domingo, fevereiro 3

O enviesamento dos debates (2)

O texto publicado por alguém que é defensor de modelos de gestão intermédia como os CRIs, referindo-se especificamente ao Centro de Cirurgia Cardiotorácico do CHUC (CRI) de que estamos habituados a ouvir repetidas alusões à sua grande eficácia, transformando o seu Director numa vedeta Nacional, questionou de forma singela, a bondade de tanta eficácia. link
De facto, quando a esmola é grande o pobre desconfia e é legítimo questionar-se.
A eficácia é de tal modo avassaladora que tem dado direito a distribuição de incentivos pelos funcionários do referido Centro, facto absolutamente normal.
Como será certamente consensual, em cuidados médicos a eficácia é absolutamente e cada vez mais necessária, mas só faz sentido verificado que seja, o pressuposto da qualidade.
Parece também um dado adquirido e inquestionável que o Centro de Cirurgia Cardiotorácica do CHUC é um Centro altamente diferenciado e oferece os melhores e mais modernos cuidados cirúrgicos aos seus doentes.
Os Relatórios Anuais de actividade não são elucidativos dessa qualidade e modernidade, sendo portanto legítimo levantar algumas questões:
- Não se ouve, com alguma frequência, relato de casos clínicos rejeitados por possuírem factores de risco, nomeadamente obesidade, que se viram obrigados a recorrer a outros Centros?
- Não há relatos de casos clínicos devolvidos aos Serviços para fazer tratamento médico quando o tratamento cirúrgico era o mais adequado?
- Não há relatos de doentes operados e devolvidos precocemente aos Serviços de origem quando ainda necessitavam de cuidados cirúrgicos?
- Foi cumprido o dever ético de informar os doentes da melhor opção para a sua situação clínica?
- Para além do sofrimento e prejuízo clínico dos doentes é possível calcular os danos colaterais e os custos acrescidos que estes doentes têm para o SNS?
- A existirem estes danos colaterais suportados por outros Serviços eles são imputados ao Centro de Cirurgia Cardiotorácica, ou uns arrecadam os lucros e outros pagam os prejuízos?
É um tema complexo sem dúvida e como diz o autor do texto “é preciso olhar para o espelho. Não vá o diabo tecê-las.”
Justino

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sábado, julho 24

Organização Interna dos Hospitais

HUC
O Relatório do Grupo Técnico para a Reforma da Organização Interna dos Hospitais link, ora em discussão pública, não contém propostas novas ou desconhecidas entre os profissionais da área da Saúde e dá maior ênfase a questões de governação clínica em ambiente da pretendida maior autonomia organizacional que deveria ter resultado da designada empresarialização dos hospitais.

Em minha opinião, adoptar técnicas empresariais é diferente de um hospital público ser transformado numa empresa. A administração duma empresa institui um conjunto de normas padrão ou standards que especificam critérios técnicos, métodos, processos e práticas para condicionar a produção, cujas eventuais alterações só devem acontecer com autorização prévia da mesma administração. Num hospital público é diferente por uma razão essencial - é indispensável que a própria administração garanta a autonomia técnica da primeira linha de produção constituída pela prestação de cuidados.

Não deve haver standards na prestação de cuidados. Pode e deve haver protocolos clínicos orientadores nos tratamentos de cada patologia, conformes ao estado da arte médica e aceites inter-pares, mas, em bom princípio da qualidade de cuidados, não há doenças, há doentes. Os meios de diagnóstico e tratamento devem ser os adequados ao estado evolutivo de cada doente, com a possibilidade de serem alterados em qualquer momento pelos clínicos responsáveis.

O relatório é omisso quanto à criação de condições remuneratórias e outras para atrair voluntariamente os médicos a actividade exclusiva no sector público. Sejamos claros - um médico a trabalhar no sector público e no privado, ao praticar um acto no sector público e ao reconhecer que esse mesmo acto praticado no sector privado lhe pode render muito mais, é evidente que está a ser incentivado a praticá--lo no privado.
Esta situação desrespeita um dos princípios básicos da independência concorrencial entre a oferta e a procura, porque o médico actua nas duas posições - do lado da oferta, prestando o serviço, e do lado da procura enquanto agente do doente, o qual, por não dispor de conhecimento para a tomada de decisões, consumirá os serviços de acordo com o aconselhado pelo médico. Além disso, o efeito da oferta privada induzir a procura é reforçado pela existência de uma terceira parte envolvida, o Estado, que vai pagar a despesa, o que igualmente também não motiva o doente e o médico a moderarem o consumo.

