente, nomeadamente o tecnológico, que vai mudar o comportamento das pessoas e que em algumas circunstâncias pode trazer custos a mais e noutras gerar custos a menos».
Articular os dois sectores, público e privado, para alcançarem os mesmos objectivos é o grande desafio com vista a reduzir desperdício e optimizar recursos, segundo Isabel Vaz, sem esquecer que o cidadão tem de ser o gestor da sua doença.
A pobreza, sendo um factor de exclusão, retira às pessoas a possibilidade de integração global na sociedade e, nessa medida, compromete os resultados em Saúde. Reduzir as taxas moderadoras é um caminho para a recuperação de rendimento, porém, o essencial, disse Isabel Vaz, é fazer com que o país cresça, que existam pessoas menos pessoas pobres. link
Tempo Medicina
Estudo interessante.
Isabel Vaz de barriga cheia (via ADSE) fiel aos soundbites: “O SNS é dos melhores serviços públicos, as pessoas queixam-se de barriga cheia.”
O SNS está bem. Não necessita de mais investimento. Desta vez, a inginheira meteu a competitividade no saco. Preferiu defender a coexistência e articulação entre sectores. Com os utentes da ADSE sempre a crescerem (o recente anúncio do alargamento do universo de beneficiários da ADSE, caiu como sopa no mel).
O tempo encarregar-se-à de levar o SNS às cordas.
Clara Gomes
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