quarta-feira, novembro 10

Equipa maravilha

No reino do faz de conta governa Anã Gripada (AG), acolitada por Gasparzinho, que uma bolada do Trocas fez saltar do jogo de matrecos de são bento. O outro principezinho faz de morto, que o jogo que lhe interessa passa-se a norte.

O bom povo do reino está cansado e em ressaca do longo folhetim da gripe com que AG entrava diariamente na TV, assim entre a Chefe de Divisão das Gripes e a aspirante a política popularucha lançada pela legião de assessores de imprensa. Ficou um registo de muita conversa, muita despesa e muito desperdício em vacinas.
Esforçou-se por contentar os médicos e outras carreiras, ora acenando com menor horário, maior salário e regime especial para reformados ora com a contratação de "camaradas" cubanos e outros sul-americanos. Sem nenhuma ideia válida ou esboço de visão para o governo do reino trouxe maior despesa e ineficácia total.

A "novidadezinha " chegou com os bolsos cheios de propostas habilidosas. Um novo sistema de financiamento, com cortes aos hospitais que chegavam a ultrapassar os 15% - voltou para o bolso às primeiras reacções negativas. Uma habilidade com adiantamentos da ADSE redundou em quebra de receitas acima de 10% e em avultadas dívidas. Começou por dizer que não se mexia no descalabro dos gastos em medicamentos, "porque era necessário proteger a indústria" (que precisa tanto!!!), quando o povo pensava que o SNS era para proteger os doentes e os que arcam com os impostos - acabou num corte de preços de medicamentos. Descobriu agora, um ano passado da debutância, que o que era necessário era um "roadshow" pelos hospitais. Shows são precisamente o que não precisamos.

Veio agora AG proclamar que os mais de mil milhões que se iam cortar "não afectavam a qualidade", coisa que ninguém no reino acredita. Vindo de quem confunde milhões com milhares de milhão e achou que "provavelmente não iria ler o livro sobre a sustentabilidade do SNS" parece assim um "poucochinho impraticável", como diria o outro. Mas se o corte não afecta a qualidade faltou a explicação porque não evitou então o gasto nos quatro anos da despesas desnecessária, quatro mil milhões, o que teria evitado o galopar da dívida pública asfixiante para o reino.
Um jornal titulava que "a matemática é como o sexo: exige prática". Por falta de prática na matemática vai "coisando" o SNS e as contas ao Teixeira dos Santos!

Ed Mhais

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1 Comments:

Blogger e-pá! said...

Da estragação ao colapso...

A visão sobre a "insustentabilidade", i.e., a degradação de todos os mecanismos e meios sustentáveis - arma que a Direita vai esgrimir contra o SNS - já afecta largos sectores deste serviço público tendo, os "zig-zags" da política de contenção [a racionalização] da despesa do medicamento, assumido aspectos verdadeiramente indecorosos, para não dizer escabrosos.

O "chorrillho" de dívidas acumulado tornou-se um exemplar caso de concepção de políticas inconsistentes e um paradigma de gestão insolvente, um ancestral estigma da gestão na Saúde: a "sub-orçamentação" [crónica] e de todos os desvarios e malabarismos que tem originado.

Este descalabro afectará inexoravelmente as possibilidades de gestão das gerações futuras que ficarão incapazes de suprirem as necessidades e os compromissos sociais [constitucionais] do SNS.

A "estragação" continua devastadora, relevando "a conta-gotas" todos os buracos do descontrolo e - independentemente das profissões de fé dos actuais responsáveis - aproxima-se do colapso do sistema tal como foi concebido e o conhecemos.
Para além de uma ruinosa gestão financeira e de recursos humanos o que está em cima da mesa, neste momento, é o questionamento da "sustentabilidade comunitária" do SNS.
Logo, o retrato de uma confrangedora inépcia política na defesa do Estado Social.

Não precisamos de [re]inventar o futuro, ele está, dramaticamente, a ruir diante de nós...

9:34 da manhã  

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