ACF, começamos a ficar fartos !
A propósito do actual ministro da saúde, alguém escreveu aqui certeiro no Saudesa:
«O seu alfa e ómega tem sido conquistar as graças da comunicação social, não cumprir o programa e o que defendeu contra a política anterior, revelando-se um “sereio” ziguezagueante, com um canto enleante, mas cansativo, decidindo contra o que antes defendeu e afirmou». link
Chamado à Comissão de Saúde da AR link
ACF contra-atacou numa entrevista ao JP: “Portugal terá um Serviço Nacional de Saúde "arrumado" no final da legislatura” link
Face à iniciativa das ordens da Saúde (Médicos, Enfermeiros, Farmacêuticos, Médicos Dentistas e Nutricionistas) que pretendem apresentar ao Presidente da República um plano de emergência de reposição do financiamento do SNS ao nível da média da OCDE, ACF aparece na “Grande Entrevista” link, a prometer um orçamento (2017) para a Saúde melhor que o anterior.
Não adiantou quanto, nem podia, mas todos percebemos que muito pouco. “Um orçamento possível que obrigará em 2017 a um exercício de novo exigente”.
Durante a entrevista foi visível o ar abatido do ministro, certamente fruto do melindre causado pela iniciativa das ordens que preferem dialogar com Marcelo. ACF, admitiu não conhecer o plano de emergência das ordens. A conclusão a tirar desta situação só pode ser a seguinte: As ordens, fartas de conversa vã, deixaram de confiar no seu ministro. Preferem Marcelo.
Este será, no nosso entender, o essencial do momento político da Saúde que se vive. E quanta conversa fiada foi precisa para aqui chegarmos.
Seja como for, o ministro da saúde achou oportuno deixar alguns recados: “Nós temos tido um exercício de grande lealdade e cooperação com as ordens profissionais”. “A situação do SNS é preocupante mas não alarmante.” “A humildade é essencial, significa tanto quanto possível, ser bombeiro e não incendiário”.
O resto da entrevista foi mais do mesmo. Propaganda dura: “Temos hoje mais 3000 profissionais no SNS do que no ano passado.” “Investir no Capital Humano é talvez do mais estratégico que podemos fazer”. “Temos a melhor colocação de médicos no interior de que há memória, mas ainda é insuficiente.” “A saída de médicos do sector público para o privado estabilizou.” “Vamos ter este ano o maior número de aprovação de novos medicamentos dos últimos anos.” “Há uma consolidação do ano passado para este e no fim da legislatura prevê-se consolidação.”
Desplante da demagogia: “Em 2019 nós esperamos ter resolvidas as questões do acesso à Saúde”. ACF, sabe, que, nesse longíquo ano político, dificilmente, continuará ministro da saúde.
Desplante da hipocrisia: “Os administradores hospitalares queixam-se e com razão da falta de autonomia. Mas o que fizemos foi limitar a despesa nova a autorizações com resposta em 48 horas.”
Não havia necessidade. Tanta pantomina para dar-se ares de rigor.
Clara Gomes
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