quarta-feira, setembro 29

O medo de falar verdade

foto portal saúde
As assessorias que influenciam o actual MS vivem obcecadas pela desinformação, pela manipulação dos factos, pela sua distorção e, sobretudo, por uma incapacidade de gerar com os jornalistas e os portugueses uma relação baseada na verdade. Vejamos dois, dos múltiplos, exemplos que diariamente nos são veiculados:

…”Medicamentos vão aumentar, no máximo, um euro» - Ana Jorge. A ministra da Saúde, Ana Jorge, garantiu esta segunda-feira que o preço dos medicamentos vai aumentar no máximo em um euro. Segundo a governante, tendo em consideração «a alteração que houve nos escalões [de comparticipação], a perda dos 100 por cento, que passaram para 95», corresponde a um aumento «de cerca 25 cêntimos, no máximo um euro”…

Há medicamentos que vão ficar dez vezes mais caros

Há medicamentos que já a partir desta sexta-feira vão passar a custar quase 11 vezes mais aos portugueses, mesmo com a descida dos preços em 6%, como consequência das alterações anunciadas há cerca de duas semanas pela ministra Ana Jorge, que implicam redução e mudanças nos escalões de comparticipação e no preço usado como referência para o apoio do Estado, avança o Diário de Notícias.

Relativamente ao regresso” dos médicos reformados a peça além de fantasiosa é, absolutamente, deliciosa:

Um terço dos médicos terá voltado atrás na reforma antecipada

Um terço dos 500 médicos que meteram os papéis para a reforma antecipada desde o início do ano está disposto a voltar ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). Os números resultam de uma estimativa do Ministério da Saúde depois de uma primeira ronda das Administrações Regionais junto das unidades de saúde, avança o Jornal de Negócios.

"Foi pedido às ARS que fizessem uma intervenção directa junto das unidades de saúde no sentido de averiguar quais os médicos que teriam vontade de aderir à nova modalidade [regime especial de contratação de médicos reformados por antecipação], suspendendo a sua pré-reforma, e a impressão que ficou dessa primeira volta foi que cerca de um terço estaria disponível para voltar a trabalhar", revelou ao Negócios fonte oficial do Ministério da Saúde, acrescentando que "entretanto foi pedida nova volta às ARS para consolidar os pedidos".

Atente-se no rigor científico da apreciação: …” e a impressão que ficou dessa primeira volta foi que cerca de um terço estaria disponível para voltar a trabalhar”…

Será que Al-Sahaf, ex-ministro da propaganda do Iraque, também conhecido por "Ali o comediante", se mudou para a João Crisóstomo lá trabalhando como “avençado”?

Adelaide Costa

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3 Comments:

Blogger Tavisto said...

Com a medida hoje anunciada de cortar 10% nos vencimentos mais elevados na função pública sem medida idêntica nas pensões mais elevadas, é mais um estímulo às reformas antecipadas. Portanto, aquele 1/3 virtual será substituído por não sei quantas mais saídas efectivas.
Depois disto tudo, para que patamar vai descer o País? Que SNS irá ser possível manter? Até onde irão regredir os nosso índices sanitários?

12:17 da manhã  
Blogger e-pá! said...

Seria bom que os responsáveis do Ministério da Saúde fornecessem dados de TODOS os médicos aposentados [com reforma antecipada e/ou com tempo completo] que decidiram suspender a sua aposentação para beneficiarem das "leoninas" medidas previstas no Decreto-Lei nº 89/2010 de 21 de Julho...

Ou a situação daí decorrente fez [administrativamente] "congelar" para as Kalendas gregas os despachos de aposentação [solicitados durante este ano] a muitos dos requerentes?

E, depois, vamos comparar 2009 com 2010 [períodos homólogos] e deitar foguetes referindo uma queda abrupta dos pedidos de aposentação [%?]?

E, os responsáveis por tão grosseiras manipulações, depois de fazerem a "festa", não serão obrigados [já que deitaram os foguetes] a apanhar as canas?

No meio da rua!

9:08 da manhã  
Blogger DrFeelGood said...

Cerca de 450 mil trabalhadores do Estado vão sofrer cortes salariais no âmbito das medidas de austeridade anunciadas pelo Governo na quarta-feira, que prevêem uma redução de 5 por cento da massa salarial total da função pública. link

JP 30.09.10

Os funcionários públicos que paguem a crise.

11:16 da tarde  

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