terça-feira, setembro 6

Vitor Gaspar na SIC

Hoje tivemos o ministro das finanças na SIC. Menos robotizado, mais cínico, mas a mesma dificuldade em tentar explicar-se. Dói vê-lo contorcer-se, entre dois esgares, na tentativa de espremer a mais elementar reflexão.

Vitor Gaspar não arriscou admitir a liquidação do SNS, depois de esquartejados ao orçamento 810 milhões de euros até 2012. Segundo o ministro mais mediático do XIX Governo Constitucional o serviço público de saúde vai sobreviver, cheio de qualidade, escorreito de gorduras e eficiente. Tal como a economia e o emprego pujantes de crescimento a partir de 2013, data prevista para o regresso de Portugal ao mercado. Como consta tudo do seu “Documento de Estratégia Orçamental 2011 – 2015”.
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Sinceramente, acho que estes gajos andam a gozar connosco.

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4 Comments:

Blogger DrFeelGood said...

Salvo erro, Pacheco Pereira referiu Vitor Gaspar como sendo o porta-aviões que todos tentam abater.
Porta-aviões ou não o ministro das finanças mete água por todos os lados. E se as coisas continuarem assim, em breve, teremos o porta-aviões deste governo ao fundo.

12:37 da manhã  
Blogger DrFeelGood said...

O PIB... sem potência

O documento de Estrategia Orçamental 2012-2015 contém alguns elementos altamente preocupantes.
Um dos mais relevantes, e que até agora parece escapar aos sempre atentos meios de comunicação e respectivos opinadores de serviço, encontra-se nas previsões para 2015.
De facto, depois de um esforço extraordinário de todos os Portugueses, depois de quatro anos a implementar as famosas reformas estruturais, tão queridas da Troika, o Ministério das Finanças conclui duas coisas:
1) Em 2015, o PIB Português encontra-se ao nível do nosso “PIB Potencial” (i.e. na capacidade produtiva máxima da economia sem pressões inflacionistas e com nivel de “pleno emprego”);
2) Em 2015 a taxa de desemprego será de … 12,3%.
Ou a equipa das Finanças não acredita naquilo que está a fazer (e então seria bom que o dissesse), ou então não se compreende.
Ninguém toma medidas de re-estruturação tão profundas, nomeadamente nas leis laborais, e acaba com uma “taxa natural” de desemprego de 12,3%.
Ou então, alguém se enganou e seria melhor reverem a matemática da coisa.
È que assim, em vez do “PIB Potencial”, parece mais que vamos acabar com um “PIB … Impotente”.

Antunes, blog Sedes

12:41 da manhã  
Blogger MQ said...

A verdade é que muito pode ser feito para reduzir as despesas do SNS sem isso implicar necessariamente a sua liquidação.

Nos medicamentos de ambulatório existe enorme espaço para poupanças. Basta conseguir que os médicos prescrevam por DCI e a farmácia dispense sempre o mais barato para as reduções de gastos serem enorme. Resta a dificuldade de enfrentar o lobby médico que continuar a, por exemplo, escolher qual a empresa que produz o genérico que é dispensado, indicando o nome da empresa na receita a seguir ao nome DCI e o lobby das farmácias que quer conseguir vender os mais caros ou então receber por outras vias (acto farmacêutico da dispensa).

Lembrar também que de tarde os hospitais ficam vazios de médicos desde muito cedo com muitos horários não cumpridos (e as formas de fugir ao picar o ponto biométrico, quando existe, são muitas).

O SNS tem sido liquidado por dentro, por médicos, farmacêuticos e outros interesses dos lobbies envolvidos, com a anuência dos políticos, verdade seja dita.

2:35 da tarde  
Blogger e-pá! said...

...O SNS tem sido liquidado por dentro, por médicos, farmacêuticos e outros interesses dos lobbies envolvidos.

Ora bem!
Afinal existem milagres. Perante esta inquietante e catastrófica visão, mesmo assim (ou apesar disso), o SNS é um serviço público de saúde bem colocado no ranking mundial (como reconheceu hoje o MS na Comissão de Saúde da AR).

Quando (e onde) acabará esta pretensão de meter tudo (e todos) no mesmo saco?

Quando se reconhecerá que médicos, enfermeiros, farmacêuticos, etc. não são deficientes mentais e, portanto, não estão disponíveis para alinhar na liquidação do SNS?

Quando se concederá aos profissionais de saúde o estatuto de cidadãos (com responsabilidades profissionais, políticas e sociais) e se deixa de os enxovalhar (generalizando) como se fossem uns meliantes?

11:49 da tarde  

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