Nesta nota breve, quero fazer sobressair uma recomendação do Relatório - dever "ser analisada, por grupo independente com know- -how específico, a questão do modelo (constituição, forma de recrutamento, etc.) dos Conselhos de Administração dos Hospitais EPE", para evitar conflitos de interesses. Também acho.

Santos Cardoso, DN 19/07/2010

Nenhum servo, pode servir a dois Senhores, porque, ou odiará a um e amará ao outro, ou se afeiçoará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir, ao mesmo tempo, a Deus e a Mamon." São Lucas, Cap., V. 13.

Como realça Santos Cardoso, o relatório sobre a reforma hospitalar não aborda uma questão fundamental para o sucesso de qualquer programa de mudança do paradigma do Hospital Público: A necessidade de, uma vez por todas, clarificar a relação contratual do prestador médico, pedra de toque de qualquer sistema de saúde, na dupla qualidade de prestador público e privado, obstando a situações de conflito de interesse.
Acreditar que este “aleijão” que há longos anos tolhe o SNS e que se tem vindo a agravar com a entrada dos grupos económicos na saúde, pode ser resolvido através da acção inspectiva da Entidade Reguladora é pura ilusão.
Como bem diz o articulista, sem a criação de condições remuneratórias que permitam o trabalho em exclusividade no sector público qualquer reforma, por melhor que seja o recorte técnico do articulado, está condenada ao fracasso.

Tavisto

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sábado, fevereiro 21

Empresarialização Hospitais SNS

Adoptar técnicas empresariais é diferente de um hospital público ser transformado numa empresa. A administração duma empresa institui um conjunto de normas padrão ou standards, que especificam critérios técnicos, métodos, processos e práticas para condicionar a produção, cujas alterações só podem acontecer com a autorização prévia dessa mesma administração. Um hospital público é diferente de qualquer empresa por uma razão essencial – é indispensável que a administração garanta a autonomia técnica da primeira linha de produção constituída pela prestação de cuidados médicos.
Num hospital público não deve haver standards na prestação de cuidados. Pode e deve haver protocolos clínicos orientadores no tratamento de cada patologia, conformes ao estado da arte médica e determinados inter-pares, mas, em bom princípio da qualidade de cuidados, não há doenças, há doentes. Os meios de diagnóstico e tratamento devem ser adequados ao estado evolutivo de cada doente, com a possibilidade de serem alterados em qualquer momento pelos clínicos responsáveis.

A criação de hospitais/empresa foi iniciada pelo Governo anterior ao transformar hospitais públicos em sociedades anónimas, segundo o Código das Sociedades Comerciais. O Governo actual adoptou o modelo das Entidades Públicas Empresariais (EPE). Em ambos os modelos, sendo o valor do capital dum hospital detido pelo Estado um valor do activo e não do passivo público, tratou-se de processo de engenharia financeira para fazer baixar o défice público exigido pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento. Em minha opinião, a estratégia da designada empresarialização dos hospitais do SNS, tanto pelo Governo anterior como pelo actual, deve ser analisada enquadrando-a no fundamentalismo de acabar com o défice público tendo como o objectivo global de menos Estado.
Não estou a defender que o SNS, nomeadamente os seus hospitais, não careciam e não carecem de reformas para obtenção de ganhos de eficiência e aumento de produtividade, mas, em minha opinião, a empresarialização dos hospitais do SNS decorre inserida na reforma geral da função pública, a qual, como via para baixar as respectivas despesas, baseia-se no pressuposto, implícito, de os funcionários públicos constituírem, globalmente, um corpo de trabalhadores privilegiados, (cargos vitalícios, salários, aposentação, etc.), relativamente aos trabalhadores do sector privado. Ou seja, considerar não ser justo que os funcionários públicos tenham mais direitos que os trabalhadores do sector privado, (contratos individuais, regime geral de pensões, trabalho precário, mobilidade, possibilidade de despedimentos, contenção salarial, etc.).
A meu ver, a aproximação do regime da função pública ao regime privado constitui um alinhamento de direitos por baixo, situação geradora, por exemplo e em prática, do congelamento das carreiras dos prestadores de cuidados de saúde, do recurso a trabalho precário, chegando-se à contratação de médicos à hora através de empresas de trabalho temporário. Esta situação não pode deixar de ter consequências na baixa da qualidade de cuidados.

