quarta-feira, novembro 10

Desonestidade Política (III)

"Hospitais recebem 50 milhões para pagar dívidas"

…”A dívida das instituições hospitalares às empresas fornecedoras ultrapassava já os mil milhões de euros. O Ministério da Saúde injectou 50 milhões de euros no Fundo de Apoio ao Pagamento a Fornecedores, apurou o Económico. O objectivo é canalizar este dinheiro para que os hospitais possam pagar parte da dívida aos seus fornecedores. De acordo com os últimos dados da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica, relativos ao mês de Setembro, a dívida das instituições hospitalares às empresas fornecedoras ultrapassava já os mil milhões de euros”…
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Estamos, de novo, perante as contas de “sumir”. Então dizem que só à IF a dívida ronda os mil milhões de euros. Falta, portanto, considerar a dívida aos restantes fornecedores de bens, produtos e serviços. Neste cenário o DE anuncia que …”Hospitais recebem 50 milhões para pagar dívidas”…

Que dizer!? Absolutamente extraordinário. É como no meio do turbilhão dos mil milhões de 2010 anunciar 12 milhões para um qualquer programa de obesidade. Como diria o “outro” o importante não é o conteúdo da notícia mas sim o acto de anunciar.

Ficamos à espera, no fim da legislatura, da publicação de um manual de apoio a esta nova disciplina da ciência política: …”Truquelogia política para totós”...

Idalécio

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2 Comments:

Blogger e-pá! said...

A história dos 50 milhões de euros para fazer face a uma dívida de mais de 1000 milhões faz-me lembrar a rábula do pai avarento que dá 10 euros ao filho para jantar fora e à laia de remate - para mostrar a sua prodigalidade - afirma: com o troco podes comprar um Jaguar...

9:52 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Foi anunciado que o Governo tenciona tornar facultativo o subsistema de saúde privativo dos funcionários públicos, a ADSE, e reduzir a sua cobertura, de modo a atenuar o custo orçamental do sistema. Trata-se de uma mudança de paradigma, que todavia pode ter resultados contrários aos pretendidos.
Passando a ser facultativo, quem vai abandonar o sistema e deixar de contribuir financeiramente para ele são as pessoas jovens e saudáveis, que pouco utilizavam os serviços disponibilizados, sendo portanto "contribuintes líquidos". Ao invés, permanecerão no sistema as pessoas que esperam utilizar mais intensamente o serviço. O défice financeiro pode por isso ser mais pesado do que anteriormente...
A não ser que o montante das contribuições seja substancialmente aumentado, de modo a tornar o sistema financeiramente auto-sustentado, como sempre deveria ser, sobretudo em tempos de austeridade orçamental.
Resta obviamente sempre a questão de saber que sentido faz o Estado suportar financeiramente, ao lado do SNS, de cobertura universal, um subsistema privativo para o pessoal do sector público administrativo...

vital moreira, causa nossa

10:17 da tarde  

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