O Maestro
«Depois de ter capitaneado o processo de derrube do Governo do PS, a começar no seu discurso de tomada de posse, Cavaco Silva dá mostras de também querer apadrinhar a partir de Belém o programa da coligação PSD-CDS/PP.
O seu discurso sobre a necessidade de revisão do conceito de "serviço público" em pleno congresso das misericórdias só pode ter o sentido de incentivar a privatização de responsabilidades públicas na área da saúde e da protecção social, desde logo (para começar) em benefício do chamado "sector social", mediante financiamento do Estado, que é um dos cavalos de batalha da agenda da direita naquelas áreas (e não só...).
Decididamente, o conceito de "uma maoria, um governo e um presidente" -- velha ambição do PSD finalmente alcançada -- começa a dar frutos. Resta, porém, saber se tal articulação explícita com o programa e a acção política da maioria governante não põe em risco a função moderadora e arbitral do Presidente da República, que requer uma fundamental autonomia presidencial face ao governo de cada momento.
Em vez de maestro à distância da performance governativa, o Presidente deveria assumir a sua função de supervisor e de "polícia sinaleiro" do funcionamento do sistema político. Quem é eleito para definir orientações de governo, formular programas de governo e conduzir a acção governativa é... o Governo. E também é o Governo, não o Presidente, quem responde pelo seu desempenho nas próximas eleições parlamentares. »
O seu discurso sobre a necessidade de revisão do conceito de "serviço público" em pleno congresso das misericórdias só pode ter o sentido de incentivar a privatização de responsabilidades públicas na área da saúde e da protecção social, desde logo (para começar) em benefício do chamado "sector social", mediante financiamento do Estado, que é um dos cavalos de batalha da agenda da direita naquelas áreas (e não só...).
Decididamente, o conceito de "uma maoria, um governo e um presidente" -- velha ambição do PSD finalmente alcançada -- começa a dar frutos. Resta, porém, saber se tal articulação explícita com o programa e a acção política da maioria governante não põe em risco a função moderadora e arbitral do Presidente da República, que requer uma fundamental autonomia presidencial face ao governo de cada momento.
Em vez de maestro à distância da performance governativa, o Presidente deveria assumir a sua função de supervisor e de "polícia sinaleiro" do funcionamento do sistema político. Quem é eleito para definir orientações de governo, formular programas de governo e conduzir a acção governativa é... o Governo. E também é o Governo, não o Presidente, quem responde pelo seu desempenho nas próximas eleições parlamentares. »
Vital Moreira, causa nossa, 20.06.11
...«Temos de reinventar o conceito de serviço público, nomeadamente na diversidade das áreas sociais. Um novo conceito que atenda mais à necessidade de dar uma resposta rápida e adequada aos crescentes problemas sociais da população portuguesa, do que ao respeito de uma visão ideológica que os tempos tornaram obsoleta». link
Aníbal Cavaco Silva na Sessão de Encerramento do X Congresso Nacional das Misericórdias, Arganil, 18 de Junho de 2010
...«Temos de reinventar o conceito de serviço público, nomeadamente na diversidade das áreas sociais. Um novo conceito que atenda mais à necessidade de dar uma resposta rápida e adequada aos crescentes problemas sociais da população portuguesa, do que ao respeito de uma visão ideológica que os tempos tornaram obsoleta». link
Aníbal Cavaco Silva na Sessão de Encerramento do X Congresso Nacional das Misericórdias, Arganil, 18 de Junho de 2010
Etiquetas: Cavaco, The day after
1 Comments:
Estrategicamente e… como sempre!
Hoje, na cerimónia de tomada de posse do XIX Governo Constitucional, qualquer cidadão atento, terá notado que, relativamente à postura institucional do PR, transitamos da defunta "cooperação estratégica" para uma "cooperação", digamos, "activa", como classificou sua magistratura (para este último mandato)...
No seu discurso o PR afirmou: "Manterei, como sempre, uma postura de isenção e imparcialidade no tratamento das diversas forças políticas, cooperando lealmente com o Governo, empenhado em contribuir para a resolução dos problemas com que o País se confronta." link Como sempre?
Concluindo o seu discurso de hoje rematou: “Para enfrentar a actual situação do País, dispõe o Governo da força de um resultado eleitoral inequívoco, de uma maioria no Parlamento e da cooperação do Presidente da República”. link Caiu a condicionante estratégica.
Relembro o seu discurso de 9 Março passado (tomada de posse na AR no início do 2º. mandato):
“Ao Governo e ao Senhor Primeiro-Ministro reitero o compromisso de cooperação que há cinco anos assumi perante os Portugueses. Pela minha parte, pode contar o Governo com uma magistratura activa e firmemente empenhada na salvaguarda dos superiores interesses nacionais…” link
Exercício: descubra as diferenças…
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