Desonestidade Política (Parte II)
foto portal saúde
Idalécio
Ministra confirma corrida às farmácias em Setembro
…“A ministra da Saúde confirma que os gastos do Estado com medicamentos dispararam durante o mês de Setembro. Ana Jorge fala de um aumento substancial da factura em relação ao mesmo mês do ano anterior, em declarações à Rádio Renascença. Segundo a ministra, muitos utentes correram para as farmácias na tentativa de evitar a redução nas comparticipações, o que levou a um forte aumento do consumo de medicamentos. “Houve muitos doentes que receberam em casa um telefonema das farmácias onde costumam comprar os seus medicamentos para pedirem as receitas, porque ia haver alteração das comparticipações e, portanto, para fazerem compras maiores em Setembro enquanto as comparticipações se mantinham”, avançou a ministra da Saúde”…
…
Prossegue a justificativa teoria da conspiração. O MS nunca asneirou. A senhora ministra nunca falhou. Tudo o que de mal acontece tem sempre um terceiro culpado. Nos hospitais é a “malandragem” dos administradores hospitalares verdadeiros “urubus” do erário público responsáveis pela negação de paternidade do MS. Na prescrição de MCDT’s são os médicos com más práticas. Nas empresas de trabalho médico são os “mercenários”. Nas cesarianas são os médicos negligentes. Na pseudogripe A eram os malandros dos pais das criancinhas que, dolosamente, propagavam a “pseudo” epidemia. Na prescrição de psicotrópicos e antidepressivos até foi preciso chamar a PJ para, covardemente, disfarçar a incompetência política.
Agora foram os malandros dos farmacêuticos que se puseram a telefonar para casa dos idosos, reformados e pobres, incitando-os a gastar a reforma por inteiro na “criminosa” compra antecipada de medicamentos com o cruel objectivo de pouparem uns míseros cêntimos.
Prossegue a novela da sonsaria hipócrita.
…“A ministra da Saúde confirma que os gastos do Estado com medicamentos dispararam durante o mês de Setembro. Ana Jorge fala de um aumento substancial da factura em relação ao mesmo mês do ano anterior, em declarações à Rádio Renascença. Segundo a ministra, muitos utentes correram para as farmácias na tentativa de evitar a redução nas comparticipações, o que levou a um forte aumento do consumo de medicamentos. “Houve muitos doentes que receberam em casa um telefonema das farmácias onde costumam comprar os seus medicamentos para pedirem as receitas, porque ia haver alteração das comparticipações e, portanto, para fazerem compras maiores em Setembro enquanto as comparticipações se mantinham”, avançou a ministra da Saúde”…
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Prossegue a justificativa teoria da conspiração. O MS nunca asneirou. A senhora ministra nunca falhou. Tudo o que de mal acontece tem sempre um terceiro culpado. Nos hospitais é a “malandragem” dos administradores hospitalares verdadeiros “urubus” do erário público responsáveis pela negação de paternidade do MS. Na prescrição de MCDT’s são os médicos com más práticas. Nas empresas de trabalho médico são os “mercenários”. Nas cesarianas são os médicos negligentes. Na pseudogripe A eram os malandros dos pais das criancinhas que, dolosamente, propagavam a “pseudo” epidemia. Na prescrição de psicotrópicos e antidepressivos até foi preciso chamar a PJ para, covardemente, disfarçar a incompetência política.
Agora foram os malandros dos farmacêuticos que se puseram a telefonar para casa dos idosos, reformados e pobres, incitando-os a gastar a reforma por inteiro na “criminosa” compra antecipada de medicamentos com o cruel objectivo de pouparem uns míseros cêntimos.
Prossegue a novela da sonsaria hipócrita.
Idalécio
Etiquetas: Ana Jorge, bater no fundo, Medicamento
2 Comments:
Idiossincrasias...
A população está envelhecida e grande parte dela sofre de afecções crónicas pelo que a criação de pequenos stocks domésticos de medicamentos selectivos são uma reacção natural do consumidor, infelizmente [pelas doenças que padece], "compulsivo".
Há muitos anos que os portugueses têm comportamentos deste tipo.
São duas filosofias diferentes: para o utente no poupar é que está o ganho; para o MS é no "desescalonar" as comparticipações e, ao que parece, apostar nos incautos...
Lembram-se das "filas" nas bombas de gasolina na véspera, ou no dia, de um anunciado aumento dos preços dos combustíveis?
Agora que os medicamentos deixaram de ter rotulagem do preço estas tentativas de aforro deixarão de existir. As alterações de preços ou de escalão de comparticipação sucederão de supetão..., aliás, como se verifica nas estações de combustíveis onde os preços flutuam...segundo insondáveis leis do mercado.
