Chaves a Lisboa
Novamente a comunicação social vem a terreiro denunciar mais
um incrível caso no âmbito da acessibilidade do SNS. Trata-se de um português,
vítima de um acidente, que foi obrigado a ‘peregrinar’ mais de 400 Km (de
Chaves a Lisboa) para obter a assistência qualificada que, concretamente, o seu
caso solicitava e impunha. link link
Mas, mais uma vez este novo ‘caso’ aguarda a classificação –
pelo MS - de ‘pontual’, ’esporádico’, etc., e atirado para o mesmo saco que a
tenebrosa ‘história da(s) colonoscopia(s)’.
De quantos mais casos precisa o ministro Paulo Macedo para
entender que os cortes cegos e sistemáticos na Saúde estão a atirar o SNS para
uma situação sustentadamente ‘disfuncional’?
Atrevo-me a antecipar uma hipotética conclusão dos
inquéritos (ARSN e IGAS), ainda, em curso. Assim: provavelmente, o ‘acidentado’
não tomou em consideração a grave situação financeira do País e, dentro de tal
contexto, o jovem não deveria ter saído de casa 'vivendo de acordo com as
possibilidades do País'. Assim - se observados comportamentos espartanos ou
frugais de acordo com o estatuto e a dimensão 'sonhado pelo MS para o SNS' -
seria possível evitar todos os sarilhos subsequentes em obtusa inventariação (O
SES é um fervoroso 'adepto' da prevenção...) e 'assegurar' a sustentabilidade
(não do 'sistema' mas das 'políticas').
Porque o ‘resto’ (a reforma hospitalar, a reestruturação das
urgências, os cuidados primários, etc.), i. e., o que paulatinamente vai
‘escorrendo’ pela imunda sarjeta de destruição do SNS, está tudo conforme (a
cartilha).
Mas a grave disfuncionalidade verificada com mais este caso
não deverá morrer solteira, nem servirá para corrigir ou inverter políticas. Ao
‘sistema’ (às políticas governamentais) não deverão ser assacadas culpas já que
a ‘doutrina oficial’ é que a actual equipa ministerial ‘tudo tem feito para
salvar o SNS!’. Na construção de um ‘estado mínimo’ existirem ‘serviços
mínimos’ ou ‘respostas deslocadas e insuficientes’ será uma concordante regra
de sustentabilidade financeira e nunca uma ‘consequência’. No final de todo
este imbróglio haverá, com certeza, uma solução ‘expedita’: vai sobrar para
serem culpabilizados os profissionais de saúde (por incúria, negligência, má
gestão ou qualquer outra razão).
E-Pá!
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