Para obter ganhos de eficiência, com necessário aumento de produtividade na prestação de cuidados hospitalares, seria necessário criar incentivos para a opção pela dedicação exclusiva dos profissionais de saúde, mesmo, eventualmente, começando pelas direcções de centros de responsabilidade integrada e de direcções de serviços. Este objectivo, tenuemente anunciado, foi adiado por alegada falta de capacidade. A própria contratualização quantitativa da prestação de cuidados hospitalares é desmotivadora do aumento de produtividade dos serviços – quando estes excedem o número de actos contratualizados, os preços a facturar (por GDH) sofrem um desconto significativo, fazendo baixar significativamente as respectivas receitas.

As listas de espera para marcação de primeiras consultas hospitalares pedidas por médicos de família dos centros de saúde atingem algumas centenas de milhares de doentes, na generalidade dos casos, pedidos fundamentados em meios de diagnóstico realizados. Esta situação estará também a contribuir para o recurso excessivo aos serviços de urgência, que subsiste. O tempo de demora na marcação de primeiras consultas hospitalares nas áreas cirúrgicas não está a ser acrescentado às listas de espera por cirurgias, pelo que não se sabe, ao certo, quantos doentes aguardam por intervenções realmente necessárias.

Apesar do êxito obtido em algumas experiências anteriores com a criação de unidades locais de saúde, caso de Matosinhos, que integram, por áreas geográficas pré definidas, hospitais e centros de saúde com uma única administração, com provas dadas na melhoria da interligação entre os centros de saúde e hospitais, não se entende por que não foi adoptada essa estratégia a nível nacional. Na generalidade dos casos, os médicos dos centros de saúde e os médicos hospitalares não dialogam, embora seja consensual que esse diálogo é importante.

O Governo mantém algumas parcerias públicas/ privadas, as chamadas PPP, para a construção de novos hospitais, incluindo a gestão clínica por empresas privadas (casos dos novos hospitais de Braga, Cascais, Loures e Vila Franca de Xira) - apesar da má experiência no acerto de contas na gestão privada do Hospital Amadora-Sintra, e de o próprio Reino Unido, campeão deste tipo de parcerias, ter excluído a gestão clínica privada das PPP.
Santos Cardoso , revista TecnoHospital, dez.08

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segunda-feira, fevereiro 16

Pandemia


Uma década de ganância neo liberal deu nisto.

A pandemia agora é o desemprego que atinge milhões de cidadãos em todo o mundo.
Os EUA com 11.616 milhões de desempregados (taxa 7,6%).
link Zona euro com cerca de 12 milhões de desempregados (taxa 8,0%). link Portugal com uma taxa de desemprego de 7,9%, que poderá atinjir 9,1% em 2010, segundo a Comissão Europeia..

Desde o início da recessão dos EUA (dez 07), prevê-se que o número de postos de trabalho perdidos em todo o mundo atinja os 50 milhões até final de 2009.
Para o novo director do “national intelligence”, Dennis C. Blair, a instabilidade causada pela crise económico global tornou-se na maior ameaça de segurança enfrentada pelos EUA, ultrapassando o terrorismo.
link

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segunda-feira, janeiro 26

Saúde24, comunicado


O Director-Geral da Saúde e o Presidente do Conselho de Administração da empresa LCS, operadora do Centro de Atendimento Telefónico “Saúde24”, reunidos hoje, acordaram reconhecer e declarar publicamente que:
1. A qualidade do serviço prestado pela “Linha Saúde 24” tem sido assegurada de forma eficiente e responsável pela LCS, como sempre foi oficialmente assumido;
2. Foi obtida uma plataforma de entendimento para a célere resolução de problemas de natureza laboral, que passa pela reanálise do processo de classificação e de dispensa de prestadores de serviços.
Lisboa, 23 de Janeiro de 2009
Director-Geral da Saúde , Francisco George
Presidente do Conselho de Administração da LCS , José Nunes Coelho