O "espanto" da Srª. Ministra é, acima de tudo, pérfido. Primeiro, porque o "descarrilhamento" dos gastos com medicamentos não pode ser focalizado no mês de Setembro [tem sido a "regra" durante 2010]; depois, porque há relativamente pouco tempo foi solicitado que as prescrições tivessem em consideração o estatuto sócio-económico dos doentes.
A antecipação de aquisições [vamos supor que necessárias e indispensáveis para assegurar a continuidade dos tratamentos] será uma das vertentes [não avaliadas] dos apelos avulsos "à poupança", visto do lado dos utentes...
Na verdade, as moedas [estamos a falar de dinheiro] costumam ter duas faces...
no SOL de há 15 dias:
Corrida às farmácias para aproveitar preços mais baratos provocou nova derrapagem
A DESPESA do Estado com os medicamentos voltou a disparar no mês de Setembro, soube o SOL junto de fontes do sector das farmácias.
Depois de o Ministério da Saúde ter anunciado, com base nos números de Junho, Julho e Agosto, que a situação estava controlada, no mês de Setembro a despesa voltou a derrapar, registando, segundo números ainda provisórios, um crescimento na ordem dos 15,8% relativamente ao mesmo mês do ano passado, no mercado dos medicamentos comparticipados pelo Estado e vendidos nas farmácias.
Especialistas contactados pelo SOL indicam que este comportamento da despesa pode ser um efeito da corrida às farmácias dos utentes, para a compra antecipada de medicamentos que, por via das novas medidas legislativas, já começaram a perder a gratuitidade ou parte da comparticipação - uma tendência que os primeiros indicadores de Outubro parecem confirmar. De facto, ao que tudo indica, a despesa neste mês pode vir a crescer também acima dos dois dígitos e situar-se na casa dos 12%, relativamente a igual período do ano passado.
A confirmar-se este crescimento inesperado - que nestes dois meses pode significar mais 25 a 30 milhões de euros de despesa com medicamentos -, a poupança que a ministra Ana Jorge pretendia obter com o primeiro pacote de medidas de contenção para a Saúde, anunciado em Maio passado, cai quase toda por terra.
Aliás, as projecções do Governo para o crescimento da despesa com medicamentos em ambulatório já há muito estavam comprometidas. Afinal, para 2010, tinha sido previsto um crescimento de apenas 1% (15,6 milhões de euros) relativamente ao ano anterior.
Esta situação é apenas mais um dos episódios na prestação económica do Ministério da Saúde, ao longo deste ano - facto que o próprio ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, já reconheceu.
Em declarações feitas esta semana aos deputados na Comissão Parlamentar de Finanças, o ministro confessou que, em Setembro, deu-se conta de uma derrapagem de mais 1,8 milhões de euros no défice do Estado sobre aquilo que já tinha sido apurado até aí - e que um dos sectores responsáveis por essa derrapagem era o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
«Não escondo os números», disse, enumerando: «Posso dizer que a Estradas de Portugal representa um desvio que se poderá situar na ordem dos 580 milhões de euros; a quebra da receita não fiscal representa cerca de 400 milhões de euros; no Serviço Nacional de Saúde temos um desvio na ordem dos 500 milhões de euros e nas autarquias e regiões algo que rondará os 250 a 260 milhões de euros».
A proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2011 prevê uma redução de quase 13% no orçamento da Saúde, o que significa que Ana Jorge terá, relativamente ao que foi orçamentado em 2010, menos 1,25 mil milhões de euros - num ano que já vai começar com um stock de dívida de 1,7 mil milhões de euros (dívida que não está sequer prevista na proposta de OE). É por isso que os analistas dizem que o SNS, no próximo ano, corre o risco de ser ingerível.
Ainda assim, o novo pacote de contenção da despesa - que a ministra da Saúde apresentou já em Setembro e que atingiu, sobretudo, o sector do medicamento - promete poupanças já a partir deste ano. Isto porque as suas principais medidas (redução das comparticipações e redução no preço) entraram em vigor em 15 de Outubro.
Segundo um estudo a que o SOL teve acesso, o impacto destas medidas pode, de facto, implicar uma poupança para o Estado de 322 milhões de euros até ao final de 2011. Em contrapartida, os utentes vão ver a sua despesa em medicamentos crescer vertiginosamente, prevendo-se que gastem mais 115 milhões de euros do seu bolso em remédios, no próximo ano.
O mercado farmacêutico prevê sofrer também uma retracção de 172 milhões de euros, valor que pode agravar-se se se acentuar a tendência crescente para o consumo de medicamentos mais baratos, diz ainda o mesmo estudo.
GRAÇA ROSENDO
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