Embuste político
O caos instalado nas urgências hospitalares é, tão só, a face visível do descalabro a que foi conduzido o Serviço Nacional de Saúde nos últimos três anos e meio. Uma ausência total de política de saúde cinicamente disfarçada por um dos maiores exercícios de propaganda falaciosa cujo único objectivo foi sempre a ocultação de uma confrangedora incompetência técnica e política sem limites.
Infelizmente, neste período alguns dos “peões de brega” que, no terreno, foram acolitando este desastroso percurso procuram agora fazer esquecer, com o seu silêncio, os epítetos de elogioso endeusamento desta política irresponsável e amoral. Alguns deles, descoraram mesmo a condição de médicos para, no fulgor do exercício de funções de gestão, fazerem sua a doutrina do racionamento e dos cortes a eito tendo mesmo exultado na maratona dos campeonatos orçamentais apenas e só para agradar à tutela e entrarem no registo da “moda” criada pelos ideólogos deste governo.
Uma política inconsequente, falsa e hipócrita que procurou inculcar na população a ideia de desperdício sistémico e da existência de “classes profissionais fraudulentas”. Na verdade a única, a verdadeira fraude esteve sempre na política inventada em cima da ideia de que o SNS seria salvo através de uma castigadora purga tornando-o progressivamente exangue nos seus recursos.
O cúmulo do topete viria no final do ano passado com a rábula proclamatória da salvação do SNS no exacto momento da inauguração, no norte do país, de mais um verdadeiro mastodonte hospitalar privado destinado a extorquir ainda mais dos poucos recursos disponíveis ao SNS.
A crise terrível nas urgências põs finalmente fim ao maior embuste político dos últimos anos abrindo espaço à compreensão dos malabarismos que a propaganda foi tecendo a cada momento.
A saúde que foi, ao longo deste tempo, o abono de família deste (des)governo irá ser, ironicamente, no momento do julgamento eleitoral o seu verdugo político.
Infelizmente, neste período alguns dos “peões de brega” que, no terreno, foram acolitando este desastroso percurso procuram agora fazer esquecer, com o seu silêncio, os epítetos de elogioso endeusamento desta política irresponsável e amoral. Alguns deles, descoraram mesmo a condição de médicos para, no fulgor do exercício de funções de gestão, fazerem sua a doutrina do racionamento e dos cortes a eito tendo mesmo exultado na maratona dos campeonatos orçamentais apenas e só para agradar à tutela e entrarem no registo da “moda” criada pelos ideólogos deste governo.
Uma política inconsequente, falsa e hipócrita que procurou inculcar na população a ideia de desperdício sistémico e da existência de “classes profissionais fraudulentas”. Na verdade a única, a verdadeira fraude esteve sempre na política inventada em cima da ideia de que o SNS seria salvo através de uma castigadora purga tornando-o progressivamente exangue nos seus recursos.
O cúmulo do topete viria no final do ano passado com a rábula proclamatória da salvação do SNS no exacto momento da inauguração, no norte do país, de mais um verdadeiro mastodonte hospitalar privado destinado a extorquir ainda mais dos poucos recursos disponíveis ao SNS.
A crise terrível nas urgências põs finalmente fim ao maior embuste político dos últimos anos abrindo espaço à compreensão dos malabarismos que a propaganda foi tecendo a cada momento.
A saúde que foi, ao longo deste tempo, o abono de família deste (des)governo irá ser, ironicamente, no momento do julgamento eleitoral o seu verdugo político.
Olinda
Etiquetas: Crise e politica de saúde, Paulo Macedo
2 Comments:
De facto, enquanto os serviços públicos de saúde vão sendo sangrados dos necessários recursos e condições:
- No último ano, foram abatidas 689 camas nos serviços públicos de saúde;
- Os serviços de saúde privados revelam já uma capacidade de internamento igual a cerca de metade da que existe no Serviço Nacional de Saúde (mais de 9000 camas);
- Por ano, internam 200 000 doentes, fazem 13 por cento das urgências (cerca de um milhão) e 30 por cento das consultas (mais de cinco milhões) de todo o País, facturando à volta de 1,5 mil milhões de euros;
Segundo a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada estima-se que o sector privado conte já com 150 unidades de saúde com categoria de hospital (50 dos quais com serviço de internamento);
Entre os maiores grupos de saúde do País está a José Mello Saúde, com 1430 camas, a ES Saúde com 1179, a Lusíadas Saúde com 740 e o Grupo Trofa Saúde com mais de 500 camas, que, esta semana, abriu mais um hospital privado – o Hospital Privado de Gaia, com 100 camas, 73 consultórios e 35 salas de exames e tratamentos.
