Óscar Gaspar, presidente da APHP
Ex-assessor de Sócrates lidera hospitais privados
Óscar Gaspar, ex-secretário de Estado da Saúde no segundo Governo de José Sócrates, foi eleito "por unanimidade" presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), que representa perto de uma centena de unidades privadas de saúde, com um volume de negócios anual que ascende a 1.800 milhões de euros.
Natural de Vagos, licenciado em Economia pela Faculdade de Economia do Porto e pós-graduado em Gestão Pública pela Universidade de Aveiro, o novo líder dos hospitais privados portugueses trabalhou no BCP entre 1992 e 1997, começando depois disso a colaborar activamente com o Partido Socialista.
Assessor do grupo parlamentar dos socialistas (1997-1999) e depois assessor e chefe de gabinete do secretário de Estado do Orçamento (1999-2001) no Executivo liderado por António Guterres, voltou ao círculo político com o regresso dos socialistas ao poder – durante a era Durão/Santana em São Bento foi administrador da Metro-Mondego e colaborou com a Iberdrola. No primeiro mandato de José Sócrates (2005-2009) foi assessor económico; ascendeu a secretário de Estado da Saúde na legislatura sem maioria absoluta interrompida em 2011. Já com a troika em Portugal e com António José Seguro no Largo do Rato, não perdeu protagonismo público: integrou a Comissão Política, assumiu-se como um dos principais conselheiros da direcção e até porta-voz do partido para os assuntos económicos, saindo em Setembro de 2014 depois de António Costa concretizar o assalto à liderança.
Até ser eleito presidente da direcção da APHP para o triénio 2016-2018, Óscar Gaspar ocupava o cargo de director dos assuntos externos da multinacional farmacêutica MSD – Merck Sharp & Dohme em Portugal, que abandonou em Agosto. Nos próximos dois anos assume como principal desafio "a maior participação da hospitalização privada nas discussões da política de saúde".
"A reconhecida excelência na prestação de cuidados, a flexibilidade de gestão, a capacidade e vontade de investir e a liberdade de escolha que concede ao cidadão permitem [à hospitalização privada] encarar o futuro de forma sustentável e ser considerada, quer um parceiro efetivo do SNS, quer um pilar do sistema de saúde português", aponta Óscar Gaspar, citado esta segunda-feira, 17 de Outubro, num comunicado de imprensa.
Liberdade de escolha e eficiência privada
De acordo com as informações partilhadas por esta associação, os hospitais privados em Portugal empregam mais de 17 mil pessoas e todos os anos realizam 6,8 milhões de consultas, 1,7 milhões de atendimentos urgentes e 260 mil cirurgias. Óscar Gaspar substitui Artur Osório na presidência.
Na lista de vogais da nova direcção estão Carlos Alcântara (Casa de Saúde Senhor da Serra), João Novais (Hospital da Luz), João Martins (Lusíadas) e João Bacalhau (Hospital Particular do Algarve), que transitam todos do mandato anterior, juntando-se agora à equipa João Estevão (Hospital Privado da Trofa) e Guilherme Magalhães (Hospital CUF Infante Santo).
Em entrevista à Lusa, publicada este domingo, 16 de Outubro, o antigo governante defendeu que "se ao Estado incumbe dar acesso dos cidadãos à saúde, e se os privados conseguem provar que são mais eficientes do que outro tipo de entidades, então o que faz sentido é o próprio Estado garantir também o acesso dos cidadãos aos hospitais privados, independentemente do seu nível de rendimentos".
Os utentes devem poder escolher a unidade de saúde, pública ou privada, cabendo ao Estado o pagamento da despesa? "Não é só apenas uma questão de liberdade de escolha. É também uma questão de eficiência e de conseguirmos provar, como temos conseguido provar, que o privado é mais eficiente do que o público num conjunto de áreas", respondeu o ex-secretário de Estado.
Dito por quem tem uma pós graduação em Gestão Pública! É caso para dizer que no melhor pano cai a nódoa.
Tavisto
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2 Comments:
Atitudes destas levam a pensar muito... e a dar razão a quem não a tinha!
A vida custa a todos. A uns mais que outros. Tudo depende da elasticidade da coluna. A maioria dos "servidores públicos" acabam empregados dos privados. Os lugares no Parlamento Europeu não chegam para todos. E é preciso fazer pela vida.
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