Comentário: Tudo bem como dantes, quartel de Abrantes

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sábado, janeiro 24

Revisão das carreiras médicas



«TM» — Qual será o futuro do SNS? link
António Arnaut — O SNS irá manter-se. Penso que o actual Governo está agora mais sensibilizado. Os incidentes que levaram à saída do ministro Correia de Campos fizeram com que o PS, sobretudo os seus máximos dirigentes, fizessem uma reflexão profunda. Segundo o primeiro-ministro, Correia de Campos foi substituído porque, pela sua política, houve uma quebra de confiança da população no SNS. Para restabelecer e reforçar essa confiança, o Governo tem de aperfeiçoar o SNS, repondo as carreiras médicas integradas na função pública, melhorando o serviço e tomando as medidas adequadas à sua defesa, aprofundamento e humanização. O SNS é uma conquista social irreversível. Salvo se acontecesse um facto perfeitamente imprevisto, que seria um terramoto cívico e político, que era o PS aliar-se à direita para na próxima revisão constitucional alterar, à maneira liberal, o SNS
António Arnaut em entrevista, TM 26.01.09

O actual processo negocial de revisão das carreiras médicas é, sem qualquer dúvida, o mais importante nestes últimos 20 anos e terá, seguramente, as correspondentes implicações laborais para um futuro temporal de idêntica duração.link
Carlos Arroz e Mário Jorge Neves, TM 26.01.09
Dificilmente o Governo concordará em repor as carreiras médicas integradas na função pública.

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sexta-feira, novembro 28

Sinas

Siemens e Joint Commission Internacional são os avaliadores.
Os primeiros resultados da avaliação inédita que a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) vai fazer aos principais hospitais públicos e privados em Portugal devem ser divulgados em Junho, mas a avaliação arranca já em Janeiro com 37 hospitais.
DE 27.11.08

Sobre os objectivos deste ranking tem razão o rezingão quando escreve:
«A ERS (e o seu actual presidente) parecem ter como visão forçar a construção de um putativo sistema concorrencial público-privado inventando” uns rankings destinados a comparar o “pão ralado com a limalha de ferro” com um único propósito: criar na opinião pública a convicção de que o SNS não presta, é ingovernável e insustentável. Desse modo, se procura condicionar os poderes públicos a ceder na transferência de fluxos financeiros que sustentem os diferentes tipos de “aventuras empresariais privadas” no sector da saúde. Para esse desiderato vão contando com meia dúzia de “opinion-makers” replicadores de opiniões suportadas em evidência de plástico e de alguns diligentes jornalistas muito mal preparados.»

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domingo, outubro 26

Acreditação

O presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, eng.º Teófilo Leite, revelou aos órgãos de comunicação que o grande objectivo da APHP é a preparação de todas as instituições privadas para os desafios da avaliação. link

No entendimento desta gente a acreditação é algo que se compra por mais ou menos dinheiro e que serve para pendurar na porta do estabelecimento de molde a ser vista pelo fiscal, quando por ali entenda passar (que pode muito bem ser o dr. Álvaro Almeida da ERS).
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quinta-feira, abril 3

Do it !


That's the Problem!
«A manutenção do modelo de gestão clínica e construção nos concursos públicos para os hospitais de Cascais, Braga, Vila Franca de Xira e Loures deverá poupar ao Estado quase 800 milhões de euros. link
De acordo com os dados oficiais do Ministério da Saúde, o Estado gastaria 2.926 milhões de euros se construísse e gerisse estes hospitais, mas os privados que foram aos concursos públicos públicos garantem que conseguem fazer o mesmo por 2.149 milhões. »
MB, DE, 03.04.08
O texto de MB, merece os seguintes comentários:
a)- I Hope So.
b)- Publicidade, actividade profissional dedicada à difusão pública de ideias associadas a empresas, produtos ou serviços, especificamente, Propaganda comercial . Wikipédia
c)- Os custos administrativos com a gestão na vigilância de um contrato [com um privado] são enormes. O Estado não só tem dificuldades em fazer o contrato para a gestão privada do hospital, como ainda tem problemas em vigiar o cumprimento de todos os pormenores estipulados nesse contrato".
Entre a gestão pública e privada dos hospitais "há uma importante diferença nos interesses: ambos são legítimos, mas um defende os interesses públicos e outro defende os interesses privados". A partir de 2009, "todos os utentes do Hospital Amadora-Sintra saberão que a gestão será regida pelo interesse público". José Sócrates, AR, 19.03.08
d) - Infelizmente, o mesmo não poderão dizer os utentes dos Hospitais de Cascais, Braga, Loures e Vila Franca.
e)- Quanto vale a defesa do interesse público?
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quarta-feira, março 26

Privados, sim

Hospital da Trofa
Desde que...
A JMS, talvez por ser dos grupos mais antigos, tem seguido uma estratégia mais conservadora. Tentar influenciar o Estado, explorar as suas fraquezas, de molde a salvaguardar riscos (mercado imberbe).
E não só.
Que dizer da decisão da Câmara Municipal da Amadora, presidida pelo PS, e da Câmara Municipal de Sintra, presidida pelo PSD, em tornaram-se accionistas do Grupo Mello Saúde? link