Para os "investidores" (o grande capital), os lucros;
Para os trabalhadores e o povo, os custos.
Custos que também significam inacessibilidade, falta de assistência e morte.
Obrigado aos facilitadores (decisivos há mais de década e meia para cá com a anterior governação do PS enterrada até ao pescocinho)!
João Carlos Silveira
Peço desculpa pelo que vou dizer mas ESTOU MUITO REVOLTADO!
A minha mãe acaba de falecer há uma hora e meia, no Hospital Garcia d'Orta e, depois de ter dado entrada cerca das 11:00 horas da manhã, só foi vista cerca das 20:15 horas, depois de inclusive eu ter participado de um Médico, para mim indigno da profissão que diz que professa e, depois de muitas outras peripécias na Urgência deste Hospital!
Independentemente de todas as queixas que possa ter, de muitos "profissionais" que trabalham nesta Urgência, o culpado maior da morte da minha mãe é filho da outra senhora, que dá pelo nome de Pedro Passos Coelho e o gang dos seus lacaios!
Eu hoje vi de tudo naquela urgência... A título só de exemplo, há hora de almoço, as Voluntárias que davam sopa aos doentes em espera a certo ponto deixaram de dar, inclusive à minha mãe, porque já não tinham mais tijelas de plástico para servir sopa... Portanto, quando se acabaram as tijelas, acabou-se a sopa...
Independentemente de todas as queixas que possa ter, de muitos "profissionais" que trabalham nesta Urgência, a verdade é que são muito poucos para atenderem tanto doente... O Serviço de Saúde está uma miséria e, o nosso querido filho daquela senhora Coelho, cada vez vive melhor!
Não há profissionais suficientes, não há material suficiente, não há camas suficientes, não há macas suficientes (um dos Bombeiros que levou a minha mãe esta manhã, ao chegar e ao mudar a minha mãe da maca da ambulância para outra maca, confessa-me que a outra maca também é dos Bombeiros de Cacilhas, que já lá tem algumas há vários meses, pois o HGO não tem macas suficientes...)
Como é possível que um conhecido que trabalha no HGO, cerca das 22:00 horas ao tentar saber no sistema informático como estava o processo da minha mãe, tenha dado com a informação que a minha mãe tinha tido alta à revelia do parecer do Médico, por vontade própria, com ela deitada numa maca, nos corredores da Urgência ligada ao oxigénio????
Como é possível que cerca das 00:00 horas, ao voltar para junto da maca, vindo da Sala de Espera (de estar a falar com o meu sobrinho) tenha dado com ela com dificuldades respiratórias e, a senhora do lado me ter dito que já tinha chamada a atenção das Enfermeiras para isso e, que uma tinha ido lá abrir mais a pressão do Oxigénio, eu olho para o Manómetro da Botija e, o mesmo estava a ZEROS e ninguém via que a botija já não tinha oxigénio nenhum!!!
Estou revoltado, por tudo aquilo que passei, assisti e vivi hoje no HGO!!!
Como á possível que, a Médica que atendia a minha mãe, cerca da meia noite, à 1:30 horas da manhã me dissesse:
- Olhe, a sua mãe não está bem para ir para casa mas, também não a posso internar, pois não tenho camas disponíveis... Assim, vai ter que ir ficando por aqui...
Isto não é possível a não ser num país de terceiro Mundo, ou num país governado por verdadeiros gatunos, que não têm compaixão por quem está a sofrer, por quem tem (fazia dia 10 de Fevereiro) 90 anos, por quem precisa de ser atendido quando chega ao Hospital, por isso vai a uma Urgência, e não mais de 8 horas depois...
É UMA VERGONHA!
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