quarta-feira, maio 20

Paulo Macedo, desnorte total

Governo autoriza contratação de 400 médicos reformados
O diploma publicado terça-feira em "Diário da República" determina que os médicos aposentados que forem contratados para o Serviço Nacional de Saúde possam acumular a pensão com um terço da remuneração que corresponda às funções que vão desempenhar, a tempo inteiro ou parcial.
O Ministério da Saúde anunciou esta terça-feira a contratação, este ano, de médicos reformados até um máximo de 400, para suprimir a carência destes profissionais, em particular na área de Medicina Geral e Familiar, no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O despacho que autoriza a contratação foi publicado terça-feira, Dia Mundial da Medicina Familiar, em “Diário da República”, e é assinado pelos ministros da Saúde, Paulo Macedo, e das Finanças, Maria Luís Albuquerque.
Segundo a Associação de Medicina Geral e Familiar, um milhão e 300 mil pessoas não têm médico de família, com Lisboa e Algarve a terem mais carências de clínicos, na ordem dos 30%.
O diploma determina que os médicos aposentados que forem contratados para o SNS possam acumular a pensão com um terço da remuneração que corresponda às funções que vão desempenhar, a tempo inteiro ou parcial.
Em comunicado, o Ministério da Saúde adianta que estão em formação 1753 médicos da especialidade de Medicina Geral e Familiar, encontrando-se a aguardar colocação 237 recém-formados, que, "tudo indica, entrarão no concurso que está a decorrer".
Para o fim do ano, "está previsto novo concurso para os 112 especialistas que se formam na segunda fase", acrescenta a nota.
De acordo com a tutela, faltam 652 médicos de família, dos quais 421 na região de Lisboa e Vale do Tejo, que, com o Algarve, é a zona com menor número destes profissionais.
O comunicado precisa que, dos dez milhões de utentes inscritos nos centros de saúde, um milhão e 283 mil não têm médico de família.
Lusa, 20.05.15
O desnorte na Saúde é total e não é de agora. A irresponsabilidade da política de reformas antecipadas na Função Pública, sem se querer saber onde nem porquê, ditadas apenas para cumprir metas impostas por Bruxelas ou sabe-se lá por quem, deu nisto.
Feito o disparate, vamos agora recrutar médicos de família, a maioria com reformas antecipadas, a quem o País, abastado, vai pagar a reforma mais 1/3 do vencimento à data da reforma, a trabalhar lado a lado com colegas que permaneceram no activo. Logo, a receber menos para a mesma categoria que os que saíram, muitos deles a trabalhar ainda no Privado. E, pelos vistos, o País não reage e a Ordem dos Médicos reclama e aplaude a medida porque continua a haver falta de médicos de família.
Tudo bem, siga a rusga…

Tavisto

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1 Comments:

Blogger e-pá! said...

Será que esta medida legislativa da sociedade Paulo Macedo & Maria Luiz Albuquerque não poderá vir ter um efeito perverso?

Assim:
1.) sabemos que existem um grande número médicos num grupo etário avançado (> 55 anos) e bastantes com condições para a antecipação da aposentação;
2.) sabemos (e sentimos) que o congelamento de carreiras e de salários está para durar;
3.) Ora, enquanto durar esta desorganização estará a ser aberta uma porta para os médicos, mais experientes e em efectividade de funções, pedirem a antecipação da reforma, continuarem ao serviço e lateralmente terem - enquanto a bagunça durar - um significativo aumento de salário ( o tal terço do ordenado pelas funções que continuem a desempenhar).

Bem, provavelmente 'isto' não funcionará assim porque também sabemos que "confiança rasgada, não aceita remendos".
E os profissionais de saúde (e não só os médicos) perderam a confiança nos actuais responsáveis para liderar a consolidação do SNS.
A realidade é bem diferente. Quando se paralisa (ou reverte) a criação de USF essa medida (de facto estruturante para o SNS) não pode ser substituída pelo anunciado remendo legislativo.

7:56 da tarde  

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