Os grupos que apostaram forte no sector, mais recentemente, compreenderam que o futuro está em procurar substituir o actual sistema de complementaridade público/privado por um sistema concorrencial, capaz de arrastar para o sector privado as melhores práticas, os melhores profissionais e assim atrair um cada vez maior número de utentes (independentes, subsistemas, SNS, por esta ordem). Daí a aposta na efectuação de pesados investimentos visando a sua preparação de acordo com este cenário.
Nesta perspectiva a manutenção das parcerias de gestão clínica dos HHs de Cascais, Braga, Loures e Vila Franca, afigura-se um erro do primeiro ministro. Casamentos destes estão destinados a divórcio litigioso com custos elevados para os contribuintes.
Privados, sim. Desde que provém ser capazes de fazer melhor que o público.
Caberá ao Estado, uma vez mais, a delicada tarefa de ser arbitro deste combate que se quer assanhado.
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A campanha de JMF


«A política de saúde mudou de facto. Passou a ser mais estatista, mais napoleónica e mais "estalinista". Em nome do preconceito contra os privados, não dos utentes, que perdem.» link

É assim que JMF abre o seu artigo.
Chavões, mais chavões, acusações vãs, ao longo do qual, JMF não consegue dar seguimento à sua tese.
Ficámos na expectativa da apresentação de um qualquer dado estatístico, de um pequeno indicador sobre custos, qualidade, produção. Que fundamentasse, mesmo ao de leve, a sua tese da aventura gloriosa da exploração privada do hospital Amadora Sintra.
NADA.
Somente acusações em catadupla. Paleio azedo. Revanche. Mais chavões.

JMF parece atravessar o nó górdio da sua carreira. À falta de oposição dos partidos, passou-lhe pela cabeça assumir-se campeão da contestação de tudo o que cheire a Sócrates.
JMF não sabe mas está doente. Sofre da alma. Que o leva a perder a noção do justo equilibrio que deve orientar a sua profissão. Do seu papel de jornalista à frente de um jornal nacional de referência.
Matraquear sem norte, como o tem feito nos últimos tempos, é próprio dos "pasquinzeiros".
JMF está perdido no combate da sua vida. Que escolheu para si. Em prejuízo do jornal que dirige.
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domingo, março 23

Sem surpresas


O contrato do Hospital Amadora Sintra, se não tivesse sido denunciado até Novembro do ano passado (expira no final deste ano), estaria agora automaticamente renovado.
Ao primeiro ministro colocavam-se, pois, duas opções: abrir novo concurso para a gestão (privada), ou optar pela gestão pública.

a)- CC, terá denunciado o referido contrato, com base na avaliação da prestação do consórcio responsável pela gestão e dos custos do Estado com a sua fiscalização/supervisão;

b)- CC tinha em mente lançar novo concurso de adjudicação, eventualmente, na esperança de seleccionar um novo concessionário;

c)- O que mudou, entretanto, foi a decisão de José Sócrates pela segunda opção: Enquadrar o Hospital Amadora Sintra na Gestão Pública (modelo EPE);

d)- Uma decisão acertada.
Como diz Constantino Sakellarides: "Se existem formas de gestão pública com resultados semelhantes à gestão privada, porquê ir para uma gestão privada que, ainda por cima, implica sistemas de acompanhamento muito complexos e, de uma maneira global, são mal sucedidos?".
O Modelo EPE " permite a intervenção do Ministério da Saúde, caso as coisas não corram bem. Na gestão privada, é impossível fazê-lo sem entrar em mecanismos de confronto e arbitragem".

e) É, pois, descabido o enorme alarido feito por certa imprensa. Com destaque para o director do JP, José Manuel Fernandes, ultimamente mergulhado numa obsessão anti Sócrates, com intervenções marcadamente caceteiras e desprovidas de rigor. O seu editorial de 20.03.08,
link a raiar as fronteiras da violência, merece-me o comentário que ST lhe fez a propósito de uma outra sua intervenção:
«A idade ensinou-me que não vale a pena gastar tempo e energias a discutir com pessoas de má-fé. Isto aplica-se ao director do ‘Público’.»
(semanário expresso, edição n.º 1847, 21.03.2008)
Hospitaisepe

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